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Espécie rara de veado é flagrada pelo Dnit nas margens da BR-285

Uma cena rara foi flagrada pela equipe do Dnit durante a obra da BR-285 no RS; dois veados-campeiros apareceram no local, a espécia está ameaçada de extinção

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da equipe do Programa de Comunicação Social da BR-285/RS/SC, flagrou dois veados-campeiros (Ozotoceros bezoarticus) nas proximidades das obras na rodovia em São José dos Ausentes (RS).

A imagem é cada vez mais rara, pois a espécie foi classificada como “Vulnerável (VU)” na última atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022, o que significa que ela corre risco alto de extinção na natureza.

De acordo com a gestora ambiental da obra, trata-se de um cervídeo de tamanho médio, que se destaca por possuir um anel de pelagem branca ao redor dos olhos. Os chifres são característicos dos machos e apresentam três pontas. A alimentação inclui principalmente itens suculentos, com alto teor energético e de fácil digestão, como flores, folhas novas, gomos e arbustos.

Característico dos ambientes abertos da Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, hoje suas populações encontram-se isoladas e restritas a poucas localidades. As principais ameaças são a perda de áreas com vegetação nativa por expansão populacional e agropecuária, a caça, a introdução de espécies exóticas domésticas, a transmissão de doenças e os atropelamentos.

No caso das rodovias licenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a exemplo da BR-285/RS/SC, são previstos dispositivos especiais para mitigar o impacto dos atropelamentos.

Passagens de fauna no empreendimento

No segmento dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, foram projetadas pelo DNIT duas pontes com adaptações para passagem de fauna. As estruturas ficam localizadas no km 49 e no km 51 (a segunda já está quase concluída) e visam a manutenção de corredores ecológicos. Além disso, serão construídas três galerias de concreto – com seção quadrada de 2 metros – para uso exclusivo dos animais que atravessam a rodovia.

No trecho da Serra da Rocinha, que faz ligação com Timbé do Sul, três dispositivos subterrâneos já estão em operação. São bueiros de 1,5m x 1,5m, cuja função é permitir o deslocamento de espécies nativas. A medida é complementada por telas de 1,80m de altura que buscam evitar o acesso dos animais à rodovia, bem como direcioná-los ao local de cruzamento seguro. Já no trecho urbano da rodovia há ainda duas passagens secas por baixo das pontes sobre os rios Rocinha e Serra Velha.

A Gestora Ambiental do empreendimento instalou armadilhas fotográficas nas passagens de fauna da serra para observar o comportamento dos animais e, em apenas uma semana, registrou imagens de três espécies: graxaim-do-mato, gambá e mão-pelada. Confira o vídeo no Youtube: https://bit.ly/415XSuw.

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