Empresária aos 17 anos, jovem economiza salário e abre microempresa
Ana Júlia Caciatori guardou dinheiro do salário do estágio para investir no próprio negócio
Se encontrar numa profissão ainda é um desafio enfrentado por muitas pessoas. Principalmente para os jovens que estão saindo do ensino médio e buscam uma oportunidade de emprego e a tão desejada profissão dos sonhos. O estágio muitas vezes é a primeira alternativa para se identificar com a carreira que deseja trilhar.
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Segundo dados do Ministério da Economia, a taxa de desemprego do jovem é sempre maior do que a média geral da população. No Brasil, desde 2016, ela fica acima de 20%. Por isso buscar uma qualificação é uma das melhores formas de aumentar a chance de conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Mas, para tudo isso acontecer é preciso ter planejamento, foco, preparação e muita maturidade. Tudo isso contribui para o sucesso na carreira escolhida. A Ana Júlia Caciatori, de 17 anos sabe muito bem o que quer. Apesar da pouca idade, ela já se colocou no mercado de trabalho desde o início do ensino médio. Hoje, no terceiro ano, a jovem já está encaminhada profissionalmente e, acredite se quiser, acabou de abrir uma microempresa.
“Um dia uma pessoa me disse: na idade de vocês, façam estágio. Então decidi iniciar para ver o que gostava. Comecei em uma contabilidade e não gostei. Fui para uma empresa de software e iniciei com programação. Mas vi que também não era o que queria. Então decidi começar a minha empresa de impressão 3D”, conta Ana Júlia.
Empresa
A empresa da jovem se chama 3Decore e trabalha com decoração personalizada impressa em 3D. Ana faz chaveiros, vasos, máscaras, protótipos de carrinhos, tudo personalizado. “Decidi iniciar com decoração, pois para começar é um ramo mais fácil”, relata.
O projeto de abrir a empresa já estava sendo programado há algum tempo. Quem pensa que a jovem comprou os equipamentos com a ajuda dos pais, está enganado. Questionada sobre como conseguiu o valor para adquirir as máquinas, ela responde orgulhosa: “Preparei um investimento inicial com os estágios que fiz e fui guardando um dinheirinho”.
A impressora fica na sala de estar da residência da família, e os clientes já começaram a aparecer. Ana como sempre, já tem tudo planejado, a expansão do negócio é o próximo passo.
Primeiro contato com o mundo do trabalho foi na escola
O primeiro contato com a impressão 3D, que transforma projetos digitais em objetos concretos, foi na Escola S do Serviço Social da Indústria (SESI). Ana Júlia estuda na instituição desde o ensino infantil e há cinco anos começou a ter aulas de robótica. A partir desse convívio com o ramo, ela viu que tinha facilidade e habilidade com a tecnologia.
“Em 2016 iniciei algumas atividades com uma equipe da escola e me encontrei. Vi que me encaixava na questão de robô. Programação era uma coisa que eu gostava muito. A partir dali vi que tinha facilidade com a tecnologia”, lembra a jovem.
Importância da escola na escolha da profissão
A escola Strem (Science, technology, engineering, art e math), que em português é: ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, que é da Escola S do Sesi de Criciúma, trabalha para preparar os alunos para a vida e para o futuro. Além das disciplinas tradicionais que os alunos aprendem no dia a dia, a escola trabalha com algumas áreas que ajudam os estudantes a se encontrarem na carreira profissional.
Algumas atividades desenvolvidas são nas áreas de comunicação, tecnologia e biologia, por exemplo. As disciplinas são realizadas em sala de aula e estão na grade escolar da instituição, ou seja, o aluno não precisa ir para o colégio fora do horário de aula.
O objetivo do método aplicado pela escola, que já está sendo realizado há três anos, é preparar o jovem para os desafios do mercado de trabalho e ajudá-los a sair do ensino médio com uma direção de qual profissão seguir.
“A ideia é experimentar e conhecer um pouco de como funcionam essas áreas. Queremos que os alunos se conheçam, saibam um pouco do mercado de trabalho e saiam daqui com escolhas mais assertivas”, explica a supervisora educacional da Escola S, Gabrieli Felipe.
O aluno do terceiro ano do ensino médio, Matheus Fernandes Minotto, de 17 anos, relata que quando entrou na escola teve contato com a área da tecnologia. Primeiramente achava que seria este o ramo que iria ingressar, mas foi através do método aplicado pela escola que ele se encontrou em outro segmento.
Hoje, o jovem faz estágio no setor de Recursos Humanos em uma grande empresa de sistemas em Criciúma. Ele ainda não tem certeza se é essa profissão que quer seguir, mas já consegue pensar na área para o futuro.
“Foi no Steam que consegui várias bases para entrar na empresa e não começar do zero. O método me ajudou em várias questões, como o trabalho em equipe e noções de comunicação, por exemplo. O método nos dá uma noção para iniciar no mercado de trabalho”, explica o jovem.