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Saúde mental e trabalho: saiba como evitar esgotamento no dia a dia

É importante ficar atento a situações como, pressão constante por produtividade e resultados, metas elevadas, competição, ritmo acelerado de trabalho e outros

Estresse, ansiedade, síndrome do pânico, transtornos depressivos são doenças que tem causado prejuízos aos profissionais que precisam se afastar do trabalho para cuidar da saúde mental. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), dão conta que a ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros e os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número de pessoas incapacitadas nas Américas. A Covid-19 fez, fez com que esses transtornos se agravassem.

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O psicólogo Fábio Cadorin explica que é importante que as pessoas fiquem atentas a situações como, pressão constante por produtividade e resultados, metas muito elevadas, competição, ritmo acelerado de trabalho, ambientes com estrutura inadequada ao exercício da função, chefias autoritárias, falta de diálogo, assédios e constrangimentos. “São circunstâncias que podem deixar o trabalhador mais vulnerável, com a saúde mental prejudicada”, alerta.

“Clima organizacional favorável ao diálogo também é fundamental”, diz psicólogo, Fábio Cadorin

Ainda segundo ele, a melhor alternativa quando se constata que já existem sintomas de que a saúde mental está afetada é de buscar ajuda especializada. “O mais indicado são profissionais da saúde mental, como psicólogos, psicanalistas, psiquiatras. Empresas maiores costumam ter psicólogo organizacional, que também estão preparados para dar o melhor encaminhamento a cada caso. O fundamental é que a pessoa não sofra em silêncio, que não negligencie os sintomas, até mesmo para evitar que o quadro se agrave”, sugere.

Ambientes produtivos e saudáveis

As organizações devem contribuir para ter um colaborador saudável e um ambiente de trabalho mais produtivo, com bons relacionamentos interpessoais, e alinhado às expectativas corporativas. “Precisamos de uma mudança cultural. Algumas organizações já entenderam que o seu sucesso não pode ocorrer à custa da saúde mental dos colaboradores e que é preciso oferecer condições adequadas ao exercício de cada função. Isso tem a ver com estrutura, recursos, tempo oferecido para a realização das tarefas e, óbvio, com a oferta de um salário justo. Um clima organizacional favorável ao diálogo também é fundamental”, considera Cadorin.

Além disso, a organização pode ajudar o colaborador que está com algum tipo de dificuldade em relação à saúde mental. “É preciso que o trabalhador encontre um ambiente seguro para se manifestar, para falar do seu sofrimento, sem receio de sofrer algum tipo de retaliação. Mesmo nas empresas menores ou locais de trabalho em que não há um setor de recursos humanos estruturado, um psicólogo organizacional, também está preparado para acolher esse tipo de demanda”, orienta.

“Saúde mental sempre foi tratada como algo de extrema importância no São José” – psicóloga Elaine Cristina Coelho Dias

A psicóloga do Setor de Desenvolvimento Humano do Hospital São José de Criciúma, Elaine Cristina Coelho Dias, conta que a saúde mental sempre foi tratada como algo de extrema importância na instituição de saúde. Principalmente, durante a pandemia, onde muitos profissionais ficaram vulneráveis emocionalmente, por diferentes motivos.

“É importante ressaltar que a pandemia não é apenas uma crise sanitária, mas também social, e para acolher nossos colaboradores, contamos com dois psicólogos residentes da Unesc, para fornecer apoio psicológico nos grupos de autocuidado, o que foi de suma importância, não apenas para o desempenho, mas principalmente pelas questões pessoais de cada um”, destaca.

Atualmente, ao observar uma certa estabilidade desse momento tão conturbado que foi a pandemia, entrou em cena o Programa de Acolhimento Profissional (PAP). Implantado em setembro do ano passado oferece acolhimento individualizado para os colaboradores. A demanda chega por meio da liderança que percebe os sinais que o profissional possa estar demonstrando ou o profissional pode vir e buscar o acolhimento. “ A procura é razoável, onde fazemos uma escuta ativa do profissional e se necessário o encaminhamento para a psicoterapia”, finaliza.

 

 

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