Notícias de Criciúma e Região

Em lágrimas, pais relatam abuso sexual sofrido pelas filhas em escola de Cocal do Sul

Caso teria acontecido na Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol

Extremamente abaladas emocionalmente, as mães das três crianças que teriam sido vítimas de violência sexual por um professor da Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol, de Cocal do Sul, relataram o que aconteceu. Elas participaram de uma manifestação em frente à instituição de ensino na manhã desta segunda-feira, dia 29.

O assuntou ganhou repercussão na sexta-feira, dia 26, quando as alunas, todas muito assustadas, contaram que teriam sido abusadas por um professor. Com isso, os pais procuraram a Delegacia de Polícia Civil de Cocal do Sul.

Uma das alunas, de 8 anos, chegou em casa contando para a mãe que o professor havia oferecido pirulito e levado ela para uma sala onde ficaram sozinhos. No local, a criança foi vendada pelo homem, que cometeu o abuso sexual.

“Ela conseguiu ver através de uma abertura que ficou pela venda. Minha filha nunca viu um órgão genital masculino, mas ela entendeu o que estava acontecendo. Ela contou que isso tinha acontecido com outras colegas também”, relatou uma das mães, Jamile de Souza, 30 anos.

Acompanhe abaixo o relato da mãe:

Com isso, a mulher decidiu conversar com as mães das outras alunas vítimas, que também relataram o mesmo ocorrido e levaram o caso para a direção. De acordo com Jamile, a diretora disse que iria analisar o caso e as câmeras de segurança somente na segunda-feira. Inconformadas, as mães procuraram a Delegacia de Polícia Civil de Cocal do Sul.

“Minha filha chegou em casa comentando o que aconteceu com as amiguinhas dela e com ela também. Conversamos com as outras mães, que contaram as mesmas versões e fomos para a delegacia”, contou Andreia Cardoso da Silva, muito abalada. A mulher ainda relatou que o caso com a filha dela, de 8 anos, aconteceu no ano passado. A menina teve coragem de contar apenas quando viu que também havia acontecido com outras colegas.

Pais emocionados | Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Durante o protesto, os pais e alunos da escola contaram sobre outros casos que estavam sendo cometidos pela diretora. Dentre eles, foram relatados racismo e ofensas contra vários estudantes.

“As crianças contaram que ela viu duas meninas se abraçando e disse que elas não poderiam fazer aquilo pois eram de cores diferentes. Ela [diretora] reclamava até da saia das crianças e dizia que quem tinha o cabelo pintado e unha postiça estava pedindo para ser abusada” relatou a mãe de uma das vítimas, Elisete Mendes.

Elisete Mendes, mãe de uma das alunas – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Os pais se reuniram em frente a escola na manhã desta segunda-feira, dia 29, para pedir justiça. Segundo eles, a falta de atenção e consideração com as crianças poderia ter evitado que o crime fosse cometido.

“Quando um cachorro pulou na minha filha e ela caiu, ela mandou avisar. Agora quando um pedófilo mexe com a criança, ela não liga? relatou Elisete.

O professor acusado está preso preventivamente e a diretora da escola foi afastada do cargo. De acordo com o delegado de Polícia Civil de Cocal do Sul, Márcio Campos Neves, as vítimas e os envolvidos serão ouvidos na tarde desta segunda-feira para dar andamento nas investigações.

Você também pode gostar