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Doenças respiratórias: médico pediatra alerta para o aumento de casos

Relaxamento das medidas preventivas e imunidade baixa podem estar por trás dessa onda de casos

Com o aumento das internações pediátricas causadas por doenças respiratórias, entre elas, bronquiolite, gripes e pneumonias, o cirurgião- pediátrico, Christian Prado, que atende no Hospital Materno – Infantil Santa Catarina, de Criciúma, indica os sinais de alerta que devem ser considerados na hora de buscar atendimento médico e o se pode fazer para prevenir.

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Atuando no Sul de Santa Catarina, desde 2009 quando houve a pandemia de Gripe A, o médico ressalta que desde esse período não havia acompanhado tantos casos de crianças em atendimento nas emergências e algumas bastante graves.

Doenças respiratórias têm causado superlotação no pronto-socorro infantil e na UTI pediátrica – Foto: Portal Litoral Sul

“Os vírus causadores da doença circulam na sociedade com muita facilidade, os adultos e crianças resfriados acabam infectando os pequenos. Infelizmente tenho visto ao vivo e acompanhado a dificuldade de vagas em UTI pediátrica e as emergências lotadas, principalmente de bebês e menores de 01 ano. Os pediatras estão trabalhando muito, junto com todos os profissionais de saúde nos hospitais. Nesse momento, precisamos tirar nossas lições da pandemia, sei que todo mundo está cansado, mas agora é hora de proteger nossos pequenos”, alerta.

Baixa imunidade e fim das medidas restritivas

Para o médico, uma possível causa do aumento desse tipo de doença nos pequenos, deve-se ao período de distanciamento social nesses dois anos de pandemia. Durante o isolamento social, o médico explica que as crianças não tiveram contato com os vírus respiratórios e por isso não desenvolveram imunidade.  O relaxamento das medidas restritivas, como o fim do uso da máscara, por exemplo, também pode ter contribuído para esse crescimento.

“Na pandemia as emergências pediátricas estavam tranquilas, pois a Covid atingiu muito mais os adultos, e a resposta das crianças se mostrou menos grave. As crianças apresentam cerca de seis a oito infecções respiratórias por ano, nos primeiros dois anos de vida, e isso faz parte de nossa memória imunológica, nos fortalece para lidar com os vírus presentes no ambiente. Nesse período elas tiveram poucas infecções, e por isso os vírus causadores das doenças respiratórias, como sincicial respiratório, influenza, adenovírus e rinovírus circulam mais entre as crianças e na sociedade”, explica.

Cirurgião- pediátrico, Christian Prado – Foto: Rede Social

Como fazer para prevenir

Entre os cuidados: deixar o ambiente arejado, lavar bem as mãos ao chegar em casa, usar máscara em ambientes fechados e com pessoas resfriadas, distanciamento social principalmente em bebês menores de 01 ano, evitar festas de aniversário e eventos com aglomeração, principalmente bebês de colo.

Além disso, os especialistas recomendam que a primeira avaliação deve ser realizada pelo médico, tanto na unidade básica de saúde, quanto nos consultórios pediátricos. É importante fazer as vacinas do calendário, e principalmente a da gripe em crianças a partir dos seis meses, como também os adultos

O médico ainda orienta, evitar beijar e visitar bebês nos próximos 3 meses. “Sei que é bem complicado, mas quem puder, deve evitar creche para os bebês nos próximos meses”.

Antibióticos

Com relação ao uso de antibióticos e a resistência das bactérias, conforme o cirurgião- pediátrico, as bactérias que tem levado às pneumonias não são mais resistentes que no passado. “A resistência, contudo, pode aumentar se houver uso indiscriminado de antibióticos para as crianças que não se beneficiarão deles. Exceto para influenza, que em alguns casos se usa o oseltamivir, para os outros não há antiviral eficiente, da mesma maneira que a Covid, depende do suporte clínico até que a resposta inflamatória cesse. Em alguns casos as doenças virais diminuem nossa resposta imunitária e acabamos adquirindo infecções bacterianas secundárias, aí, e só nesse caso os antibióticos são úteis”, finaliza.

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