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Denunciado homem que dizia incorporar “Madre Catarina”

Homem vendia falsa cirurgia espiritual e cura para pacientes

Em Timbó, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um homem que teria enganado inúmeras vítimas com falsas promessas de cura e supostas cirurgias espirituais. Ele, que dizia incorporar “Madre Catarina”, foi denunciado por crimes de organização criminosa, estelionato, exercício ilegal da medicina e curandeirismo. Além dele, mais seis pessoas foram acusadas pelas mesmas práticas.

A ação penal foi ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Timbó e ainda não foi recebida pela Justiça. Somente após o recebimento, os denunciados passam a ser considerados réus no processo penal, no qual terão amplo direito à defesa e ao contraditório.

Como o grupo agia

O modus operandi do grupo estava explícito no YouTube, em que publicavam vídeos mostrando atendimentos, possivelmente a fim de buscar novas vítimas. Depois do início da investigação, os vídeos foram retirados da plataforma.

O homem usava o codinome “Madre Catarina”, para anunciar atividades de cura e cirurgias espirituais que realizava. Vestido de freira, induzia as pessoas por meio de armações a acreditarem que ele poderia, por meio de seus “trabalhos” e orações, curar todo o tipo de problema.

Os demais eram responsáveis por auxiliar diretamente nas cirurgias de “cura espiritual”, dividindo entre eles a tarefa de instrumentação, aconselhamento e recebimento de valores ou doações, recepção dos pacientes e segurança velada do local.

Segundo o Promotor de Justiça Alexandre Daura Serratine, os acusados atendiam dezenas de pessoas por dia, cobrando o valor de R$ 100,00 para realização de cada uma destas cirurgias espirituais ou consultas. No caso específico de um idoso, que resultou na acusação de estelionato, foi cobrado um total de R$ 800,00.

“De se ressaltar que as cirurgias espirituais eram feitas diretamente no corpo físico dos ‘pacientes’, com os mesmos instrumentos de uma cirurgia médica convencional, porém sem anestesia e dispensando qualquer precaução de assepsia. Em certos casos, os denunciados usavam objetos de uso domésticos (facas, tesouras estiletes) como instrumentos operatórios”, completou Serratine.

O Promotor de Justiça acrescenta que é importante que outras vítimas que se sentiram enganadas pelo grupo procurem a Promotoria de Justiça de suas comarcas ou a Polícia Civil, a fim de que outros possíveis crimes sejam apurados e se busque a responsabilização devida.

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