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CÉLIO BOLAN – Nova safra: Que vinho sairá

O Brasil passou e ainda passa por situações conturbadas, momentos graves. Os acontecimentos dos últimos tempos deixaram claro que a nossa crise nunca foi somente econômica, mas diz respeito aos princípios e valores capazes de tornar nossa sociedade habitável. Se, nos últimos anos, estivemos prestes a mergulhar no abismo do caos, isso não se deve apenas as questões financeiras, mas principalmente, a um colapso de confiança, de esperança e de perspectivas.

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As eleições gerais de 2018 trouxeram uma nova esperança à nação brasileira. A vitória do Presidente Bolsonaro e a grande renovação observada no congresso mostraram uma mensagem de mudança e de protesto da parte das populações. O desânimo gerado por repetidos casos de corrupção, pela falta de representatividade e a má qualidade dos serviços públicos fizeram que a população optasse por dar o seu voto de confiança em candidatos novos, cuja maioria nunca tinha sido eleita e todos pertencentes a movimentos de renovação política.

Eleito num pleito que teve como principal característica a negação do Sistema Político e suas práticas, confirmada pela rejeição dos chamados políticos tradicionais, incluindo bons e ruins, o novo Congresso Nacional que resultou das urnas é um misto de renovação e continuidade. Renovado em 52% na Câmara e em 85% em relação às 54 vagas em disputa no Senado, é a composição de maior diversidade do Parlamento brasileiro e do maior número de deputados e senadores em primeiro mandato e de maior escolaridade.

A permanência de velhos caciques da politica brasileira no congresso pode dificultar o trabalho dessa nova geração que se apresentou contra tudo que já existia no congresso. Pouco desses novos eleitos tem a real noção de como funcionam as instituições do Estado, mas isso não pode ser considerado como uma desculpa, pois nenhum deslize os será perdoado diante à esperança criada em volta da população, cansada de ser esquecida e de não gozar plenamente dos seus direitos. O que naturalmente deveria ser a prioridade de qualquer representante eleito pelo povo.

Muito foi denunciado e prometido. O discurso passou para se eleger. Agora chegou a hora de fazer o que foi prometido e não mudar de postura. Que seja na esfera federal como estadual, a nova geração eleita precisa trazer respostas ao desejo de modificar o sistema político brasileiro no congresso e à sua ansiedade em mudar as características das assembleias legislativas.

Os movimentos suprapartidários que apoiaram e incentivaram a renovação ocorrida na política elegeram 29 deputados e quatro senadores, além de um suplente de senador, para a atual legislatura. Os 34 eleitos integram nove grupos: o Agora!, o Renova Brasil, o Livres, o Nós, o Ocupa Política, o Muitas, o Vote Nelas, a Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade (Raps) e o Movimento Brasil Livre (MBL). Em primeiro de fevereiro de 2019, 16 novos eleitos estrearam no exercício de um mandato público.

Eleitos como Rodrigo Cunha, Henrique Arruda, Felipe Rigoni, Lucas Gonzalez, Tiago Mitraud, Franco Cartafina, Eduardo Costa, João Campos, Tadeu Alencar, Paulo Martins, Marcelo Calero, Alessandro Molon, Kim Kataguiri, Tabata Amaral, Vinicius Poit, Paulo Ganime, Alexis Fonteyne, Heni Ozi Cukier, Adriana Ventura e Marcel van Hatten e vários outros. Vem se juntar a essa listas jovens eleitos como Daniel Freitas, Ricardo Alba, Gilson Marques e Felipe Estevão entre outros.

A lista é longe de ser exaustiva. Esta significativa renovação do Legislativo indicou que o eleitor deseja novas e austeras práticas políticas. Seria uma grande frustração que os novos ocupantes das cadeiras do Parlamento mantivessem os mesmos usos e costumes alheios à moralidade pública. o eleitor espera dos políticos eleitos um firme compromisso com as coisas positivas e com o futuro do País.

Chegou a hora de ultrapassar os discursos e os slogans políticos. Uma profunda lealdade com as propostas da campanha eleitoral deve ser expressa da parte dos eleitos com uma grande capacidade de articulação para viabilizar as reformas estruturantes tão necessárias para o desenvolvimento do País. O ocupante do cargo político, por força de suas atribuições constitucionais, deve ampliar seu campo de visão, o que é também caminha para superar polarizações e antagonismos estéreis.

A renovação do Congresso abriu muitas possibilidades para o País. Além de implantar uma nova cultura política, centrada no interesse público. Um Legislativo a serviço do Brasil é o que espera a população. Tenho observo e me decepcionado com candidatos vendendo a roupagem das melhores práticas, melhores ideias, mas nos esconderijos das cavernas dos comitês ou salas sombrias, na qual o povo não tem acesso usarem ações iguais e piorem. Logo eu, que pensei que tinham aprendido a lição, e esquecem que pobreza e miséria não têm partido, mas desesperados pela chegada do fundo eleitoral para usarem os envelopes brancos manchados com o sangue da miséria humana.

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