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Canonização de Padre Galato é trabalhada pela Diocese de Criciúma

Após evidências de graças alcançadas, católicos estão sendo incentivados à intercessão de religioso e a relatarem milagres

Em julho a Diocese de Criciúma inicia oficialmente a caminhada para o processo de canonização do Padre Ângelo Galato. O levante é fruto do legado sacerdotal do religioso, que faleceu em 2020, aos 84 anos e provocado por relatos de graças alcançadas após o pedido de intercessão do vigário.

A demanda chamou atenção da comunidade diocesana que, nos últimos dias, começou uma força-tarefa para reunir testemunhos e incentivar os católicos a recorrerem ao nome de Galato, em oração. “Após o falecimento dele, em 2020, muitas pessoas eram amigas próximas e o tinham como um bom sacerdote, começaram a rezar e pedir sua intercessão por graças e começou a chegar aos padres e ao Bispo, algumas graças alcançadas. Estamos recolhendo esses relatos e quem tem alguma graça alcançada ou relato que queira fazer, pode trazer deixar aqui na secretaria da Catedral ou enviar à cúria”, afirma o Padre Carlos Mateus Possamai Della.   “O testemunho de vida e ministério sacerdotal que ele deixou a toda comunidade de Criciúma, à Diocese e aos padres, sempre se esforçando, se dedicando e vivendo bem às virtudes cristãs, procurou ser testemunho disso”, acrescenta sobre a motivação da canonização.

Segundo o religioso, o processo demora um pouco e não tem um tempo fixo ou determinado para chegar à canonização. “Após cinco anos do falecimento poderemos entrar com o processo, precisa do recolhimento de todos os relatos e todo o trabalho diocesano será enviado à Roma para aprovação. Depois precisam torná-lo servo de Deus, receber uma oração específica para receber a graça a partir desta intercessão e depois disso, após um milagre comprovado, ele é beatificado e para canonizar precisa de mais um milagre comprovado. Não há um tempo determinado, há uns mais rápidos e outros mais lentos. O mais importante e a preocupação da Diocese, dos padres e do Bispo, é o recolhimento dos relatos e incentivar às pessoas a rezarem pedindo para que o padre Galatto interceda”, sublinha.

Sobre o Padre Ângelo Galato:

Filho de Estefano Galato e Assumpta De Villa, o pequeno “Angelin”, como era chamado por seu pai, nasceu em 8 de novembro e cresceu onde hoje está localizado o bairro Jardim das Palmeiras, próximo à rodovia SC-108, em Cocal do Sul. Quando criança, junto aos cinco irmãos, ia para a escola a pé, que ficava distante 3 km de casa.

Um pouco mais tarde do que a maioria dos padres, Padre Ângelo sentiu despertar em seu coração a vontade de servir a Igreja do Senhor. Até anunciar a decisão para a família, um longo caminho foi percorrido e sua missão era colaborar no sustento dos pais e dos irmãos Helena, Regina (que mais tarde se tornou Irmã Celsa, ao ingressar na Congregação das Irmãs de Santa Catarina Virgem e Mártir), Lourdes, Benedito (que foi ordenado padre salesiano e depois desistiu do ministério) e José Líbero. A família ainda teve Amábile, que faleceu pequenina, com apenas nove dias de vida.

Enquanto o pai podava parreiras para famílias do município, os demais membros da casa se dedicavam ao trabalho na roça, para o próprio consumo, e na venda de suínos e de alguns alimentos. Foi na adolescência, aos 15 anos, que o jovem Ângelo arrumou emprego fora de casa: trabalhava “na estrada”, levando água, aquecendo as refeições para os operários e carregando ferramentas.

Padre Ângelo Galato foi ordenado em 11 de julho de 1965, por Dom Anselmo Pietrulla, na Catedral Nossa Senhora da Piedade, em Tubarão (SC). Padre Ângelo atuou em paróquias de Laguna, São Paulo (SP), Criciúma e Içara, além do Santuário e do Seminário, em Nova Veneza, e do Seminário de Tubarão. Durante toda a sua trajetória sacerdotal, serviu por mais tempo a Paróquia São José (1990-1993 e 1999-2010) e a Paróquia Santa Bárbara (1971-1986), esta última, na qual voltou a ser vigário, em 2013. Padre Galato residia na Casa São João Maria Vianney, destinada aos padres idosos e enfermos.

Galato morreu no dia 12 de janeiro, de 2020, aos 84 anos, vítima de um infarto. À época ele era vigário da Paróquia Santa Bárbara, de Criciúma.

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