Notícias de Criciúma e Região

Associação Catarinense de Engenheiros de Minas foca em estudo, segurança e expansão para 2024

Presidente Luiz Donizetti Cerávolo conversou com o Portal Litoral Sul sobre os desafios e as metas da entidade para o ano 

“Sem a mineração não existiria a indústria, não existiria o agro, a medicina tecnológica, que opera um paciente a quilômetros de distância, a indústria farmacêutica, a internet, a energia elétrica”, a frase é de Luiz Donizetti Cerávolo, o presidente da Associação Catarinense dos Engenheiros de Minas (ACEM). 

A ACEM foi fundada em 1981 e, atualmente, agrega, 54 profissionais. A maioria da região sul catarinense. Para 2024, um dos maiores desafios da entidade é conquistar mais profissionais, além de ampliar a divulgação dos trabalhos realizados pelo grupo e expandir os cursos e formações na área, gerando contato, troca de experiências e ampliando a visibilidade e o alcance. 

Em entrevista ao Portal Litoral Sul, o Eng. Minas e Segurança do Trabalho, professor e presidente da ACEM, falou sobre a atuação da entidade e a importância de mudar o entendimento da população sobre o carvão mineral.

A mineração é a base de toda a indústria, é o motor propulsor principal da economia, mas a mineração tem sido referida de maneira negativa. Os percalços, certamente, não podem ser ignorados e é muito importante que se invista na diminuição de impactos ambientais e prevenção de desastres e isso vem ocorrendo fortemente. Contudo, também não se pode ignorar os benefícios trazidos pela mineração”, defende Luiz Donizetti Cerávolo.

Confira abaixo a entrevista.

Presidente , há quanto tempo existe a Associação Catarinense de Engenheiros de Minas? 

A Associação Catarinense dos Engenheiros de Minas (ACEM) foi criada em 28 de maio de 1981, na época presidida pelo engenheiro Jaime Guimarães Sobrinho. Porém, foi em 10 de outubro de 1983 que passou a ter registro e virou pessoa jurídica, indicando um representante junto ao CREA/SC, o engenheiro Evaldo Ávila da Silva. Portanto, faremos 43 anos em outubro deste ano.

Qual a abrangência e a atuação da entidade? 

Em poucas palavras, a ACEM nasceu para dar notoriedade aos engenheiros de minas e fortalecer a classe. Nesse sentido, incumbe-se de mostrar a necessidade de ter um profissional contratado nas empresas de mineração, de maneira a salientar a importância desse profissional no processo de projetos e lavra. O engenheiro de minas é o único credenciado tecnicamente para atuar como o responsável técnico na mineração. Na época, muitas empresas não conheciam o profissional e não tinham acesso aos engenheiros. A ACEM aproximou o empresário do profissional e impulsionou a atuação do engenheiro na mineração em Santa Catarina. 

Além disso, a ACEM foi criada para dar apoio técnico e segurança jurídica ao engenheiro de minas, especialmente resguardando suas atribuições técnicas. 

Ainda, a ACEM promove cursos técnicos com apoio financeiro do CREA/SC e MÚTUA/SC, com o intuito de atualizar e desenvolver os conhecimentos técnicos dos engenheiros. Nosso último curso aconteceu nos dias 22 e 23 de novembro de 2023, nas dependências da SATC, quando foi ministrado o curso de uso do software LeapFrog Geo, de modelamento geológico. 

A ACEM também atua no CREA/SC, cuja fundação teve participação efetiva de Sebastião Toledo dos Santos, engenheiro que trabalhou na mineração do carvão e promoveu o desenvolvimento da indústria carbonífera. No CREA/SC, temos um representante da classe que está sempre presente na sede em Florianópolis, em reuniões ordinárias, cursos e encontros com outras associações. 

Por fim, destaca-se que a ACEM tem abrangência no Estado de Santa Catarina, porém também participa a nível nacional da ABREMI (Associação Brasileira de Engenheiros de Minas), que agrega as 14 associações de engenheiros de minas do Brasil.

Quantos profissionais são ligados à associação? 

Atualmente, a ACEM conta com 54 profissionais. No entanto, já estamos trabalhando para trazer os novos engenheiros de minas formados pela SATC e outros que atuam no Estado, distante de nossa região. Uma luta diária, para que se associem com custo zero e sem mensalidade, a fim de fortalecer a associação.

Por que é importante o setor se unir por meio de uma associação? 

Os objetivos são claros: reunir esforços para desenvolver atividades de interesse comum; fortalecer os laços de solidariedade e a relação entre as pessoas do grupo; defender os interesses comuns da classe; lutar por melhorias salariais, planificar e aplicar uma tabela comum de honorários; promover o bem-estar da população na região onde está inserida. 

Um grupo tem mais força que pessoas isoladas. Assim, pela associação conseguimos ter representantes no CREA, participar das reuniões ordinárias e discutir assuntos de crucial importância para a classe. Fazemos contatos com outras associações e discutimos conjuntamente ações comuns à classe de engenheiros de minas, principalmente na defesa das nossas atribuições técnicas, muitas vezes reivindicadas por outros profissionais não habilitados tecnicamente.

Pensando no ano que se inicia, quais as principais metas e objetivos da entidade? 

Não paramos nunca, a ACEM está atenta aos assuntos relacionados à mineração discutidos ao redor do mundo e refletimos continuamente temas pertinentes, como bolsa de emprego, assistência jurídica em casos de necessidade de atuar em causas pela classe (ou mesmo para um colega), acidentes em mineração, apoio técnico aos engenheiros diretamente na lavra mineral etc. Neste ano, pretendemos continuar a promover cursos afins e divulgar a associação a nível nacional nas redes sociais.

Qual o principal desafio deste ano frente à entidade? 

Temos muitos desafios, mas o principal, na minha opinião, é despertar o interesse dos novos engenheiros, para que venham integrar a ACEM, participar de suas reuniões e discussões, como também trazer novas ideias e ter orgulho de sua profissão. Dar a devida importância à mineração. 

Outro desafio é o peso da atual imagem da mineração na sociedade. Todos temos contato com produtos minerais cotidianamente. A mineração é a base de toda a indústria, é o motor propulsor principal da economia, mas a mineração tem sido referida de maneira negativa. Os percalços, certamente, não podem ser ignorados e é muito importante que se invista na diminuição de impactos ambientais e prevenção de desastres e isso vem ocorrendo fortemente. Contudo, também não se pode ignorar os benefícios trazidos pela mineração. Sem a mineração não existiria a indústria, não existiria o agro, a medicina tecnológica, que opera um paciente a quilômetros de distância, a indústria farmacêutica, a internet, a energia elétrica. Não existiriam prédios, casas e apartamentos como na atualidade. Não existiriam máquinas, veículos, celulares etc. Em suma, não existiríamos como existimos hoje.

Você também pode gostar