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Álbum da Copa do Mundo: muito mais que troca de figurinhas

Nesta sexta, começaram as vendas do álbum da Copa do Mundo do Catar de 2022

Que a Copa do Mundo, por si só, mobiliza os brasileiros de uma forma que, talvez, somente o Carnaval consiga, já se sabe. A paixão dos tupiniquins pelo futebol é clara e inegável. A cada quatro anos, esse sentimento aumenta e se concentra em apenas um esquadrão: a Seleção Brasileira.

Logo, será possível ver nas ruas de Criciúma e de todo o Brasil mais camisetas da Amarelinha, decorações verde-amarelas e churrascos em volta da televisão. A Copa inicia apenas em novembro, mas, a partir desta sexta-feira, dia 19, já se está, mais do que nunca, naquele clima que todo brasileiro ama.

Isso porque começou, nesta sexta, chegaram às bancas de todo o país o álbum de figurinhas da Copa do Mundo do Catar de 2022. Neste ano, o livro contém as 32 seleções classificadas para o Mundial, com 670 imagens distribuídos em 70 páginas e mais 80 figurinhas extras de 20 jogadores especiais.

Produzido pela Panini desde a edição de 1970, o material é tradição, passando por diferentes gerações, e se tornou um dos momentos mais esperados no período pré-Copa. Para João Lucas Pereira, de 22 anos, a parte mais interessante do material é rasgar a embalagem e a surpresa que vem dentro dela.

Foto: Vítor Filomeno/Portal Litoral Sul

“A experiência mais legal do álbum é abrir o pacote e esperar o jogador que tu quer tirar. É abrir e ver quem vai sair. Os mais legais, até agora, foram os da Seleção Brasileira: o Vinícius Júnior e o Richarlison. Sou flamenguista e, na hora que tirei o Vini, veio aquela felicidade”, afirmou o jovem.

João Lucas comprou o álbum na tarde desta sexta, em uma banca na Praça Nereu Ramos, no Centro de Criciúma, e ali mesmo decidiu abrir as embalagens e começar a organização das figurinhas. “Acabei de comprar e a ansiedade não me deixou ir para casa. Eu comprei 40 pacotes. São 200 figurinhas”, contou ele.

Segundo a sua namorada, Isabela Casagrande, de 19 anos, não levou muito tempo entre saber que as vendas tinham se iniciado e a compra do álbum. “Ele viu no Instagram uma publicação de uma pessoa que tinha comprado e na hora já veio aqui no Centro comprar. Foi questão de uma hora”, disse.

Foto: Vítor Filomeno/Portal Litoral Sul

O seu Moacir de Medeiros, de 60 anos, dono do estabelecimento na praça central criciumense, trabalha há 25 anos com esse negócio e está há 19 naquele local. Segundo ele, nunca deixou de vender um álbum de Copa do Mundo e já dá para comemorar o primeiro dia de vendas.

“O movimento está o esperado. No sábado, a praça ferve. O problema é que não veio ainda o [álbum] de capa dura, porque, na hora em que vier esse item, vai aumentar as vendas ainda mais. Hoje, já vendi 160 álbuns, de capa simples, no combo. Nele, vêm 20 envelopes de figurinhas mais o álbum”, comentou o proprietário.

Sobre o faturamento nesta sexta, Moacir até perdeu as contas. Somente com João Lucas, ele ganhou cerca de R$160,00. “Tenho nem noção de quanto já faturei. Nessa época, aumenta bastante, o que ajuda muito. Dá para fazer o Natal antecipado”, comemorou ele.

Foto: Vìtor Filomeno/Portal Litoral Sul

Além dos simples atos de comprar, colar, trocar e completar, o álbum de uma Copa do Mundo é uma forma de confraternização entre as mais diferentes pessoas. Moacir não conseguiu citar um grupo que mais comprou na sua banca. “Não tem idade, nem sexo. Meninos, jovens, idosos, senhoras…”, comentou.

Vânio Felisbino, de 61 anos, tinha um sonho quando menino: completar um álbum. Ele só conseguiu realizar em 2018, na Copa do Mundo da Rússia. Tamanho era o seu desejo que ele o fez três vezes. “Tenho três álbuns preenchidos lá em casa”, disse.

“Era um sonho de criança. Eu sou do interior de Jaguaruna, criança pobre e tinha aquele sonho de fazer o álbum, mas não dava. Graças a Deus, depois dos 60 anos, eu consegui. O sentimento é muito bom. O gratificante é ver o tanto de trocas, tem pessoas idosas, mulheres, jovens, de todas as classes, todas juntas, fazendo bastantes amizades”, explicou Felisbino.

Moacir, amigo de longa data de Vânio, mal consegue descrever o que sente ao vender um item tão simples como o livro. Além do lado financeiro, que, como ele disse, ajuda bastante, vem o lado sentimental, que talvez o complete ainda mais. “É de alegria, porque eu sinto a felicidade das pessoas”, afirmou.

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