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200 anos da Independência do Brasil: Confira as curiosidades desta data

Dom Pedro não estava montando um cavalo no dia da Independência, na verdade estava em uma mula

Na próxima quarta-feira, 7 de setembro, é comemorado 200 anos da Independência do Brasil, que foi proclamada por Dom Pedro I, em 1822. A palavra “brasil” significa “vermelho como brasa”, e é bom relembrar que o nome oficial do Brasil é República Federativa do Brasil.

Eu já abordei na minha coluna, curiosidades desta data que não contam nos livros didáticos escolares, mas ainda há outros fatos bem curiosos sobre essa data, inclusive a que questiona a data original da comemoração.  
 
Antes de mais nada, é preciso dizer que ao contrário do que muitos pensam, não foi uma emancipação pacífica. Pouco valorizada pela historiografia oficial, a sangrenta história da Independência do Brasil tem violentas guerras entre Portugal e o Rio de Janeiro, após o 7 de setembro de 1822, das quais participam negros, indígenas, camponeses e mulheres, como Maria Quitéria e Maria Felipa, tudo isso mobilizou mais de 60 mil soldados e causaram a morte de 3 mil a 5 mil pessoas entre 1822 e 1823.  
As províncias do Pará, Bahia, Piauí, Maranhão e Cisplatina resistiram à Independência do Brasil no início e D. Pedro teve que contar com ajuda da Inglaterra para conter os rebeldes, inclusive com a contratação de mercenários. Para se tornar independente, o Brasil teve que pagar 2 milhões de libras esterlinas a Portugal. No entanto, sem dinheiro, fez empréstimo da Inglaterra e, assim, surgiu nossa dívida externa.

Em 1824, os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil. Depois, em 1825, a Cisplatina conquistou sua independência no dia 25 de agosto e, assim, formou o atual Uruguai, de língua espanhola. E você sabia que Tocantins é o estado mais novo do Brasil? Foi fundado em 1988.

Os jornais da época só citam a proclamação da Independência a partir de 12 de outubro. Assim, alguns historiadores questionam que a Independência do Brasil tenha sido realmente proclamada no dia 7 de Setembro. Aliás, a proclamação da Independência do Brasil só começou a ser comemorada quatro anos depois, em 1826. 
Eu já contei por aqui que o famoso termo ‘Independência ou Morte’, falado por D. Pedro, na verdade nunca ficou comprovado, que na realidade, a verdadeira frase dita por ele teria sido: “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal”. E você sabia que a famosa expressão “Independência ou Morte” está no hino da Romênia, que em 1876 se separou da Hungria? Pois é, pelo jeito tem muita coisa que não foi nos contado, e eu sugiro que você leia a coluna “Curiosidades históricas sobre a Independência do Brasil que você não sabia”, que tem muitas curiosidades que não vou citar na coluna de hoje.  
 
Ao contrário do que muitos pensam, Dom Pedro I não estava montando um lindo cavalo no dia da independência como retratado nos livros com a pintura famosa de Pedro Américo. O príncipe regente na verdade estava com uma mula, isso porque como era uma longa viagem, os cavalos não estavam preparados para carregar tanto peso.

A foto de capa dessa coluna é a pintura do quadro que retrata a Independência e é muito popular nos livros escolares, foi na verdade feita na Itália pelo artista brasileiro Pedro Américo, em 1888, sob encomenda do Império no Brasil, e o autor da obra sequer era nascido em 1822. Em 1886, o conselheiro imperial Joaquim Inácio Ramalho, então presidente da Comissão do Monumento do Ipiranga, firmou um contrato com Pedro Américo, pelo qual o artista se comprometia a pintar, um quadro histórico comemorativo da proclamação da independência pelo príncipe regente Dom Pedro I nos campos do Ipiranga.  
 
O prazo para a elaboração da tela que seria de três anos, e seria pago a Américo o valor de trinta contos de réis, além dos seis contos que o artista recebeu ao assinar o contrato, dinheiro destinado aos primeiros estudos e atividades preparatórias para a obra. Inteiramente pintada em Florença, foi concluída um ano antes do prazo, em 8 de abril de 1888. 

O Hino da Independência já estava pronto em agosto de 1822, antes mesmo da Independência do Brasil. O Hino que muitos pensam ser de autoria única do Imperador Dom Pedro I, tem uma série de fatos interessantes na sua história. A letra do Hino foi escrita pelo livreiro, jornalista, político e poeta Evaristo da Veiga (1799-1837), em 16 de agosto de 1822, portanto, antecede alguns dias ao Grito da Independência, e o nome inicial era “Hino Constitucional Brasiliense”.  
 
Só mais uma curiosidade, foi numa tarde de sábado que Dom Pedro I declarou a Independência. A Proclamação da República aconteceu em uma sexta-feira e a Abolição da Escravidão, em um domingo.  
Vale mencionar que o coração de Dom Pedro I está no Brasil como parte das comemorações do bicentenário de Independência do Brasil. Muitas pessoas ficaram surpresas ao saber que o coração de Dom Pedro I não foi enterrado junto com o corpo, mas essa curiosidade se deve a um pedido do próprio primeiro imperador, ainda em vida. 
 
Ao adoecer em 1934, Dom Pedro I previu que sua morta estava próxima. Por isso, organizou todas as questões legais do reinado de sua filha antes que morresse. 

O ex-imperador brasileiro sofria de tuberculose e, antes de morrer fez um pedido inusitado: que seu coração fosse enterrado na cidade do Porto em Portugal, onde teve apoio quando precisou, nos seus últimos dias, e que viveu durante parte da Guerra Civil. Já o corpo está no Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo, há anos. 

Após a sua morte, teve o coração retirado do seu corpo e colocado em uma urna na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto. Já seu corpo foi enterrado em Lisboa, mas, em 1972, seus restos mortais foram trazidos para o Brasil.  

O coração de Dom Pedro I está há 187 anos em um recipiente de vidro, embebido em formol. Como segurança, ele se encontra em urna de madeira, com cinco chaves.

Faço votos que você tenha gostado e aprendido um pouquinho com a coluna de hoje. Obrigada pela leitura até aqui, espero que tenha gostado, semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 
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