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Qual a origem da expressão: fulano fala mais que o homem da cobra. Afinal, quem é o Homem da Cobra?

Conheço duas versões para essa expressão, uma delas é de um indivíduo que costumava aparecer nas praças do interior com uma cobra no pescoço e uma banca montada com vidros de um tal de “elixir da saúde”. O sujeito desembestava a falar sobre o produto, fazia tanto barulho que chamava a atenção das pessoas e não dava tempo a ninguém de perguntar fosse o que fosse – sobretudo que pudesse colocar em dúvida a eficácia de seu miraculoso remédio.

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Garantia a cura de dor de cabeça, mal de mulher, dor de estômago, prisão de ventre e jurava que o medicamento também acabava com as lombrigas de crianças e adultos.

“Leve esse frasco para casa e você não terá mais problemas de doenças em sua família”, “deixe de gastar seu precioso salário com médicos”!

A cobra não era ingrediente do elixir, apenas servia para chocar o público e atrair a ingenuidade do povão. Quanta picaretagem!

Mas a versão que garante a origem da expressão, ocorreu em meados do século 20, na cidade de Monte Santo, em Minas Gerais, morava uma família que havia emigrado para o Brasil, proveniente do Sul dos Estados Unidos. Seu patriarca se chamava Charles Seven. Charles, com seus quase dois metros de altura, pele branca e sardenta, um legítimo red neck, logo atraiu a atenção das mocinhas casadoiras da região. O que tinha de sinhá moça chovendo em sua caixa registradora era um absurdo. Mr. Seven logo se enrrabichou por Do Carmo, pele branca, cabelos negros e olhos de jabuticaba. Tiveram vários filhos e foi assim, de forma resumida, que começou a se consolidar o clã dos Seven. Logo que aqui chegou, estabeleceu-se como emprestador de dinheiro, logo virou banqueiro e financiador de mais da metade dos custos agrícolas de famílias da região envolvidas com a plantação de café. Implacável a respeito dos prazos e juros relativos a seus empréstimos, tornou-se muito temido.

Ganhou fama como “homem da cobrança” e tudo fazia para reaver valores emprestados e não pagos no devido tempo. Charles Seven era capaz de falações e discursos intermináveis que produziam o efeito de um mantra hipnótico em seus devedores, como algumas cobras supostamente são capazes de paralisar suas presas, fazendo com que eles acabassem por pagar o que deviam a ele.

O homem da cobrança se transformou no fulano que falava mais que o homem da cobra, ou seja, da COBRAnça… Com o passar do tempo: fulano fala mais que o homem da cobra.

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