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Sul de Santa Catarina trabalha para receber o 5G

Previsão de chegada é 2026, mas a busca é por antecipação; Tema esteve na pauta de audiência pública na noite desta quinta-feira, dia 17

O mundo tem falado do 5G. Indústria, comércio, educação, realidade virtual, tudo que envolve a tecnologia do futuro espera pela 5ª Geração de Redes de Comunicação Móvel.  Mas evoluir tecnologicamente requer implementações e melhorias de infraestrutura e legislação. No Sul de Santa Catarina, comunidade, órgãos e entidades públicas e civis se reuniram em uma audiência pública na noite desta quinta-feira, dia 17, proposta pelo vereador Nícola Martins (PSDB). O diálogo ocorreu no Salão Ouro Negro, na Prefeitura de Criciúma.

Na expectativa da chegada do 5G, o objetivo é ter uma região mais do que preparada, com potencial para atrair o movimento econômico que chegará junto da tecnologia. “Esta geração tem que chegar até o município em 2026. Se trabalharmos regionalmente, com outras cidades tendo a mesma legislação de Criciúma ou uma próxima, conseguiremos mostrar para as empresas que será benéfico trazer antes a tecnologia para cá”, destacou Nicola.

A 5ª Geração não será apenas uma conexão 100 vezes mais rápida e com capacidade para mais dispositivos agregados. A melhoria de desempenho impactará positivamente questões como estabilidade, cobertura, conexão em massa à nuvem e abrirá caminho para a concretização da IoT (Internet das Coisas). “Isso permitirá que aplicações sejam desenvolvidas trazendo novidades completamente ruptivas comparadas ao que temos hoje”, frisou Fernando Gomes de Oliveira, coordenador do Grupo de Trabalho Sobre o 5G da Vertical de Cidades Inteligentes da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate).

Agora, após a audiência, o objetivo do vereador Nícola Martins é protocolar um projeto de lei que mude a legislação na região. Assim como o 3G e o 4G, o sinal do 5G também é enviado por ondas de rádio, transmitidas entre uma antena e o telefone celular. E é aí que está o maior ponto de gargalo para o ingresso da tecnologia. “A gente tem restrições, por exemplo, que não se enquadram mais no momento atual, limitando áreas e frequência. Isso não é competência municipal. Mudar essa regulamentação e dar condições para que as antenas sejam colocadas no espaço urbano é muito importante”, explicou Nícola. 

As ondas do 5G percorrem distâncias mais curtas que as tecnologias habituais. Por isso, há necessidade de mais antenas. “São equipamentos pequenos, no tamanho de caixas de sapatos. Um dos mitos que envolvem esse tema tem a ver com a saúde e deve ser quebrado”, ressaltou o vereador. 

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se pronunciou sobre o tema, frisando que não existem estudos científicos que relacionem a nova conexão com riscos para a integridade física humana. Conforme Oliveira, o advento desta Geração poderá ainda potencializar tecnologias para medicina e outras áreas “A questão que o 5G provoca câncer é um mito. A luz do sol provoca mais danos que a radiofrequência utilizada. E, com uma comunicação muito mais ágil, teremos avanços de qualificação tecnológica e treinamento de profissionais”, pontuou o coordenador.

5ª geração pode chegar antes do planejado

Para ilustrar o que é na prática o 5G, uma comparação foi feita em pesquisa do jornal americano The Wall Street Journal: baixar uma playlist de 1 hora no Spotfy demorava cerca de 7 minutos com o 3G, 20 segundos com o 4G e, com a 5ª geração esse tempo seria de 0,6 segundos.

Esse ganho tecnológico traz necessidades, que, conforme Oliveira, podem ser resolvidas se os poderes públicos trabalharem em conjunto.  “A grande diferença entre o que está por aí e o 5G é de fato a quantidade de antenas, até 20 vezes mais. Os municípios têm um papel fundamental, adaptando as leis e agilizando essa implementação”, completou. 

O cronograma nacional prevê que cidades acima de 200 mil habitantes tenham o 5G até junho de 2026. Nas capitais, a expectativa é a chegada da tecnologia ainda em 2022. Conforme o projeto de lei do vereador, o objetivo é se apresentar como uma frente unida com mais de 500 mil pessoas e atrair investimentos antes.

 

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