Sopelsa faz balanço do ciclo de 24 anos no parlamento catarinense
Durante a atual legislatura, o parlamentar classificou sua gestão como um grande desafio, lembrando que assumiu a presidência pós-pandemia de Covid-19 e em um ano que foram realizadas eleições gerais
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Moacir Sopelsa (MDB), que encerra um ciclo de 24 anos no parlamento catarinense, fez um balanço positivo do período, enaltecendo o trabalho e a parceria com os demais deputados. A avaliação acrescenta ainda a realização de um mandato que valorizou a transparência e voltado para as pessoas.
Durante a atual legislatura, o parlamentar classificou sua gestão como um grande desafio, lembrando que assumiu a presidência pós-pandemia de Covid-19 e em um ano que foram realizadas eleições gerais. “A Assembleia teve a grandeza, todos os 40 deputados, de cada um defender suas ações e metas políticas, mas sempre com respeito e transparência. Esse ano eleitoral exigiu de todos nós um respeito, de que cada um defendesse seus projetos, mas sem manchar o nome do Parlamento, assim foi feito, todos cumpriram com seus compromissos.”
Sopelsa salientou que a Assembleia não sofreu nenhum prejuízo em seus encaminhamentos e ações. “Foi um ano positivo, onde nós e o governo do Estado podemos contribuir. Desde o primeiro ano do governador Carlos Moisés conquistamos o pagamento das emendas impositivas, uma luta de anos, e todas foram pagas, totalizando mais de R$ 1,5 bilhão que os deputados puderam levar para seus municípios e atender as pessoas. Acredito que podemos sair daqui de cabeça erguida pelo dever cumprido.”
Lembrou que a Assembleia Legislativa contribuiu repassando recursos para o Executivo para atender as emergências, tanto na estiagem como nas enchentes. “Acredito que Santa Catarina está trabalhando para ter um projeto mais definitivo na questão de apoio contra as estiagens nas cidades e no campo. A Alesc contribuiu com isso, alocando recursos, liberando recursos do duodécimo, assim foi feito nos momentos de calamidades, quando ocorreram as enchentes, para que o governo pudesse atender melhor as pessoas.”
O deputado reforçou o agradecimento a todos os servidores do Parlamento, enfatizando o trabalho da imprensa da Casa, divulgando as ações de cada um dos 40 deputados, os projetos que foram apreciados e os debates parlamentares. “Não tenho dúvida alguma sobre a importância do trabalho dos 40 deputados, que tiveram a consciência de pensar nas pessoas, nos mais humildes. Para o ano que vem, tenho certeza, o grande debate será a questão dos incentivos fiscais, há de se olhar isso de ponta a ponta, de se eleger prioridades. De olhar quais os incentivos que estão trazendo benefícios para todos os catarinenses. Quais estão desenvolvendo o estado, para que a gente possa continuar com a planta diversificada e de continuar com essa cultura de atividades diversificadas, na agricultura, indústria e no comércio. Somos exemplo para o país e para o mundo.”
Ciclo político
Sobre o encerramento do seu ciclo político, Sopelsa lembrou que ingressou há 24 anos como deputado estadual, dos quais dois mandatos como secretário da Agricultura, onde pode colocar em prática suas ideias. “Em todos os mandatos, exitosos, sempre segui o conselho do meu pai, de não prometer aquilo que não pudesse cumprir e não viver apenas para a família, já que todos os meus eleitores eram minha família. Em toda minha condição política elegi as pessoas e nos meus mandatos procurei seguir esse exemplo de respeitar as pessoas, de ouvir as pessoas, de muitas vezes ficar sentido de não poder atender aquilo que as pessoas mereciam. O que mais me deixa feliz foi de ter construído amizades, de ter conhecido pessoas, de ter respeitado as leis, de ser transparente e ser republicano em todas as minhas ações.”
Destacou ainda que no período em que esteve no Executivo, conseguiu encaminhar um projeto que apresentou quando ingressou no Parlamento, o Programa Vale-Leite, que possibilitará a distribuição gratuita de um litro de leite por semana para estudantes de baixa renda matriculados no ensino fundamental da rede pública. A medida vai beneficiar mais de 88 mil alunos a partir de 2023.
“Esse projeto tem um alcance social muito grande e foi algo que apresentei aqui há alguns anos, mas foi vetado, e agora tive a oportunidade de transformar em lei. É um projeto que atende nossos produtores, nossas indústrias e especialmente as famílias carentes”, disse.
Emocionado, afirmou que vai continuar na política. “Desde 1976 me filiei ao MDB e contínuo, sempre participei, antes da política partidária fui da política do associativismo. É muito difícil deixar de fazer política, está no sangue, quero contribuir, estarei à disposição desta Casa. Quero continuar trabalhando enquanto Deus me der saúde, o trabalho também é saúde. Se for para casa, se achar que não sirvo para mais nada temo que minha vida não será longa, por isso vou continuar com espírito de luta e de trabalho.”
O deputado também enalteceu a importância da família. Lembrou dos pais, dos sete irmãos, da esposa Valentina e das três filhas e neta. “A Valentina sempre foi uma parceria, muitos dizem que ela era responsável pela maioria dos meus votos, mas acho exagerado, podemos dizer 50% de cada um. Só tenho que agradecer a parceria dela, das minhas filhas, da minha neta Sofia, de todos.”
Trajetória
Moacir Sopelsa, nasceu em Concórdia, no Oeste catarinense, em 6 de setembro de 1946. É um dos deputados mais experientes da Alesc, com seis legislaturas consecutivas. É agropecuarista e atuou como dirigente de entidades representativas da suinocultura, como a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).
Sempre filiado ao MDB, ingressou na vida política em 1982, quando foi eleito vereador em Concórdia. Nos anos 1980, foi secretário municipal da Agricultura, Indústria e Comércio. Em 1992, elegeu-se prefeito de Concórdia, para o mandato 1993-1996. Em 1997, atuou como secretário-adjunto da Casa Civil de Santa Catarina.
Em 1998, candidatou-se a deputado estadual e foi eleito para o primeiro mandato, com 19.484 votos. Desde então, sempre se reelegeu para o cargo. Foi duas vezes secretário de Estado da Agricultura, entre os anos de 2003 e 2006, no governo de Luiz Henrique da Silveira, e 2015 a 2018, na gestão de Raimundo Colombo. Na Alesc, foi presidente de comissões permanentes e, no biênio 2011-2013, ocupou a 1ª vice-presidência. Também foi líder da bancada do MDB, em 2014. Em outubro deste ano, ficou um mês como governador em exercício.