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Se você não gosta de política, evite Florianópolis no dia 23

Nada menos do que oito partidos já definiram o dia 23 de julho, um sábado, como a data para a escolha dos candidatos ao Executivo, ao Senado e à Assembleia e Câmara dos Deputados ou para ratificar alianças.

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Na lista aparecem o PP, de Esperidião Amin, que ainda costura alianças para vice e ao Senado, que se reunirá a partir das 9h, na Associação Catarinense de Medicina, na SC-401; e o MDB, no mesmo horário, no Auditório Antonieta de Barros, da Assembleia, em um clima de confronto interno pleno se Antídio Lunelli mantiver a inscrição para disputar o governo e se o restante do partido que tem mandato e influência bater o pé pelo apoio à reeleição do governador Carlos Moisés.

Do outro lado da avenida Gustavo Richard, no CentroSul, às 14h, o ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil), fará o encontro com uma chapa definida, na parceria com o PSD de Eron Giordani e Raimundo Colombo, e mais o acréscimo do Patriota.

Ainda no sábado, Moisés e o Republicanos recebem filiados na convenção, no plenário da Assembleia, que horas antes, alguns metros dali, já terá passado pela prova de fogo da decisão dos emedebistas.

Em um cenário otimista, Moisés e o partido, que terão na coligação o acréscimo de Podemos, Democracia Cristã e PSC, que também farão convenção no mesmo dia 23, poderão comemorar a chegada do MDB, com todas as cicatrizes de guerra ou de parte significativa dele, caso vença a tese da candidatura própria.

Por todos os enlaces e desenlaces que devem ocorrer, o sabadão eleitoral oscilará entre uma série de festas julinas ou um enredo que lembra um dramalhão ou a antecipação de helloween por conta dos tons sem alegria, depende de quem for o vencedor das estratégias.

Precavido

O senador Jorginho Mello (PL), que ainda comemora o fechamento da CPI da Chapecoense como se fosse um gol, ao buscar, em Londres, junto a seguradora Tokio Marine, em um fundo humanitário, a indenização de U$ 25 milhões (mais de R$ 200 milhões) para as 71 famílias das vítimas do acidente com a equipe, na Colômbia, que pode aumentar, foi cauteloso na hora de marcar a convenção.

Fará o evento no último prazo, dia 5 de agosto, sinal de que espera por acontecimentos aos 49 do segundo tempo, pois precisa de aliados, embora há quem defenda a chapa pura em função do 22 de Jair Bolsonaro.

Expectativa

A decisão desta quarta (13) da Frente Democrática não deve alterar a intenção de fazer a convenção na segunda, dia 25 de julho.
Os oito partidos pretendem estar juntos na Assembleia (foto), local que reúne o maior número de eventos partidários desta eleição.

No ataque 1

Bastou Udo Döhler dizer sim aos deputados e prefeitos do MDB, aceitar a condição de vice na chapa de Moisés, para Antídio Lunelli lançar pesada bateria nas redes sociais contra o ex-aliado que agora chama de “traidor”.

Antídio mantém a retórica de que o partido tem que pegar os exemplos de glória do passado, ter candidatura própria, ilustrado por um clipe de imagens históricas, muitas delas com os ex-governadores Luiz Henrique e Casildo Maldaner, que ajudaram a construir o tamanho da legenda.

No ataque 2

Mas Antídio escorrega em carregar imagens de Mauro Mariani e Dário Berger no vídeo, que nem mais militam pela causa e deram o fora depois do fracasso eleitoral de 2018, que encolheu a sigla.

Sem esquecer de reafirmar que Luiz Henrique construiu a maior sequência de vitórias do partido ao formar a tríplice aliança com Jorge Bornhausen, cedeu espaço para outros partidos, elegeu Raimundo Colombo (DEM, depois PSD) duas vezes, situação criticada à época nos mesmos termos argumentados por Antídio.

Que retórica

Viralizou nas redes sociais as imagens de uma reunião onde está presente o pré-candidato ao Senado Jorge Seif Júnior (PL), quando, entre um palavrão e outro, o questionável Zé Trovão detona o prefeito João Rodrigues (PSD) e o pré-candidato Gean Loureiro (União).

Marco Antonio Pereira Gomes ou Zé Trovão, que se autointitula líder dos caminhoneiros sem ter o reconhecimento por boa parte da categoria, reforça o discurso conservador de que Seif será o eleito e que João não tem força para “derrubar” o senador Jorginho Mello.

Projeção

O vice-prefeito de Criciúma Ricardo Fabris, que é do PSD, arrisca um palpite sobre os tucanos do prefeito Clésio Salvaro e crava que, embora exista o desejo do PSDB estar com Moisés, a falta de posição na chapa majoritária dificulta o casamento.

Em entrevista à Rádio Cidade em Dia FM, Fabris acredita que o caminho da tucanada será com o senador Esperidião Amin (PP), que deve oferecer posições mais generosas na chapa majoritária e ajudar no projeto do PSDB de eleger deputados.

Ornitorrinco

O papel aceita tudo, mas as especulações políticas, muitas vezes, ultrapassam o limite do razoável, beiram a insanidade ou ao desespero explícito.

Uma das últimas diz respeito a um convite que teria partido do time de Gean Loureiro para atrair o PSB, de Cláudio Vignatti e Dário Berger, para a aliança com PSD e Patriota.

Se consolidada, esta construção integraria o partido do vice de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin, hoje com mais votos de esquerda do que de centro, e acrescentaria um problema para explicar a costura para eleitores da direita, um verdadeiro ornitorrinco eleitoral, com uma parte de cada lado do espectro político.

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