Saiba o que é lipedema, doença que afeta mais de 5 milhões de mulheres no Brasil e é confundida com obesidade
Fisioterapeuta fala sobre opções de tratamento que podem transformar a vida de pacientes que sofrem com o problema
Você conhece alguém que tenha um acúmulo de gordura muito grande em uma parte do corpo? Uma quantidade anormal e que fica concentrada em regiões específicas, como pernas, braços, joelhos e coxas, por exemplo? Essa condição tem nome: se chama lipedema.
Pouca gente sabe, mas o lipedema é uma doença crônica que atinge quase exclusivamente as mulheres e causa desconforto, dor e piora da qualidade de vida. Ela costuma aparecer no início da puberdade e facilmente é confundida com obesidade. No mundo, a estimativa é que 10% das mulheres sofram dessa condição. No Brasil, são cinco milhões.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), o lipedema é uma doença crônica e progressiva caracterizada pela deposição anormal de gordura em membros inferiores e que, às vezes, pode acometer membros superiores.
“O acúmulo de gordura é uma característica comum tanto na obesidade quanto no lipedema. A diferença é que a gordura do lipedema tende a formar nodulações no tecido subcutâneo, além de ter um componente inflamatório importante” explica a fisioterapeuta Karina Ferreira, mestre em Ciências da Saúde e especialista em dermatofuncional.
Diagnóstico
Não há um exame específico para diagnosticar o lipedema. O diagnóstico precisa ser feito por um especialista, de maneira clínica e atenta, ouvindo as queixas da paciente e percebendo a sensibilidade nessas partes do corpo.
Ainda segundo a SBACV, entre as queixas mais frequentes dos pacientes estão: dor (principalmente à palpação), dificuldade de mobilidade, inchaço e hematomas frequentes. Ainda pode haver associação com outras doenças, como insuficiência venosa crônica, linfedema e obesidade.
Tratamento multidisciplinar
O tratamento clínico do lipedema envolve uma abordagem multidisciplinar e a combinação de diversas estratégias para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, segundo o Instituto Lipedema Brasil. Além disso, é fundamental que o tratamento esteja acompanhado da prática de atividade física e da adoção de uma alimentação saudável.
A paciente ainda deve contar com o auxílio de um fisioterapeuta, já que através de técnicas como drenagem linfática, meias elásticas ou enfaixamento compressivo, exercícios terapêuticos e associação de equipamentos modernos, é possível melhorar o inchaço, a fibrose, a celulite, a dor e controlar a inflamação segundo o Instituto.
E embora todas as opções listadas acima sejam necessárias e eficazes, a procura de cirurgias para tratamentos e soluções mais precisas tem sido cada vez maior. Solução cirúrgica
Segundo a fisioterapeuta Karina Ferreira, estudiosa do tema, o tratamento cirúrgico para lipedema está se tornando cada vez mais conhecido. Por meio da lipoaspiração realizada por cânulas de pequeno calibre, é aspirado o tecido gorduroso doente. A cada procedimento, é possível remover até 7% do peso do paciente em litros de gordura, o que traz um resultado significativo e satisfatório em pouco tempo. “O objetivo com a cirurgia é devolver a qualidade de vida para essa mulher que sofre, às vezes, há anos, décadas e acredita que não tem solução para o caso. É incrível ver o quanto a autoestima e a saúde melhoram depois do procedimento”, explica a profissional.
Mas a especialista faz um alerta importante. “É preciso que o paciente busque profissionais experientes, atualizados, atentos às mudanças e melhorias na área da saúde. Hoje temos muitos recursos disponíveis, mas precisam ser usados com responsabilidade por pessoas que tenham conhecimento e capacidade para isso”, destaca Karina.
Karina é pioneira no tema e estudiosa da área. Atualmente, referência no mercado, ela atende pacientes no Brasil todo. Recentemente, a fisioterapeuta promoveu uma roda de conversa, em formato de podcast para tratar de fisioterapia e saúde. Confira!