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As lições que cabem sobre a Operação Alcatraz

A juíza Janaína Cassol Machado, da 1ª Vara Federal da Capital, não aceitou as três denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal contra o deputado Julio Garcia (PSD), no âmbito da Operação Alcatraz, mas isso não encerra a reflexão sobre o fato, tampouco afasta os danos políticos e à imagem do parlamentar e à família dele, três filhos e à mãe deles.

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Se a decisão deve ser vista como uma vitória para Julio, devemos avaliar o desgaste que iniciou-se em 2019 com a ação espetacularizada da Polícia Federal, depois repetida com pedidos de prisão e o uso de tornozeleira eletrônica, sempre com foco no “peixe grande”, sem entrar no mérito do objeto da investigação: a formação de uma organização criminosa dentro da administração estadual, que fraudava contratos para obter lucros espúrios.

O benefício para o parlamentar começou com o questionamento da prerrogativa de foro, já que, à época dos fatos investigados, Julio era conselheiro de Contas do TCE de Santa Catarina, até chegar à anulação das provas produzidas, determinada pelo STJ, que levou à “ausência de justa causa para o exercício da presente ação penal”, descrita pela magistrada.

Nada do que está na Operação Alcatraz foi esquecido ou elucidado por completo, há denúncias aceitas, gente que ficou muito tempo detida, que ainda responde por supostas irregularidades cometidas, mas o que se questiona é o estrondo feito em cima do primeiro momento, que poderia ter um prejuízo irreparável a Julio Garcia, que circunstancialmente ganha musculatura e força para disputar a reeleição, ou a quem estivesse na posição dele, situação delicada que se agrava para qualquer cidadão.

E agora, Jorginho?

A falta de aliados para apoiar a pré-candidatura de Jorginho Mello (PL) ao governo ganhou mais um capítulo com o PTB, que anunciou o engenheiro Carlos Werner com pré-candidato ao governo.

Habilmente, os petebistas catarinenses condicionam a conversa com os demais pré-postulantes bolsonaristas, desde que abram a vaga ao Senado ao deputado Kennedy Nunes, presidente da sigla.

Esta é a prova de que, para Kennedy, a indicação do nome do desconhecido Jorge Seif Júnior (PL) não foi superada e há muito ganhou contornos de traição no meio conservador do Estado.

Por falar

Se o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) assumir interinamente a Presidência da República, o maior interessado estará em Santa Catarina, o senador Jorginho Mello.

Seria mais um gesto de Bolsonaro em direção ao Progressistas, capaz de provocar reações na cúpula da sigla e empurrar o partido a apoiar Jorginho no Estado.

Proposta

A coletiva de Bolsonaro sobre a proposta de 17% de teto para o ICMS de combustíveis, comunicações, transportes coletivos e energia elétrica atrasou porque o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relutava em participar.

Bolsonaro insiste na tese da compensação aos estados como forma de aprovar a medida, sem que exista certeza sequer de que a redução do maior imposto estadual terá efeitos nas bombas de combustível, matéria eleitoral com certeza.

Sobra candidato a senador

O MDB só se reúne no dia 13 deste mês, mas, até lá, se o humor do presidente Celso Maldaner não sofrer nenhuma alteração, não só o apoio ao governador Carlos Moisés monopolizará as atenções.

A disputa por uma vaga ao Senado no maior partido do Estado promete um capítulo à parte, com as pré-candidaturas de Edinho Bez (que defendia a candidatura de Dário Berger), Rogério Peninha Mendonça (bolsonarista, que apoia Antídio), Antídio Lunelli (que teria uma saída honrosa) e do deputado Carlos Chiodini (que foi o maior incentivador da pré-candidatura de Antídio).

Não desistiram

Pelo jeito, o PSD não desistiu de tentar influenciar Antídio Lunelli a dificultar a coisas para a aliança do MDB com Moisés.

Basta observar o empenho em defender uma disputa interna para que a situação só seja resolvida na convenção, dia 5 de agosto, o que representaria uma dificuldade não só para o governador pré-candidato à reeleição, mas ao partido de Antídio.

Se o ex-prefeito de Jaraguá do Sul cair nessa, ajudar a Eron Giordani a fortalecer a condição de vice de Gean Loureiro (União Brasil), algo condicionado ao apoio emedebista à chapa, deve repensar a sua condição de político, melhor voltar para a vida empresarial, urgente.

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