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Qual a origem e significado da palavra “puta”?

Você sabia que a palavra 'deputado' é derivada da palavra 'puta'? Ambas originárias do verbo 'putare' em latim

Há muitas versões sobre as possíveis origens da palavra “puta”, termo que hoje é ligado à prostituição, prestação de serviço sexuais em troca de pagamento.

Em latim, putta é menina. O verbo putare vem da raiz putus, que significa limpo ou puro, e tem muitos derivados em português, como os termos amputar, computar, reputação, deputado, entre outros. Ainda hoje, em Portugal, putinhos quer dizer crianças pequenas (enquanto puta, no feminino, é como aqui). Mas além do português, o sentido sexual existe em espanhol, francês e italiano. Como isso aconteceu é um mistério.

“Evidentemente, eu diria “que eu morra se já não perdi este puto”. Mas se as boas maneiras me proíbem realmente de dizê-lo, não direi: “perdi este garoto”.

Esses versos latinos, do final do século I a.C., seriam um dos primeiros registros em que puto, que era equivalente a jovem, se associa com a prostituição. Dalí em diante a palavra passou a ser utilizada em sua forma feminina.

Putta era a deusa menor da agricultura, ligada às atividades agrícolas, que preside a poda das árvores

Uma versão sobre a origem da palavra, fala da deusa Putta, uma das divindades agrícolas, responsável pela poda (putta, em latim). Mas existem controvérsias se Putta seria uma deusa Romana ou Grega, o que se sabe é que seria uma deusa menor da agricultura, responsável pela poda das árvores, muito importante para a fertilidade e melhoria dos frutos.

Na mitologia Grega, existe uma deusa com este nome, pouco conhecida. A deusa Putta, seria uma deusa menor, deusa da poda, isso mesmo, “Putta” seria a Deusa da Poda das árvores e das vinhas. Seguidora de Dionísio, deus que sempre esteve ligado à uma espécie de boêmia, Putta não deixa por menos, sendo a deusa da poda, importante fase de fecundidade para a agricultura – uma poda bem feita, na época correta garante a produção de bons frutos às árvores frutíferas – a deusa era homenageada com festas e orgias.

Diz a história que no dia da poda, suas devotas, sacerdotisas, se reuniam na floresta e celebravam o momento com danças, com música, com toques e trocas, com desejo e prazer. Tudo em honra à força que surge nas plantas depois que são podadas. Algumas fontes referem-se a estes bacanais sagrados como sendo apenas entre mulheres, já outros textos que li falam desses encontros como celebrações em que os homens poderiam participar, uma vez que pagassem pela participação, e é daí que surge o conceito de “puta” como troca de prazer sexual por dinheiro que temos nos dias de hoje.

Nesta época, as mulheres que desejavam engravidar agitavam ramos das árvores, como a segunda mulher “rameira” da figura acima – essas sacerdotisas, seguidoras da tal deusa, se ofereciam para o sexo, podiam participar da “orgia” aqueles que pagassem certa quantidade para a deusa, por isto estas mulheres ficaram conhecidas como aquelas que ofereciam sexo em troca de pagamento: putas.

Até fins da Idade Média, era costume na Espanha pendurar um ramo nas portas das tabernas para indicar que não se tratava de casas particulares e, assim, chamar a atenção dos clientes.

Por essa razão, as damas as chamavam de rameras, uma palavra que soava mais decente que prostituta. Este vocábulo aparece registrado pela primeira vez no espanhol no final do século XV.

Explicado? Vou falar um pouco mais, para os que gostam de mitologia.

Deméter, para os gregos é a deusa mãe, a que protege a agricultura

Démeter, deusa da colheita, da agricultura, viajou ao Inframundo para resgatar a sua filha Perséfone, sequestrada por seu tio Hades. Durante a longa viagem, a deusa foi acolhida pelo rei de Eleusis, Céleo, quem lhe ofereceu hospedagem para descansar e recuperar as forças. Démeter, para agradecer a hospitalidade, decidiu transformar um dos filhos do rei em um deus, Triptólemo, e lhe ensinou as artes da agricultura para que ele divulgasse os conhecimentos àquela região da Grécia.

Démeter teria tido algumas relações com o príncipe e assim concebeu uma semideusa a qual chamaram Puta (menina). Condicionada por seus genes, a menina, nasceu com o dom para a prática agrícola da poda das árvores, atividade que melhorava a qualidade dos frutos procedentes dos arbustos.

Com o passar do tempo, sua reputação se difundiu por toda a Grécia, até que passou a ser adorada pelos agricultores, que em sua honra decidiram realizar festas em cada poda das árvores. Como sucedia em toda festividade, Dioníso (o Baco para los romanos) era o primeiro convidado, já que, era o deus do vinho e do êxtase sexual, requisitos que derivavam em suas festas bacanais (de Baco) das que todo anfitrião queria desfrutar.

O mesmo passou a ocorrer nas festas das podas (do latim putabis) das árvores, para participar das festas, como já mencionado, era cobrado, pois nesse dia em que podavam as árvores, as sacerdotisas exerceriam a prostituição sagrada em honra à deusa.

Com o passar do tempo, o nome da deusa Putta/Puta virou sinônimo de prostituta, e passou a ser ligada rapidamente a troca de dinheiro por sexo. Mas muitos linguistas desconfiam que é só uma etimologia popular, invenção do povo.

Tem aquelas palavras que mudam e evoluem com o tempo, tem outras que se mantêm mas o seu sentido muda. Ou não.

Você já tinha parado pra pensar sobre a origem dessa palavra? Obrigada pela leitura até aqui, espero que tenha gostado, semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais:
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