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Qual a origem da expressão popular “Bicho de sete cabeças”?

A expressão bicho de sete cabeças é tão antiga que nem se sabe muito bem como surgiu. Existem duas versões, alguns dizem que vem da Bíblia, mas há quem afirme que vem da mitologia da Grécia Antiga.

A Grécia Antiga é responsável por muitas das expressões populares que nasceram dos mitos e lendas. Heróis, deuses, ninfas, titãs, centauros e outras figuras fantásticas foram inventados há mais de três mil anos e continuam bem presentes nas nossas conversas, nos filmes ou na literatura.

O dito popular bicho de sete cabeças, usada muitas vezes para dizer a alguém que as dificuldades não são tão grandes como julga. Ao que tudo indica surgiu na mitologia grega, mais precisamente na história da quase invencível Hidra de Lerna.

Hera não era apenas a madrasta de Hércules, mas também, segundo uma lenda, foi sua babá. Apesar dessa conexão íntima, ela nunca gostou dele por ser filho de Zeus, o principal deus da mitologia grega, e de Alcmena, uma simples mortal. Hera tentou matar Hércules, logo depois que ele nasceu, e como não conseguiu, ela usou os seus poderes para enlouquecê-lo momentaneamente, fazendo com que assassinasse os próprios filhos.

Hércules teve então de cumprir 12 trabalhos perigosíssimos e praticamente impossíveis para os crimes fossem perdoados.

Matar a Hidra de Lerna foi apenas a segunda tarefa a ser-lhe atribuída. Era uma criatura de meter medo até aos mais valentes. Com corpo de dragão, tinha sete cabeças (em algumas versões nove cabeças) e vivia num pântano. E tão malcheirosa, que bastava um único bafo do seu hálito venenoso para matar qualquer mortal ou semideus, como é o caso de Hércules.

Como se não bastasse, cada vez que ele cortava uma das cabeças, nascia outra no seu lugar. Ao ver que a estratégia não resultava, Hércules pediu ao sobrinho Lolau para queimar a parte arrancada com um pedaço de madeira em brasa, evitando que as cabeças voltassem a nascer. A última cabeça, considerada imortal, foi sepultada com uma enorme pedra por cima, e a criatura só foi derrotada ao ter o coração perfurado. E assim o bicho de sete cabeças foi derrotado.

E então surge aí a expressão que através dos 12 trabalhos de Hércules deram origem para designar aquelas tarefas que exigem um enorme esforço e nos dão muito trabalho a executar.

Existe ainda a outra teoria para a origem da expressão, relacionando-a com a primeira besta que surge é último livro do Apocalipse de São João na Bíblia, um monstro de sete cabeças e dez chifres.

Como todas as figuras bíblicas, esta criatura está carregada de simbologias. E para entender os seus significados, é preciso conhecer o período histórico em que o livro foi escrito. Viviam-se tempos tenebrosos para os cristãos, perseguidos e maltratados pelo Imperador Domiciano (81 a 96 d.C.). É por isso que, no capítulo 13 deste livro, a besta surge como a representação do Império Romano. As sete cabeças são as sete colinas da cidade Roma e os seus sete imperadores. E os dez chifres representam os 10 reis até Domiciano.

Mas, seja uma versão ou outra, a verdade é que “fazer um bicho de sete cabeças” tornou-se sinônimo de estar complicando algo que não é assim tão complexo.

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