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Qual a origem da expressão “Cavalo dado não se olha os dentes”?

Quando você ganha um presente, faz cara de quem não gostou, mas mesmo assim diz “cavalo dado não se escolhe os dentes”, pois não é de “bom tom” desdenhar ou colocar defeitos em algo que se recebe de presente. A boa educação manda agradecer e mostrar satisfação, mesmo que o objeto seja insignificante ou inadequado. Geralmente, a frase é usada nestas situações, mas qual a origem dela?

O ditado tem origem nos negócios de venda de cavalos. O dono sempre tenta fazer o animal passar por mais novo, o que representa um preço maior, porém os dentes do cavalo não nascem ao mesmo tempo, certo? O potro nasce sem dentes. Já dos seis aos dez dias de vida, as pinças começam a aparecer; os médios nascem dos 30 aos 45 dias e de seis a dez meses nascem os cantos. Aos dois anos de idade, os cavalos mudam a dentição e nascem dentes amarelados. Quanto mais velho for o animal, mais serão desgastados da mastigação os seus dentes.

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Os cavalos jovens possuem a dentição em uma linha vertical. Somente no quarto ou quinto ano de vida a arcada dentária estará completa. Após os cinco anos de idade, os dentes começam a se inclinar e se encontram em um ângulo. Já nos animais mais velhos, com 20 anos ou mais, esse ângulo de inclinação é mais agudo. Para quem conhece os eqüinos, não há como querer esconder a verdadeira verdade, mas se o cavalo for dado de graça, é melhor não olhar para os dentes, o que seria deselegante para quem o recebeu, e com certeza, constrangedor para quem o doou, principalmente se o fez para se livrar de um animal velho e de pouca serventia.

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Pensando bem, um presente, por mais inútil ou desagradável que seja, mesmo assim poderá ter utilidade. Principalmente, na hora de ir a um aniversário e a gente esqueceu de comprar uma lembrancinha. Pode-se passar adiante o presente e fazer uma economia. Com cuidado, é claro, de que o aniversariante não seja a pessoa que nos brindou com a referida inutilidade.

Portanto, a expressão está relacionada a dentição dos cavalos, pois é possível reconhecer os animais novos (e mais “úteis”) a partir da observação da arcada dentária. Entretanto, se o animal é um presente, não se deve olhar os dentes, pois constrangeria a pessoa que fez a doação.

Já o que podemos aprender com essa sabedoria popular, diz respeito à reação que se deve ter quando se ganha um presente. O provérbio orienta a não desdenhar ou falar mal de algo que se recebeu – ainda que o presenteado não goste muito da oferta.

Espero que tenha gostado de conhecer a origem dessa expressão. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais:

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