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Projeto sobre cultura africana e indígena traz nova proposta para rede municipal de ensino de Criciúma

Inicialmente dez escolas serão contempladas atendendo estudantes da educação Infantil ao 9° ano do Ensino Fundamental

Enriquecer o processo de ensino-aprendizagem das escolas por meio do projeto – “Culturas Africanas e Indígenas nas Unidades de Ensino”. Esta é a proposta da Secretaria de Educação de Criciúma que visa realizar palestras voltadas ao conhecimento das culturas indígenas e africanas a professores e alunos da rede.

A iniciativa é do Programa Municipal de Educação para Diversidade Étnico-Racial (PMEDER), em parceria com a Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Cultura Indígena na Sala de Aula-Escola (CISA) e o projeto Escola Virtual – “África do Jeito que Nunca Viu”.

De acordo com a coordenadora pedagógica Andreza Fidélis, o projeto surgiu da necessidade de trazer um conhecimento mais aprofundado sobre as culturas afrodescendentes e indígenas no ambiente escolar. “Planejamos esse projeto em parceria de forma que viesse de encontro à proposta pedagógica do município. Diante da avaliação feita, pretendemos ampliar a proposta a todas as unidades de ensino no próximo ano”, disse ela.

Inicialmente, dez escolas municipais serão contempladas atendendo estudantes da Educação Infantil ao 9° ano do Ensino Fundamental. Na última semana, dois encontros já foram realizados, o primeiro na última terça-feira, 23, na Escola Erico Nonnenmacher, no bairro Pinheirinho, com o palestrante e influenciador digital angolano Esmael Nzuzi dos Santos Gabriel. Na quinta-feira, 25, a palestra foi com o indigenista e educando de antropologia Felipe Bernardo.

“É necessário ressaltar que o ensino da cultura afro-brasileira e indígena é fundamental para o desenvolvimento de atividades e debates em âmbito educacional. Por essa razão, o tema se faz necessário para que esses grupos se sintam inseridos, e para que possam reconhecer sua própria história e a si mesmos enquanto cidadãos”, explicou o secretário de Educação Miri Dagostin.

Sobre as palestras

Dentro da proposta o influenciador digital Esmael Nzuzi dos Santos Gabriel, apresentou seu projeto Escola Virtual – “África do Jeito que Nunca Viu”, iniciativa já aplicada por ele em outras instituições. Segundo ele, a Escola Virtual surgiu com o intuito de trazer uma visão de África além do que se aprende em sala de aula. “Meu projeto surgiu com base na curiosidade dos meus colegas de faculdade. Como angolano, quero trazer minhas vivências do continente africano para as escolas brasileiras. Eu trago a história, a geografia e algumas curiosidades que servirão de experiência a eles”, frisou.

Conforme o diretor da escola, Deivid da Silva Pinto, trazer pessoas de fora da escola traz uma visão nova para os educandos. “Nossos alunos precisam muito conhecer essa visão extraclasse para desconstruir e desmistificar certas falas e preconceitos que ainda estão enraizados em nossa sociedade. Nossa escola estará sempre de portas abertas para este tipo de projeto”, ressaltou.

A partir do projeto nas escolas, o ensino da cultura indígena será inserido na sala de aula, para que os alunos tenham um contato maior e mais adequado a imagem do indígena. “Há uma necessidade de preparar os professores para tratar sobre a temática indígena para que haja a superação da invisibilidade histórica desses povos que se estende até o presente. Precisamos trazer os conhecimentos respeitosos de sua história e cultura, mudando, dessa maneira, a visão preconceituosa e discriminatória para com os povos indígenas”, explicou o indigenista Felipe Bernardo. “Nossa missão é fortalecer educadores e educandos para transformar a educação brasileira e possibilitar que os alunos desenvolvam o máximo do seu potencial na diversidade étnica e racial brasileira”, finaliza.

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