NotĆ­cias de CriciĆŗma e RegiĆ£o

Projeto auxilia na mobilidade de alunos da Apae de Orleans

Equipamento foi desenvolvido a partir de um projeto aprovado por professores do IFSC junto Ć  Fapesc, sendo doado Ć  instituiĆ§Ć£o assistencial

O resultado do projeto de automaĆ§Ć£o do processo de marcha utilizado no tratamento com o PediaSuit, utilizado por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para tratamento de pessoas com deficiĆŖncia, foi apresentado oficialmente nesta quinta-feira, 3, pelo Campus CriciĆŗma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Ć  Apae de Orleans. O equipamento foi desenvolvido a partir de um projeto aprovado por professores do IFSC junto Ć  FundaĆ§Ć£o de Amparo Ć  Pesquisa e InovaĆ§Ć£o (Fapesc), sendo doado Ć  instituiĆ§Ć£o assistencial de Orleans.

O equipamento foi entregue Ć  Apae de Orleans em novembro de 2022 e estava em perĆ­odo de testes. Ele Ć© resultado de um projeto aprovado pelo professor Diego Fabre, do CĆ¢mpus CriciĆŗma do IFSC, em chamada pĆŗblica da Fapesc para projetos de pesquisa aplicada no IFSC. Intitulado ā€œAutomaĆ§Ć£o do processo de marcha utilizado no tratamento com PediaSuitā€, o projeto recebeu R$ 25 mil para pesquisa, desenvolvimento e implantaĆ§Ć£o da autonomia do movimento de marcha utilizado pelas profissionais com os alunos atendidos pela Apae.

O evento contou com as presenƧas de conselheiros regionais da Apae, da presidente da FundaĆ§Ć£o Catarinense de EducaĆ§Ć£o Especial (FCEE), Jeane Rauh Probst Leite, e de representantes da Apae de Orleans, prefeitura municipal e direĆ§Ć£o do CĆ¢mpus CriciĆŗma do IFSC. Na ocasiĆ£o, as fisioterapeutas Morgana Righetto Zanin e Eduarda Borghezan apresentaram os resultados jĆ” verificados nos primeiros meses de uso do equipamento desenvolvido pelo IFSC.

O projeto

O PediaSuit Ć© um protocolo de terapia intensiva que utiliza um traje ortopĆ©dico para ajudar crianƧas com deficiĆŖncia a realizarem exercĆ­cios de caminhada (marcha). No equipamento convencional, o traje Ć© conectado a um trilho de uma gaiola funcional, onde o paciente realiza os exercĆ­cios. A automatizaĆ§Ć£o permite que a fisioterapeuta possa ter foco no paciente, controlando atravĆ©s de um tablet parĆ¢metros como a carga do paciente sobre a esteira e a velocidade da marcha.

ā€œA ideia deste projeto surgiu a partir de uma conversa com as fisioterapeutas que atuam na Apae de Orleans, que trouxeram essa demanda de fazer o processo automatizado deste equipamento, que comercialmente jĆ” existe. IncluĆ­mos neste equipamento o processo de elevaĆ§Ć£o, entĆ£o a fisioterapeuta consegue fazer o controle da distribuiĆ§Ć£o de carga dos pacientes, incluĆ­mos uma esteira ergomĆ©trica adaptada, onde temos toda a parte de controle de velocidade, e tudo isso Ć© controlado via tablet e controle remoto, tambĆ©m uma demanda apresentada pelas profissionais. Assim, a fisioterapeuta consegue acompanhar o paciente em tratamento, fazer toda a parte de controle e visualizar os dados do paciente no tabletā€, explica o professor Diego Fabre.

AlĆ©m de promover mais seguranƧa para os pacientes, a automatizaĆ§Ć£o do processo permite qualificar o atendimento realizado pelas fisioterapeutas. ā€œA diferenƧa de uma esteira com treino de marcha de suspensĆ£o para uma esteira convencional Ć© que o processo automatizado vai me proporcionar sustentar o paciente, eu consigo mensurar a descarga de peso adequada, alĆ©m de facilitar o treino de marcha, melhorar o alinhamento, facilitar a troca de passos e proporcionar melhor alinhamento corporalā€, explica a fisioterapeuta Eduarda Borghezan.

De acordo com Morgana Zanin, o protocolo PediaSuit Ć© utilizado em pacientes com diferentes tipos de deficiĆŖncia na Apae. ā€œUsamos no inĆ­cio da marcha nas crianƧas, quando estĆ£o em treino de marcha e vamos ensinĆ”-las a caminhar. Com a suspensĆ£o, facilita o caminhar delas. Vamos ensinar os primeiros passos, para depois passar para o andador, para a mĆ£o e conseguir a marcha automĆ”tica. TambĆ©m usamos com as crianƧas autistas, que tĆŖm a percepĆ§Ć£o corporal baixa, entĆ£o com a suspensĆ£o e o treino de marcha, automatizamos a marcha e com o tempo praticamente eles chegam Ć  marcha independente. TambĆ©m usamos em casos de lesƵes, em que a crianƧa nĆ£o terĆ” uma marcha independente, mas vamos fazer o treino para dar a posiĆ§Ć£o do pĆ©, melhorar a parte Ć³sseo-muscular, dar maior fortalecimento e fazer a prevenĆ§Ć£o de deformidades neste casoā€, explica a profissional.

A ideia do projeto surgiu a partir de reuniƵes entre os professores do IFSC e as profissionais da Apae, instituiĆ§Ć£o que jĆ” havia realizado um projeto em parceria com o IFSC, para o desenvolvimento de um guincho automatizado que auxilia na locomoĆ§Ć£o de pacientes. O CĆ¢mpus CriciĆŗma do IFSC vem realizando uma sĆ©rie de projetos semelhantes, vinculando os trabalhos de conclusĆ£o de estudantes de cursos como Engenharia MecatrĆ“nica e tĆ©cnico em EletrotĆ©cnica a uma aĆ§Ć£o de extensĆ£o junto a instituiƧƵes da regiĆ£o.

Para a diretora da Apae, Fabiana Hoffmann, parcerias como esta, envolvendo instituiƧƵes como Fapesc, IFSC e Apae, beneficiam todos os envolvidos. ā€œAƧƵes como esta tĆŖm o poder de transformar vidas, alĆ©m de fazer a diferenƧa no trabalho dos nossos profissionais. Neste caso, especialmente nossos educandos foram muito beneficiados, jĆ” que este projeto qualifica o atendimento a quem necessita de uma reabilitaĆ§Ć£o. Para os prĆ³prios alunos do IFSC estas aƧƵes sĆ£o importantes, para que eles tenham um olhar significativo para as pessoas com deficiĆŖnciaā€, afirma.

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