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Polícia desarticula esquema de lavagem de dinheiro via revenda de carros no RS, com desdobramentos em Imbituba

Seis pessoas foram presas. Também foram apreendidos 13 veículos, um jet ski, 3 armas de fogo, munições e R$ 70 mil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou na manhã desta terça-feira, 15, a “Operação Car Wash” para apurar um esquema desenvolvido para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. No Rio Grande do Sul, os mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Viamão, Sarandi, Santo Ângelo, Novo Hamburgo, Garibaldi, Canoas, Sapucaia do Sul e Estância Velha.

Em Santa Catarina, os policiais cumpriram três mandados em Imbituba, em residências situadas nos bairros Arroio e Centro. Foram apreendidos mais de R$39.000,00 em dinheiro, além de celulares e documentos de interesse para a investigação.

Seis pessoas foram presas. Também foram apreendidos 13 veículos, um jet ski, 3 armas de fogo, munições e R$ 70 mil.

Entenda o caso

Após 15 meses de investigações, a Polícia apurou que os lucros obtidos com a venda de drogas de uma facção, que tem base no Vale do Sinos, eram enviados para contas bancárias dos criminosos ou de seus familiares. O dinheiro era investido na compra de bens móveis e imóveis de luxo, na compra de carregamento de entorpecentes e armas de fogo e na compra e venda de veículos a partir de uma empresa com sede em Viamão (RS), num esquema que movimentou mais de R$ 17 milhões.

Conforme a Polícia, a Operação Car Wash mobilizou mais de 380 policiais civis e militares para o cumprimento de 124 medidas cautelares, dentre mandados de prisão, mandados de busca e apreensão, mandados de busca e apreensão de veículos, bloqueio de bens e de ativos em contas bancárias de integrantes do grupo.

Do total, são 61 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão preventiva. Também foram bloqueadas contas bancárias vinculadas a 47 CPF/CNPJ e 5 imóveis. Conforme a Polícia Civil, a conta central do esquema era vinculada a uma revenda, que recebia valores do tráfico para a compra de veículos. De acordo com as investigações, a empresa possuía o registro de 180 veículos e transferia com frequência carros para membros ou familiares da facção, além de fazer pagamentos para a facção (diretamente ou por meio de contas de passagem) e pagamentos para advogado da facção.

A quadrilha ainda cedia veículos para recolher dinheiro de pontos de tráfico. “Ao longo de 12 meses, a empresa transacionou com mais de 50 integrantes da facção e movimentou mais de R$ 17 milhões”, afirmou. A investigação iniciou em abril e 2022 a partir da troca de informações entre a Brigada Militar e a Polícia Civil. A facção com base no Vale dos Sinos já era investigada desde o final de 2021 e teve parte de suas lideranças presas pela prática dos crimes de tráfico de drogas e de associação ao tráfico após a deflagração, à época, da Operação Big Fish.

Vídeo:

Com o aprofundamento das investigações e com o apoio do setor de inteligência da Brigada Militar foi possível desvelar esquema desenvolvido para lavar o dinheiro oriundo do tráfico que culminou na Operação Car Wash. Segundo a Polícia, ao menos, 41 indivíduos foram identificados como operadores do esquema.

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