Tragédia em escola no Paraná relembra atentados em Santa Catarina
O ataque aconteceu no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná / Foto: divulgação / Agência Brasil
O atentado na escola em CambĂ© (PR), que matou dois estudantes nesta segunda-feira (19), reverbera novamente no paĂs, diante da intolerância louca de um jovem, provocando a revolta da população. SĂŁo ações inesperadas, obviamente, e que ninguĂ©m sabe onde e quando pode acontecer. O fato relembrou as duas situações vividas em Santa Catarina, em Saudades, em 2021, e há poucos meses, em Blumenau. NĂŁo há mais como fugir das responsabilidades. É preciso que haja garantia mĂnima de segurança a partir da prevenção. Tais exemplos de tragĂ©dias nĂŁo podem e nĂŁo devem mais ser ignoradas. Os sinais de alerta sĂŁo mais que reais. O Brasil inteiro precisa se precaver. Medidas simples como a averiguação de sacolas e bolsas vĂŁo precisar fazer parte da rotina, bem como, a instalação de sistemas de raio x, ou algo parecido. Nem que novas leis precisem ser aprovadas. É preciso garantir a segurança de todos os que frequentam as escolas, sejam alunos, professores ou demais profissionais. Passou da hora para que se projete a eficiĂŞncia contra a violĂŞncia nas escolas. Notem. Desde o primeiro ataque registrado em escolas no Brasil, foram contabilizados 24 atentados que resultaram em 137 vĂtimas, sendo 45 fatais. O primeiro atentado foi registrado em 2002, quando um estudante de 17 anos matou uma colega e feriu outra a tiros em uma escola em Salvador (BA). Santa Catarina vem agindo fortemente na prevenção e na segurança.
QuestĂŁo dos benefĂcios fiscais em SC
O assunto nĂŁo passou em branco na Assembleia Legislativa. Aliás, foi tema de audiĂŞncia pĂşblica na Alesc, recentemente. O deputado Fabiano da Luz (PT) foi um dos parlamentares a abordar o assunto de forma mais veemente. Segundo disse, o governo catarinense concede incentivos fiscais a 11.100 empresas que representam apenas 2% dos negĂłcios registrados na Junta Comercial do Estado. Ele revelou que os benefĂcios cresceram substancialmente nos Ăşltimos anos, a ponto de, em 2023, somarem R$ 21 bilhões e representarem cerca de 44% da arrecadação de impostos. Diante de tais nĂşmeros, o deputado lembrou que o Estado nunca apresentou um relatĂłrio, apontando quais sĂŁo as empresas contempladas e por que sĂŁo beneficiadas. Questionou tambĂ©m sobre o tempo dos benefĂcios, pois, quando prefeito de Pinhalzinho, havia concessĂŁo de benefĂcios fiscais, porĂ©m, por tempo determinado. Enfim, o tema está na mira dos deputados. Segundo Fabiano, Santa Catarina Ă© um dos estados que mais abre mĂŁo da receita para contemplar renĂşncia fiscal.
Bombeiros voluntários prestes a perder a força ativa
A questĂŁo Ă© de difĂcil compreensĂŁo. Tanto que o presidente da Frente Parlamentar Catarinense de Apoio aos Bombeiros Voluntários, deputado estadual Dr. Vicente Caropreso (PSDB), está apreensivo em razĂŁo do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI-5354, contra a lei catarinense de 2013 que permite que as prefeituras façam convĂŞnios com os Bombeiros Voluntários para o serviço de vistoria e fiscalização das normas de segurança e prevenção de incĂŞndios. Dos dez ministros que estĂŁo aptos a votar, cinco já se posicionaram a favor da ação. Há pouca esperança de que a situação se reverta. Para esta quarta-feira (21), está prevista uma reuniĂŁo da frente para a prĂłxima e deve deliberar sobre ações diante do resultado. O ministro Alexandre de Moraes nĂŁo votará, já que se manifestou impedido. Em caso de empate a ação será arquivada.
Falta de sensibilidade
O entendimento Ă© de que está faltando sensibilidade e conhecimento sobre a dimensĂŁo da importância do trabalho desenvolvido pelas corporações voluntárias para a sociedade catarinense, que atuam com celeridade e eficiĂŞncia. Segundo o deputado Caropreso, a decisĂŁo do STF pode afetar 1,7 milhĂŁo de habitantes de 50 municĂpios, que hoje sĂŁo atendidas pelas 32 corporações de bombeiros voluntários do nosso Estado. Implica na perda de receita importante para as corporações, principalmente de Jaraguá do Sul e Joinville, e em um ataque a autonomia dos municĂpios. Enfim, com mais um voto de um ministro do STF, estará comprometido todo um trabalho que Ă© feito de forma gratuita Ă comunidade, trazendo ainda mais custo para os empreendedores e moradores de residĂŞncias multifamiliares, como os prĂ©dios. Infelizmente, há gente em Santa Catarina torcendo para que isso aconteça.
Protocolo de intenções
O governador Jorginho Mello assina nesta terça-feira, 20, Ă s 10hs, o Protocolo de Intenções para o Plano de Desenvolvimento EnergĂ©tico para a IndĂşstria Catarinense, com a apresentação dos investimentos previstos. O evento na Fiesc contará tambĂ©m com a participação do secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, do presidente da Celesc, TarcĂsio Estefano Rosa, de industriais e outras autoridades.
Pontos…
- Lava Jato – A juĂza substituta Gabriela Hardt deixou a 13ÂŞ Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos remanescentes da Operação Java Jato. Ela foi designada para atuar na 3ÂŞ Turma Recursal do Paraná. A informação foi divulgada pelo Tribunal Regional Federal da 4ÂŞ RegiĂŁo (TRF4), nesta segunda-feira (19). No lugar dela, assume a Lava Jato o juiz federal Fábio Nunes Martino, da 1ÂŞ Vara Federal de Ponta Grossa (PR);
- Bolsonaro – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reservou trĂŞs sessões plenárias para o julgamento de uma ação judicial de investigação eleitoral (Aije) que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo e na qual o PDT pede que ele seja declarado inelegĂvel. O julgamento está marcado para começar na prĂłxima quinta-feira (22).
- Ação do PDT -A Aije trata de uma reuniĂŁo organizada por Bolsonaro no Palácio da Alvorada com dezenas de embaixadores e equipes diplomáticas, na qual apresentou acusações contra a urna eletrĂ´nica. O PDT alega que o ex-presidente cometeu abuso de poder polĂtico e econĂ´mico ao promover o encontro e atacar o processo eleitoral brasileiro com boatos já desmentidos anteriormente pela Justiça Eleitoral, isso quando já se apresentava como prĂ©-candidato Ă reeleição.