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O meio polĂ­tico nacional cada vez mais distante dos reais interesses do povo

Palácio do Congresso Nacional é composto por duas cúpulas e duas torres de 28 andares, que abrigam a Câmara dos Deputados e o Senado Federal / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O mundo político, em Brasília, parece estar situado em outra dimensão do território brasileiro. Para quem vive distante de lá, a impressão é exatamente esta. É como se as esferas do poder estivessem desatreladas da realidade. Decisões são tomadas ao bel prazer, sem sequer se importarem com o que a população quer ou realmente precisa. Nada nesse sentido parece ter relevância, a não ser a apropriação de benefícios em detrimento pessoal. Estar no poder e usufruir dos múltiplos benefícios tornam-se prioridades. Talvez, por isso, cada vez mais esses empoderados de gravatas estejam distantes e desconsiderados os legítimos representantes do povo. Há, no entanto, exceções no meio. Enfim, somente eles têm a capacidade de reverter a imagem negativa, mas, é algo que parece não ter importância, principalmente nos tempos de hoje.

Redução da jornada de trabalho

A reflexão da coluna, está alienada à decisão recente do Senado, ao propor a redução da própria jornada de trabalho presencial para apenas três dias, totalizando três semanas ao mês. Em resumo, a obrigação de comparecerem na Casa Legislativa será de apenas nove dias no mês, sempre as terças, quartas e quintas. Além da redução da jornada, tem a previsão de aumento dos salários, já em abril. E mais. Nas sextas, sábados, domingos e segundas não terão o compromisso de votar projetos. Além disso, às segundas e sextas serão realizadas sessões não deliberativas, que não computa falta se o político não comparecer. O benefício não termina aí. Nas terças e quartas-feiras o expediente só começará às 14h, mas o desconto no salário será feito quando for registrada falta nas sessões das 16h, horário a partir do qual haverá votação. A ausência nas sessões matinais das comissões temáticas não acarreta prejuízo ao bolso do senador. Entre as justificativas, o afrouxamento dos horários, se deve à necessidade de aproximação com as bases dos seus estados.

Quais benefĂ­cios tem um senador?

Além do salário em torno de R$40 mil, os senadores apresentam diversos benefícios quando eleitos. Estão entre os gastos do Congresso Nacional, além dos salários, benefícios como a cota parlamentar — usada para pagamento das atividades parlamentares e passagens aéreas, auxílio-moradia e imóvel funcional, o pagamento de funcionários, que podem, inclusive, ficar nos gabinetes ou em escritórios nos estados. Isso sem falar das despesas com saúde, até mesmo para ex-senadores. Além desses penduricalhos, os senadores recebem o valor integral do salário no início e final do mandato para cobrir gastos da mudança. O gabinete de cada senador tem um custo mensal de aproximadamente R$ 100 mil. Por fim, tantos benefícios dos “eleitos e empregados do povo”, para fazer somente o que querem.

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