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Corrida presidencial antecipada a partir da inelegibilidade de Jair Bolsonaro

Diante da decisão judicial, desde já potenciais nomes engrossam a lista pela disputa dos votos ligados ao ex-presidente / Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Buscar uma opinião sobre os acontecimentos políticos no Brasil, tem desdobramentos bilaterais. São julgados por segmentos meramente ideológicos, sem levar em conta a razão. Entrar na questão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, por 5 votos a 2, no Tribunal Superior Eleitoral requer palavras precisas para contextualizar o atual momento vivido no Brasil, e não somente envolvendo Bolsonaro. Este, mesmo sem os direitos eleitorais, bloqueados por oito anos, não será impedido de fazer política. Os conservadores vão continuar seguindo a ele, e ouvindo. Na fila liberal, há gente de sobra para assumir o protagonismo, com o aval de quase 60 milhões de brasileiros. Na verdade, antecipa a corrida eleitoral de 2026. Por hora, Jair Bolsonaro será um cabo eleitoral de luxo já nas eleições municipais, porém, já estão sendo sondados os prováveis substitutos na corrida presidencial. E se não fosse pelos motivos pelos quais foi julgado, seriam outros. Havia determinação clara de tirá-lo do circuito de uma candidatura futura, a qualquer custo. Hoje, não se trata mais uma simples luta política por ideais, e sim uma guerra pelo poder. As coisas andam acontecendo de forma assustadora. Basta ouvir as palavras do presidente Lula, estrela do Fórum de São Paulo, assumindo abertamente ser comunista, e ao mesmo tempo falando em democracia. Já não expressa meias palavras. É revelador e assustador. Não se duvida de mais nada.

Jorginho Mello, o estrategista

Jorginho Mello Foto: Eduardo Valente / SECOM

Enxergo uma grande habilidade do governador Jorginho Mello (PL), a de estrategista. Analise. Primeiro, tratou de compor o estafe de governo reunindo peças chaves, com nomes de várias frentes partidárias; com costuras sensíveis, a exemplo do próprio MDB, numa adesão considerada, a meu ver, a mais difícil. Agregou assim, o poder de valoração das siglas. Na mais recente, juntou uma força do PSD, ao convidar o deputado federal Ricardo Guidi, para conduzir a secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde. O pluripartidarismo é notório em meio aos escalões do governo. Tudo, obviamente faz parte de um estratagema. Sabe-se lá como ficará a composição lá na frente, numa próxima eleição. Na Alesc, a maioria lhe favorece.

Criação do Programa Santa Catarina Levada a Sério + Perto de Você

Registro do encontro com prefeitos da região do Alto Vale do Itajaí, (AMAVI), em Rio do Sul. Foto: Eduardo Valente / SECOM

O Programa nasceu também de uma adversidade política. Deputados e prefeitos começaram a realizar reuniões regionais para cobrar do Governo as responsabilidades pelas obras estruturais nas SCs. Sem dúvida, um “levante” que estava alimentando opiniões e demonstrações de descontentamentos. A revitalização e manutenção das estradas, e demais demandas já pactuadas no Plano 1000, congeladas, ascenderam os bastidores do governo. A primeira providência foi se integrar às audiências, com poder de palavra, tendo o secretário de Infraestrutura, Jerry Comper, amenizando o impacto. O contrapeso maior veio com a criação do Programa Santa Catarina Levada a Sério + Perto de Você, em que Jorginho Mello, inteligentemente, direcionou o foco a reuniões propositivas com prefeitos. E mais, aportando recursos em áreas estratégicas como saneamento e energia. A promessa que carece da prática, é atender as demandas prioritárias elencadas com cada prefeito. E vai precisar cumprir. Mas, diga-se de passagem, estagnou algumas preocupações que poderiam se avolumar, caso não tivesse agido.

Pontos…

  • Investimentos – Por falar no governador Jorginho Mello, ele anunciou na quinta-feira, 29, em Rio do Sul, R$ 117,8 milhões para o sistema elétrico do Alto Vale. Os investimentos da Celesc serão feitos até 2026, sendo $ 89,7 milhões para melhoria e ampliação das redes de baixa e média tensões, e R$ 28,1 milhões para a construção de uma linha de distribuição, além da melhoria e ampliação das já existentes;
  • Pobre democracia – A política, em meio ao seu dinamismo, se constitui de momentos. Há quem comemore a inelegibilidade de Bolsonaro. Em tempos em tempos, os ventos costumam soprar para outras direções. Um “veneno” dado a um hoje, poderá ser aplicado a outros mais à frente. Apenas lamento que usem e abusem do termo democracia, sem o devido respeito;
  • Comseg Escolar – A preocupação com a saúde mental de alunos e professores foi um dos pontos mais destacados pelos participantes da audiência pública realizada na tarde de quinta-feira (29), em Criciúma, pelo Comitê de Operações Integradas de Segurança Escolar (Comseg Escolar). A comunidade do Sul do Estado foi ouvida, e deverá implementar as ações necessárias para a prevenção da violência nas escolas.
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