Notícias de Criciúma e Região

Operação em Içara e mais duas cidades de SC gera prejuízo de 28 milhões para organização criminosa

Operação Carga Fria foi realizada na manhã desta terça-feira, dia 8

Uma operação realizada na manhã desta terça-feira, dia 8, em Balneário Camboriú, Camboriú e Içara, gerou um prejuízo de aproximadamente 28 milhões para uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas. A Operação Carga Fria foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em apoio a Polícia Civil do Estado do Paraná e do Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Gaeco paranaense e da Promotoria de Justiça de Toledo.

A operação buscou desmantelar uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas, distribuindo-as da região Oeste do Paraná para outras regiões do país. De acordo com o MPPR, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionários, viagens para destinos caríssimos, carros luxuosos e veículos aquáticos.  

Os valores oriundos do comércio de entorpecentes estariam sendo mascarados através de aquisição de bens móveis e imóveis, especialmente na cidade de Balneário Camboriú, feita em nome de “testas de ferro”, visando ocultar o real proprietário.  Testa de ferro é aquele que é uma espécie de fachada, assume a liderança, mas não tem o poder.

Entre os alvos da busca no litoral catarinense, uma empresa de investimentos e uma corretora especializadas em imóveis luxuosos das maiores e melhores grifes das construtoras e investidores do país e do exterior, conforme por eles divulgado em suas redes sociais.   

A Operação Carga Fria  

Com cerca de 200 policiais – apoio da Divisão de Combate à Corrupção (DCCO), Divisão Policial do Interior (DPI) e dos Gaecos de Santa Catarina e Pernambuco – foram executadas 101 ordens judiciais, sendo cumpridos 45 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná (municípios de Toledo, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste e Curitiba), Santa Catarina (municípios de Balneário Camboriú, Camboriú e Içara) e Pernambuco (município de Jaboatão dos Guararapes) e dez prisões preventivas.   

Foram sequestrados, ainda, 20 bens móveis, entre carros e caminhões, e oito imóveis, bloqueadas 17 contas-correntes e cumprido o afastamento de um policial civil do Estado de São Paulo, suspeito de integrar a organização criminosa. 

A investigação, que durou cerca de quatro meses, gerou um prejuízo de aproximadamente 28 milhões para os criminosos: mais de vinte milhões em bens sequestrados durante a operação, cerca de setecentos mil em bens apreendidos durante as investigações e cerca de sete milhões em drogas apreendidas. 

Os valores bloqueados em contas correntes, bens apreendidos durante as buscas e os que serão identificados através da análise dos elementos de informação coletados com as medidas cautelares ainda serão contabilizados. 

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico, com penas que podem chegar a 38 anos de reclusão, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro, com pena de até 10 anos de reclusão por cada conduta perpetrada. 

Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, o efetivo desmantelamento do crime organizado somente é possível com a descapitalização da estrutura criminosa, o que também permite recuperação de ativos, já que os bens são leiloados e o valor revertido aos cofres públicos. 

Você também pode gostar