Notícias de Criciúma e Região

Nhandereko, a trajetória que levou a Unesc a formar o primeiro mestre indígena

Em defesa de sua cultura, o Guarani Karaí Reté, ou Fabiano Alves, reforça o poder transformador da universidade comunitária

*Esta reportagem foi traduzida para a língua Guarani. Ao final do texto em português é possível acompanhar a leitura na língua indígena. 

 

Em tradução simples, Nhandereko, objeto da dissertação de mestrado em Ciências Ambientais, de Karai Reté, ou Fabiano Alves, pela Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc), significa “modo de vida Guarani”. Em nome e defesa desta cultura, que carrega tradição de mais de 6 mil anos, ele sentiu a necessidade de ter conhecimento do mundo não indígena e percebeu que um dos caminhos seria através dos bancos acadêmicos, uma jornada de inúmeros desafios que para conhecê-la é preciso entender o que de fato é o modo de vida Guarani. Por isso, a equipe do Portal Litoral Sul foi até a terra indígena Tekoá Marangatu, em Imaruí, onde mora o personagem desta matéria e protagonista de uma marca histórica para a Unesc e para o povo da aldeia Marangatu. 

Jaxuka`i (Beatriz) 06 anos, filha de Karai Reté – Foto: Jhonata Victor

 

Os Guarani escolhem o lugar em que vão construir sua aldeia com muito cuidado, pois este ambiente deve proporcionar a eles tudo que é necessário para a manutenção de seus modos de vida. Além das questões ambientais, questões religiosas e sociais também são importantes nesta escolha, pois o local deve permitir ao grupo uma vida de acordo com seus costumes e regras tradicionais. Também conhecida como Cachoeira dos Inácios, esta área indígena possui 81,51 hectares, que foram adquiridos em 1999, pela Funai, com recursos da compensação pela passagem do empreendimento Gasoduto Bolívia- Brasil pelas Terras Indígenas Morro dos Cavalos e Maciambu. De Criciúma, de onde partimos, são aproximadamente 2h de estrada. Lá  tivemos como anfitrião o agora Mestre Karai Reté, ou Fabiano Alves, de 32 anos, esposo da Daniele (Jaxuka) e pai do Diogo (Wera`i) e da Beatriz (Jaxuka`i). 

Diante destes, que ele tem como sua fortaleza e dos seus amigos na aldeia, ele usou a forma Guarani, baseado no respeito, carinho, paciência, muita sabedoria e coletividade, para nos explicar um pouco da sua cultura. “O significado do território para os Guarani é vida, corpo e alma, porque dentro do contexto território existem os seres vivos, as florestas, as plantas, os rios e os animais, e tudo isso está interligado com o Nhandereko. A natureza faz parte da vivência Guarani, e todos os elementos naturais são sagrados”, coloca. “ Estes elementos são como membros da família. Toda vez que pegamos ou cortamos algumas árvores ou fazemos algo com a natureza, pedimos autorização com muito respeito. A água representa o sangue da mãe terra, que é a sobrevivência da humanidade, dos animais e das plantas”, acrescenta. 

 

 

Por ter sempre um porquê e sentido em tudo que fazem e tocam, os Guarani não têm uma religião. Na compreensão deles, esta espiritualidade presente em tudo é o Nhadereko.

 

 

Oralidade e casa de reza (opy)

 

Foto: Fernanda Zampoli

 

Karai Reté conta que toda esta tradição de mais de 6 mil anos foi repassada através da oralidade, ou seja, não está escrita. A oralidade é uma capacidade grande dos povos indígenas guardarem seus segredos e mistérios, suas histórias, de um tempo e de um jeito de ser e de compreender o mundo. O conhecimento tradicional Guarani é repassado na casa de reza (Opy), através da oralidade, pelos mais antigos, os xeramói-xejaryi, os sábios da aldeia. 

Conforme o código Nhandereko, quanto mais velha a pessoa, mais sabedoria ela tem e assim os valores e costumes são ensinados pelos anciãos, também no dia-a-dia, ao redor do primeiro fogo do dia, tomando Ka`ay (chimarrão) até a noite antes de dormir, ao redor do fogo, fumando o petynguá (cachimbo sagrado) e contando as histórias do passado, do presente e do futuro. O povo Guarani, entre todas as mais de 100 etnias dos povos indígenas, é que mais carrega a veia mística.

É na casa de reza também que acontece a cerimônia de batismo, o que ocorre com a criança a partir de um ano de idade. No caso do Mestre formado pela Unesc, por exemplo, ele nasceu Fabiano Alves, que foi o nome escolhido pelos pais e pouco depois de completar um ano recebeu o nome em Guarani Karaí, que significa sabedoria, e  foi revelado pelo pajé na casa de reza.  Na cultura Guarani os meninos têm apenas três opções de nomes: Kuaray, Karai e Verá. As meninas têm um leque um pouco maior. São seis nomes: Jaxuka`i , Para`i , Yva´i, Ara`i, Kerexu`i e Jera`i. 

 

Nhanderu e as tradições 

Foto: Jhonata Victor

 

Os sábios da aldeia, também repassam o conhecimento e a sabedoria, através do artesanato, da pintura, da língua, do canto-dança e da prática da religião  Guarani, fortalecendo assim a memória cultural.  A agricultura é o sustento de todas as famílias da aldeia, que hoje são 60, o que soma 290 pessoas, e na época da colheita todos os membros das famílias dividem-se. “Também praticamos o Nhandereko quando percorremos o mato para trazer o material para o artesanato, de ir pescar e tomar banho no rio, frequentar a Opy (casa de reza), de praticar a religião, cantar, praticar a dança do xondaro (guerreiro)”,sublinha.  

Vários tipos de sementes são plantadas, e as duas principais culturas que se destacam na aldeia são as plantações de milho e mandioca. “O milho porque é sagrado e criado por Tupã, que junto da mandioca são os principais alimentos do Guarani. Praticar a agricultura tradicional Guarani é importante para fortalecer o espírito das crianças, para ter saúde e força. Através do plantio que os mais velhos praticam o ritual e as cerimônias como a consagração de semente e o batismo da criança, onde se recebe o nome em Guarani, que é sagrado. O Tupã deu o avaxi milho para o Guarani plantar. Através do plantio que o Líder Espiritual Karaí se comunica com Tupã, com a divindade e com a natureza. Por isso para o Guarani tudo é sagrado. Conforme o conhecimento e vivência do Nhandereko”, explica.

 

Ameaça

Resultado da ocupação e desmatamento ao redor das aldeias, o ambiente dos Guarani não está livre de destruição. Ainda que respeitando o tempo de reprodução de cada espécie para não acabar com os recursos que necessitam para viver, estes estão cada vez mais difíceis de encontrar. “O mais difícil para nós, povos originários, é que continua sendo destrutivo para nossa cultura e nosso modo de vida Guarani. A visão materialista e a ganância do juruá (povo não indígena) em acumular coisas lhes faz cego para o que mais importa na vida, que é a própria vida e tudo que há nela. Mas não podemos julgar ou nos revoltar com o juruá: ele simplesmente não sabe, não entende. É como criança, ou como um louco que destrói aquilo que ele mais precisa”, afirma.

 

O diploma

 

Foto: Fernanda Zampoli

 

No dia 25 de setembro de 2023, quatro dias depois de o Supremo Tribunal Federal derrubar a tese do Marco Temporal e quase um ano após defender a dissertação “Nhandereko Yvyrupá Py: Modo de viver Guarani na terra indígena Tekoá Marangatu, Imaruì, SC, Brasil”, Karai Reté recebeu das mãos da reitora da Unesc, Luciane Ceretta, o diploma de Mestre em Ciências Ambientais. Conquistas duplamente comemoradas por ele, que na semana anterior estava em Brasília, junto de outras nações indígenas, em protesto pela derrubada do Marco Temporal. 

Na cultura de Karai Reté, não é preciso um documento que lhe garanta o respeito diante do saber, mas para se fazer ouvir e despertar a sensibilidade da sociedade não indígena pelas causas dos povos originários, ele entendeu a importância de ocupar espaços em outra cultura, como os dos bancos acadêmicos.  “Nossa cultura e modo de vida, quando é conhecida, parece se tornar um estorvo para os projetos do homem e da cultura do homem branco e quando tentamos dialogar e trazer um pouco do problema que a destruição de nossa cultura, do nosso modo de se relacionar com a natureza, com a vida, enfim, nossa cosmovisão, quando queremos dizer ao homem branco como fazemos, não somos compreendidos de forma efetiva, nem respeitados em nosso modo de viver”, acrescenta. 

Na genuína forma Guarani ele falou dos motivos que o levaram a enfrentar todos os desafios para garantir este diploma: 

Presença indígena nas universidades

A presença indígena nas universidades é parte da luta, que Karaí Reté integra e promove, para ampliar a representatividade e respeito aos povos indígenas na sociedade. Dados do último Censo da Educação Superior, que foi em 2021, elaborado junto da Semesp, entidade que representa as instituições de ensino superior no Brasil, apontam que de 2011 até 2021, a quantidade de matrículas de alunos autodeclarados indígenas no ensino superior aumentou 374%. A pesquisa revela também que a rede privada deteve a maioria destas matrículas com 63,7%.  Levantamento feito pelo Portal Litoral Sul sobre a quantidade de indígenas nas universidades de Santa Catarina aponta que há atualmente, considerando as instituições do sistema Acafe além da UDESC e UFSC, 633 indígenas matriculados. 

 

Veja o mapa com mais detalhes:

Mapa produzido pelo Portal Litoral Sul, com pesquisa de Fernanda Zampoli e arte de Jhonata Victor]

 

A caminhada para cumprir a  graduação, no entanto, para o povo indígena é cheia de obstáculos, como o idioma, o que, além de levar muitos a abandonar a universidade, faz com que outra parte nem mesmo consiga iniciá-la. A trajetória de Karaí Reté, segundo a reitora da Unesc e presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais, a  Acafe, Luciane Ceretta, personifica o poder transformador da universidade comunitária. “A Unesc é uma Universidade Comunitária que tem a abrangência e a completude para acesso e permanência de todas as pessoas em sua missão. Ainda precisávamos chegar mais próximos dos povos originários que podem se reconhecer na Instituição e retornar para as suas aldeias com toda a expertise que constroem na Universidade e melhorar a vida das comunidades onde vivem sem perder a identidade. Ao contrário, trazendo esta identidade para dentro da Universidade para que ela seja historicamente protegida”, afirma Luciane.

 

Foto: Fernanda Zampoli

 

Karaí Reté, além de ter sido o primeiro indígena formado pela Unesc, foi o primeiro bolsista do  Programa de Equidade Racial, lançado pela Instituição no ano passado, através do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e Minorias (Neabi) e que abriu portas para que mais indígenas tenham acesso à universidade. A Unesc tem hoje 12 estudantes dos povos originários. “Agora temos outras lutas em conjunto, porque o Fabiano, inclusive, nos traz outras reivindicações de sua aldeia. Nós oferecemos o acesso, mas eles precisam da permanência, da oferta de oportunidades para se manterem na Universidade como deslocamento; moradia; alimentação e, juntos, propusemos buscar com as forças estatais projetos e programas que fomentem a permanência deles”, acrescentou

Segundo a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e Minorias (Neabi), da Unesc, Normélia Ondina Lalau de Farias, a presença dos indígenas em sua maioria nas universidades que não são públicas é fruto do entendimento destas instituições da importância intercultural e em criar mecanismos que facilitam o acesso dos povos originários. “O Fabiano foi como um presente para o Neabi e para a Universidade, por ter sido o primeiro indígena neste espaço e também a participar do Núcleo. Ele veio para este espaço com a oportunidade de estar na Universidade fazendo o mestrado e teve a felicidade de ser contemplado com a bolsa integral que parte da sensibilidade e entendimento de que os povos originários precisam resgatar algumas questões que historicamente ficaram para trás”, destaca. 

No vídeo a seguir, a professora Normélia fala da importância deste contato entre não indígenas e indígenas na universidade. 

 

 

Os desafios

Formado em pedagogia, Karai Reté chegou muito antes à universidade pelas mãos do historiador e ex-professor da Unesc, João Batanolli, que se dedica ao estudo e tem a vivência dos povos originários há 25 anos. Entre visitas na aldeia e a participação de Karai Reté, à convite, em algumas oportunidades nas aulas, a relação de amizade com Batanolli foi fortalecida junto de um sonho de ambos: estudar na Unesc. O desejo se tornou realidade após conversas com o Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA), Juliano Campos. “Eu queria que ele fizesse uma graduação, mas o Juliano disse que deveríamos trazer ele para o Mestrado e com o esforço de muitas pessoas, isso aconteceu”, relembra Batanolli. 

A bolsa integral fornecida pela Unesc foi apenas uma parte da longa jornada do agora Mestre, Karaí Reté. Os desafios da língua, as diferenças culturais e a distância da aldeia foram enfrentadas quando o mundo vivia a pandemia da Covid-19. Assim como para os demais estudantes que não tinham acesso às ferramentas para o ensino à distância, quando o período exigia o isolamento, a Unesc forneceu internet, roteador e computador para seguir com os estudos na modalidade on-line. A diferença é que toda a tecnologia era outro desconhecida do Mestre indígena. 

Nas palavras de Batanolli, que junto do professor Juliano Campos forneceu a estadia em Criciúma quando em 2022 as aulas voltaram a ser presenciais,  tudo aconteceu ao modo Guarani: 

 

 

Ao ingressar no mestrado, Karaí Reté teve como orientador o professor, Doutor Juliano Campos. “Na verdade, quem me orientou foi ele, que representa uma cultura milenar, que é a nação Guarani, com tradição de cerca de 6 mil anos. É um desafio ter contato com uma pessoa dentro da academia, dentro de um jogo oficial e orientar de acordo com essas regras. Tenho certeza que eu, e as pessoas aqui da universidade ,aprenderam bastante com o Fabiano”, salienta. 

Campos reforça o papel fundamental da Unesc e das universidades comunitárias para além da presença dos povos originários na academia: 

 

 

Ao incentivar o acesso de Karai Reté com suas políticas afirmativas e de inclusão, na avaliação de Campos, a universidade abre inúmeros caminhos e rompe diversos paradigmas. “Ele quis utilizar a literatura indígena e mais de 90%  das fontes bibliográficas dele são escritas por povos indígenas, ou Guarani ou de outra cultura e isso já é uma dificuldade porque na academia estamos acostumados a grandes teóricos, então foi uma via de mão dupla, ele aprendendo com a gente e nós aprendendo com ele. Foi uma preocupação nossa de respeitar a fonte que ele considera mais adequada, o que permite a abertura de outras fontes indígenas para pesquisa”, sublinha. 

O espaço da sala de aula como protagonista

 

Foto: Fernanda Zampoli

 

Apesar do crescimento no número de indígenas como alunos do ensino superior, não existem dados atualizados sobre quantos são os professores indígenas nestes espaços. De acordo com o Censo da Educação Superior, em 2021, apenas 428 dos mais de 483 mil professores de ensino superior eram indígenas. 

Para a professora Normélia, a bolsa do Programa de Equidade Racial, é uma importante ferramenta também de desconstruir um falso estereótipo dos povos originários como afastados do cotidiano de pessoas não indígenas ou inacessíveis: 

 

 

Pedagogo de formação, o agora Mestre em Ciências Ambientais pela Unesc ocupa o espaço da sala aula como professor na aldeia Marangatu. A  Escola Indígena de Ensino Fundamental Tekoá marangatu que foi fundada no ano de 2003, está inserida na Terra indígena e possui professores não indígenas e professores Guarani que trabalham juntos. Ela possui Educação Infantil, Ensino Fundamental, EJA e Magistério indígena. “A escola repassa os dois conhecimentos ao mesmo tempo, e assim a criança Guarani vai aprendendo os dois saberes. O professor não indígena ensina através do conhecimento científico e o professor Guarani ensina através do conhecimento tradicional Guarani”, explica Karai Reté. 

O Mestre indígena recebeu convite da reitora Luciane Ceretta, para ingressar no Doutorado, mas ele ainda está estudando a possibilidade, entretanto tem a certeza de que as universidades precisam abrir portas para que os conteúdos também sejam repassados por professores indígenas. “Muito do que é ensinado nas universidades e nas escolas, sobre os indígenas, é de forma errada e distorcida”. aponta Reté. 

Para a reitora Luciane Ceretta e a coordenadora do Neabi, Normélia Lalau, o Mestrado de Karaí Reté, assim como o trabalho do Neabi são passos importantes para que os componentes curriculares sobre os povos originários passem a ser dados por professores indígenas: 

 

 

 

 

Para o professor João Batanolli, ainda que a transformação não aconteça da noite para o dia, a Unesc caminha na estrada ideal, para que cada vez mais os saberes possam seguir juntos, eliminando preconceitos e promovendo o desenvolvimento em harmonia: 

 

 

Tradução em Guarani

 

 

Desde maio de 2022 a empresa Google oferece o Guarani entre as línguas de sua ferramenta de tradução. À época, a gigante de serviços online e software justificou a inclusão da língua indígena como forma de romper barreiras com populações que falam línguas pouco ou nada representadas no mundo da tecnologia. Estima-se que o idioma guarani seja falado por mais de 7 milhões de pessoas entre o Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia. Entretanto, a ferramenta mescla com palavras em espanhol quando se faz a tradução do português. A conversão se explica pelo Guarani  ser no Paraguai, junto com o Espanhol, a língua oficial do país, o que faz com que a maioria da população do país fale o idioma, ao contrário do Brasil onde o idioma não foi valorizado.  Por ser também uma linguagem sagrada ao povo Guarani e para dar possibilidade de leitura ao povo indígena, o Portal Litoral Sul, optou por traduzir esta reportagem em Guarani, utilizando a ferramenta disponível no Google. A leitura na língua indígena está disponível abaixo:

Nhandereko, trayectoria ogueraháva Unesc ombokatupyry haguã primer maestro indígena

Odefendévo hekoha, Guarani Karaí Reté, térã Fabiano Alves, omombarete poder transformador universidad comunitaria

 

En traducción simple, Nhandereko, tema de la tesis de maestría en Ciencias Ambientales, Karai Reté, térã Fabiano Alves, Universidad del Lejano Sur de Santa Catarina (Unesc)-gua, he’ise tekove reko guarani. Ko cultura réra ha odefendévo, ogueraháva tradición ohasáva 6 mil ary, oñandu tekotevêha oreko conocimiento mundo no indígena ha ohechakuaa peteîva umi tape ha’éta banco académico rupive, peteî jeguata incontable desafíos que to get to know it Tekotevẽ jaikuaa mba’épa añetehápe Guarani rekove. Upévare, equipo Portal Litoral Sul oho yvy indígena Tekoá Marangatu, Imaruíme, oikohápe personaje ko artículo ha ha’e protagonista peteî hito histórico Unesc-pe guarã ha umi tapicha aldea Marangatu-pe guarã.

Guaranikuéra oiporavo tenda omopu’ãtahápe ipueblo tuicha ñeñangareko reheve, ko tekoha ome’ẽva’erãgui chupekuéra umi mba’e oñeikotevẽva omantene haguã hekoha. Oĩve umi mba’e tekoha rehegua, tuicha mba’e avei ko jeporavópe umi mba’e religioso ha social, pe tenda ohejava’erãgui pe aty oikove he’iháicha jepokuaa ha regla yma guaréva. Ojekuaa avei Cachoeira dos Inácios, ko área indígena oreko 81,51 hectárea, ojoguáva 1999 jave Funai, orekóva recurso compensación ohasáva proyecto Gasoducto Bolivia-Brasil ohasáva Morro dos Cavalos ha Tierras Indígenas Maciambu. Criciúma guive, roñepyrũ haguégui, 2 aravo rupi tape rupi. Upépe roguereko anfitrión ramo pe ko’ágã Maestro Karai Reté, térã Fabiano Alves, orekóva 32 ary, Daniele (Jaxuka) ména ha Diogo (Wera`i) ha Beatriz (Jaxuka`i) túva.

Ko’ãva renondépe, ha’e oguerekóva imbarete ramo ha iñangirũnguéra tava’ípe, oipuru Guarani rape, oñemopyendáva respeto, cariño, paciencia, heta arandu ha colectividad, omyesakã haguã ñandéve michĩmi hekoha . “Territorio he’iséva Guarani-pe guarã ha’e tekove, tete ha ánga, contexto territorial ryepýpe oĩgui tekove, ka’aguy, ka’avo, ysyry ha mymba, ha opa ko’ã mba’e ojoaju Nhandereko ndive. Naturaleza ha’e parte del experiencia guarani, ha opa elemento natural imarangatu”, he’i. “Ko’ã elemento ojogua umi miembro familiar-pe. Káda ke jagueraha térã ñaikytĩ unos kuánto yvyramáta térã jajapo peteĩ mbaʼe naturaleza ndive, jajerure permíso tuicha respeto reheve. Y ohechauka yvy sy ruguy, ha’éva yvypóra, mymba ha ka’avo rekove”, ombojoapy.

 

Oralidad ha ñembo’e róga (opy) 

 

 Karai Reté he’i ko tradición pukukue ohasáva 6 mil ary oñembohasa oralmente, he’iséva, ndojehaíri. Oralidad ha’e tuicha capacidad orekóva pueblo indígena oñongatu haguã secreto ha misterio, hembiasakue, peteî época ha peteî forma oîva ha oikuaa haguã mundo. Guarani arandu ymaite guive oñembohasa ñembo’e rógape (Opy), ñe’ẽ rupive, xeramói-xejaryi itujavéva, karai arandu tavaygua.

Código Nhandereko he’iháicha, itujavévo pe tapicha, hetave arandu oguereko ha upéicha valor ha jepokuaa ombo’e umi anciano, avei ára ha ára, tata peteĩha ára jerére, hoy’u Ka`ay (chimarrão) . pyhare oke mboyve peve, tata jerére, opita petynguá (pipa sagrada) ha omombe’u umi tembiasakue yma, ko’áĝa ha tenonderã. Pueblo guarani, umi 100 etnia indígena-kuéra apytépe, ha’e umi oguerahavéva racha mística.

Avei ñembo’e rógape oiko pe ceremonia de bautismo, oikóva mitãnguéra ndive peteĩ ary guive. Mbo’ehára kásope oñemohu’ãva’ekue Unesc-pe, techapyrãme, heñói Fabiano Alves, ha’éva pe téra oiporavóva ituvakuéra ha omboty riremi peteĩ ary ohupyty pe téra Guarani Karaípe, he’iséva arandu, ha ojekuaauka chupe pe chamán oĩva pe ñemboʼe rógape . Guarani rekope, mitãkuimba’e oguereko mbohapy téra jeporavópente: Kuaray, Karai ha Verá. Mitãkuña oguereko peteĩ rango tuichavéva michĩmi. Oĩ seis téra: Jaxuka`i, Para`i, Yva’i, Ara`i, Kerexu`i ha Jera`i.

 

 

Nhanderu ha tradiciones

 

 

Umi karai arandu tavaygua ombohasa avei arandu ha arandu, artesanía, pintura, ñe’ẽ, purahéi-jeroky ha Guarani religión jepokuaa rupive, péicha omombarete mandu’a cultural. Ñemitỹ ha’e opaite ogayguakuéra rekove upe tendáre, ko’áĝa oguerekóva 60, oñembojoajúva 290 tapicha, ha cosecha jave oñemboja’o opavave hogayguakuéra. “Ropractica avei Nhandereko rohasávo ka’aguýpe rogueru haguã material artesanía-pe guarã, roho pesca ha robaña ysyry, roho Opy (oración de oración), rojapo religión, ropurahéi, ropractica jeroky xondaro (guerrero). ”, omomba’e guasu .

Oñeñotỹ opaichagua semilla, ha umi mokõi tenondegua ojehecharamovéva ko tava’ípe ha’e mandi’o ha yuca ñemitỹ. “Mandi’o ha’égui imarangatúva ha omoheñóiva Tupã, ha’éva mandi’o ndive ha’éva umi tembi’u tenondegua Guarani. Ojejapóvo agricultura tradicional guarani tuicha mba’e oñemombarete haguã mitãnguéra espíritu, oreko haguã tesãi ha mbarete. Ñemitỹ rupive, umi anciano ojapo ritual ha ceremonia ha’eháicha semilla consagración ha mitã ñemongarai, upépe oñeme’ẽ héra guarani-pe, ha’éva imarangatúva. Tupã ome’ẽ avaxi mandi’o Guarani-pe oñotỹ haguã. Ñemitỹ rupive, Tendota Espiritual Karaí oñemongeta Tupã ndive, divinidad ndive ha tekoha ndive. Upévare, Guarani-pe guarã, opa mba’e imarangatu. Según Nhandereko mba’ekuaa ha experiencia”, omyesakã.

 

 

Ja’o

Ocupación ha deforestación rupi umi aldea jerére, tekoha guarani ndaha’éi sãsõme ñehundígui. Jepémo ñamomba’e pe tiempo de reproducción káda especie rehegua ani haguã opa umi recurso oikotevêva oikove haguã, ko’ãva hasy ohóvo ojejuhu haguã. “Pe mba’e hasyvéva ñandéve, pueblo nativo, ha’e osegi ombyai ñande reko ha ñande guarani rekove. Pe visión materialista ha codicia orekóva umi Juruá (ndaha’éiva indígena) ombyatývo umi mba’e ojapo chuguikuéra ohecha’ỹva pe iñimportantevéva tekovépe, ha’éva tekove voi ha opa mba’e oĩva ipype. Ha katu ndaikatúi jahusga ni ñapu’ã Juruá rehe: simplemente ndoikuaái, nontendéi. Ha’ete peteĩ mitã, térã peteĩ tavy ombyaíva pe oikotevẽvéva”, he’i.

 

Pe diploma rehegua

 

 

Ára 25 jasypoteĩ ary 2023-pe, irundy ára Corte Suprema Federal omboyke rire pe tesis Marco Temporal ha haimete un año odefende rire pe disertación “Nhandereko Yvyrupá Py: guarani rekove pe yvy indígena Tekoá Marangatu, Imaruì, SC, Brasil ”, Karai Reté ohupyty rector Unesc-gua, Luciane Ceretta pógui, Maestría Ciencias Ambientales-pe. Umi logro doblemente ogueromandu’áva ichupe, péva arapokõindy ohasávape oime Brasília-pe, ambue tetã indígena ndive, oprotestávo oity haguére Marco Temporal.

Karai Reté rekohápe, natekotevẽi peteĩ kuatia ogarantisáva respeto mba’ekuaa rehe, ha katu oñehendu ha omombáy haguã sensibilidad sociedad ndaha’éiva indígena umi causa pueblo original rehe, ontende tuicha mba’eha ocupar espacio ambuépe cultura, umi banco académico-icha. “Ñande cultura ha forma de vida, ojekuaávo, ha’ete oikóva peteî obstáculo umi proyecto kuimba’e ha cultura del hombre blanco ha ñañeha’ãvo ñañomongeta ha jagueru algún problema ha’éva ñehundi ñande cultura, de ñande manera jajoajúvo naturaleza ndive, tekovépe, en pocas palabras, ñande mundo jesareko, ñamombe’use jave kuimba’e morotîme mba’éichapa jajapo, noñeñandúi hekoitépe, ni noñemomba’éi ñande rekovépe”, ombojoapy.

Guarani moda añeteguápe oñe’ẽ umi mba’ére ogueraháva chupe ombohovái haguã opaite apañuãi oasegura haguã ko diploma:

 

 

Indígena presencia universidad-kuérape

 

Indígena-kuéra jeiko universidad-kuérape oike lucha-pe, Karaí Reté ombojoajúva ha omokyre’ÿva, ombotuichave haguã representación ha respeto pueblo indígena sociedad-pe. Umi dato Censo de Educación Superior ohasáva, ha’éva 2021, ombosako’íva Semesp ndive, entidad orepresentáva instituciones de educación superior Brasil-pe, ohechauka 2011 guive 2021 peve, ojupíha 374 inscripción temimbo’e autodeclarado indígena educación superior-pe % . Ko investigación ohechauka avei red privada orekóva mayoría ko’ã inscripción 63,7%. Peteî encuesta omotenondéva Portal Litoral Sul mboýpa oî indígena universidad Santa Catarina-pe ohechauka oîha ko’ágã, ojehechávo institución sistema Acafe además UDESC ha UFSC, 633 indígena oñeinskrivíva.

Ehechave pe mápa:

Pe tape oñemohu’ã haguã mbo’ehaovusu-pe katu, ypykuérape guarã henyhẽ mba’e ojokóvagui, ha’eháicha ñe’ẽ, upéva, además ogueraháva hetápe oheja haguã mbo’ehaovusu, he’ise ambue tapicha ndaikatuiha voi omoñepyrũ. Karaí Reté trayectoria, péicha he’i rector Unesc ha presidente Asociación Santa Catarina de Fundaciones Educativas, Acafe, Luciane Ceretta, opersonifika poder transformador universidad comunitaria. “Unesc ha’e peteî Universidad Comunitaria orekóva alcance ha completidad oike haguã ha permanencia mayma tapicha oiméva misión-pe. Tekotevẽ gueteri ñañemoag̃uive umi tetã ypykue ikatúva ohechakuaa ijehegui Institución-pe ha ohojey ipueblo-pe opaite katupyry omopu’ãva Universidad-pe ha ñamoporãve umi komunida oikohápe rekove operde’ỹre heko tee. Upéva rangue, oguerúvo ko identidad Universidad-pe ikatu haguã históricamente oñeñangareko”, he’i Luciane.

 

Karaí Reté, además ha’e peteîha indígena omohu’ãva Unesc-pe, ha’e peteîha beca orekóva Programa de Equidad Racial, omoñepyrûva Institución ary ohasava’ekuépe, Centro de Estudios Afrobrasileños y Indígenas y Minorías (Neabi) rupive ha máva… oipe’a okẽ ikatu haguã hetave indígena oike universidad-pe. Unesc oreko ko’ágã 12 temimbo’e pueblo indígena-gui. “Ko’ágã roguereko ambue ñorãirõ oñondive, Fabiano oguerúgui voi oréve ambue mba’e ojejeruréva ipueblo-pe guarã. Roikuave’ê acceso, pero oikotevê hikuái permanencia, ome’êvo oportunidad opyta haguã Universidad-pe ha’eháicha viaje; óga; hi’upyrã ha, oñondive, ropropone ohekávo proyecto ha programa fuerzas estatales ndive omokyre’ÿva permanencia”, ombojoapy

Péicha he’i coordinadora Centro de Estudios Afrobrasileños y Indígenas y Minorías (Neabi), Unesc-pe, Normélia Ondina Lalau de Farias, oîha indígena mayoría orekóva universidad ndaha’éiva público ha’éva resultado ko’ã institución’. oikuaa haguã importancia intercultural ha omoheñóivo mecanismo ombohapéva acceso pueblo original-kuérape. “Fabiano ha’ete peteî jopói Neabi ha Universidad-pe, ha’égui primera persona indígena ko espacio-pe ha avei oparticipa Centro-pe. Oguahë ko espacio orekóva oportunidad oime haguã Universidad-pe ojapóvo maestría ha oreko afortunada oñeme’ëvo ichupe beca completa, oñemopyendáva sensibilidad ha entendimiento oikotevêva pueblo nativo osalva algunos temas históricamente ojehejáva tapykuépe” , ha’e omomba’eguasu.

Ko video oúvape, mbo’ehára Normélia oñe’ê tuicha mba’eha ko contacto ndaha’éiva indígena ha indígena universidad-pe.

 

Umi desafío

Orekóvo licenciatura pedagogía-pe, Karai Reté oguahë universidad-pe heta mboyve historiador ha ex mbo’ehára Unesc, João Batanolli pópe, oñeme’ëva estudio ha experiencia pueblo nativo 25 ary pukukue. Umi visita aldea-pe ha Karai Reté participación mbytépe, invitación rupive, algunas oportunidades-pe clase-pe, oñemombarete angirũ Batanolli ndive peteĩ sueño mokõivéva ndive: oñemoarandúvo Unesc-pe. Ko mba’e rembipota oiko realidad oñomongeta rire mbo’ehára Programa de Posgrado en Ciencias Ambientales (PPGCA), Dr. Juliano Campos ndive. “Aipota kuri ojapo licenciatura, pero Juliano he’i jagueruva’erã Maestría-pe ha heta tapicha oñeha’ãvo, péva oiko”, imandu’a Batanolli.

Pe beca henyhẽva ome’ẽva Unesc ha’e peteĩ parte añónte pe jeguata pukukue ko’áĝa Mbo’ehára, Karaí Reté. Umi apañuãi ñe’ẽ, tekoha joavy ha mombyry tava’ígui oñembohovái ko yvy ape ári ohasávo pandemia Covid. Ojoguaite ambue temimbo’e ndorekóiva acceso tembiporu aprendizaje a distancia, péva periodo oikotevëva aislamiento, Unesc ome’ë internet, router ha computadora omotenonde haguã ijestudio en línea. Pe ojoavyva ha’e opa tecnología ndoikuaáiva’ekue pe Maestro indígena-pe.

Batanolli ñe’ẽme, mbo’ehára Juliano Campos ndive ome’ẽva’ekue estancia Criciúma-pe ojevývo mbo’esyry clase en persona-pe ary 2022-pe, opa mba’e oiko Guarani rape:

 

 

Oike rire maestría-pe, Karaí Reté oguereko imbo’ehára, Doctor Juliano Campos, asesor ramo. “Añetehápe, ha’e pe che guiava’ekue, orrepresentáva peteĩ cultura yma guare, ha’éva nación Guarani, orekóva tradición 6 mil ary rupi. Ha’e peteî desafío oreko contacto peteî tapicha ndive gimnasio ryepýpe, peteî juego oficial ryepýpe ha odirigíva ko’ã norma he’iháicha. Aime seguro che, ha umi tapicha ko’ápe universidad-pe, heta mba’e roaprende Fabiano-gui”, omomba’e guasu.

Campos omombarete rol fundamental orekóva Unesc ha universidad comunitaria además de presencia pueblo original academia-pe:

 

 

Omokyre’ÿvo acceso Karai Reté orekóva política afirmativa ha inclusión, evaluación Campos, universidad oipe’a tape hetaiterei ha omboty heta paradigma. “Oiporuse literatura indígena ha hetave 90% umi fuente bibliográfica ohaíva indígena, taha’e guarani térã ambue cultura-gua ha péva ha’éma peteî dificultad porque academia-pe jajepokuaágui teórico kakuaa, upéicha ha’e kuri peteî dos- way street , ha’e oaprende ñandehegui ha ñande ña’aprende chugui. Ore jepy’apy kuri romomba’évo fuente ha’e ohecháva oî porãvéva, péva opermiti ojeipe’a ambue fuente indígena investigación-pe guarã”, omomba’e guasu.

Pe espacio mbo’ehakotýpe protagonista ramo

 

Jepénte okakuaa ohóvo temimbo’e indígena educación superior-pe, ndaipóri dato oñembopyahúva mboy mbo’ehára indígena oî ko’ã espacio-pe. Censo de Educación Superior he’iháicha, ary 2021-pe, 428 mbo’ehára ohasáva 483 mil educación superior-gui ha’e indígena.

Mbo’ehára Normélia-pe guarã, beca Programa de Equidad Racial-gui ha’e avei peteî tembiporu tuicha mba’éva ojedesconstrui haguã estereotipo japu pueblo nativo ojeipe’áva ára ha ára umi tapicha ndaha’éiva indígena térã ndojeikekuaáiva:

 

 

Peteî pedagogo por capacitación, ko’ágã Maestría en Ciencias Ambientales Unesc-gua oime espacio mbo’ehakotýpe mbo’ehára ramo aldea Marangatu-pe. Mbo’ehao Tekoá Marangatu Primaria Indígena oñemopyenda ary 2003-pe, opytáva ypykuéra yvy ári ha oguereko mbo’ehára ndaha’éiva indígena ha mbo’ehára Guarani omba’apóva oñondive. Oguereko Educación Infantil, Educación Primaria, EJA ha mbo’epy indígena. “PETEĨ

mbo’ehao ombohasa mokõive arandu peteĩ jave, ha upéicha mitã guarani ojapóta

oaprende mokõive katupyry. Mbo’ehára ndaha’éiva ypykuéra ombo’e mba’ekuaa científico rupive ha Guarani mbo’ehára ombo’e Guarani arandu yma guare rupive”, omyesakã Karai Reté.

Maestro indígena ohupyty invitación decana Luciane Ceretta-gui oike haguã Doctorado-pe, pero oestudia gueteri posibilidad, jepénte upéva oime seguro universidad-kuéra oikotevêha oipe’a okê ikatu haguã contenido ombohasa avei mbo’ehára indígena-kuéra. “Heta mba’e oñembo’éva universidad ha mbo’ehaópe indígena rehe ojavy ha ojedistorsiona”, oapunta Reté.

Decano Luciane Ceretta ha coordinadora Neabi, Normélia Lalau-pe guarã, Maestría Karaí Reté, avei Neabi rembiapo, ha’e umi paso importante ikatu haguã componente curricular pueblo indígena reheguáva ombo’e mbo’ehára indígena:

 

Mbo’ehára João Batanolli-pe guarã, jepeve ndoikói peteĩ pyharépe pe ñemoambue, Unesc oguata hína tape iporãvévare, ikatu haguãicha hetave mba’ekuaa oñemotenonde oñondive, omboykévo prejuicio ha omokyre’ỹ desarrollo peteĩ ñe’ẽme:

 

 

Traducción en Guarani

 

 

Jasypokõi 2022 guive, empresa Google oikuave’ẽ Guarani ñe’ẽ apytépe hembiporu ñembohasa rehegua. Upérõ, gigante servicio ha software en línea ohustifika oike haguã indígena ñe’ê ha’éva peteî forma ombotývo barrera orekóva población oñe’êva ñe’ê sa’i térã noñerrepresentáiva mundo de la tecnología-pe. Oje’e ko ñe’ẽ oñe’ẽha 7 sua tapicha rasami Brasil, Paraguái, Argentina ha Bolivia mbytépe.

Ha katu pe tembipuru oñembojehe’a ñe’ẽ español ndive ojetradusívo portugués-gui. Pe conversión oñemyesakã Guarani oĩgui Paraguáipe, castellano ndive, tetã ñe’ẽ tee, he’iséva hetave tetãygua oñe’ẽha upe ñe’ẽ. Ndojoguái Brasil-pe noñemomba’éi haguépe ñe’ẽ.

Imarangatuháicha avei Guarani retãyguakuérape g̃uarã, Portal Litoral Sul oiporavo ombohasa hag̃ua ko marandu Guarani ñe’ẽme, oiporúvo tembipuru ojeguerekóva Google-pe. 

Você também pode gostar