Notícias de Criciúma e Região

Nascida em Criciúma é ex-nora de fundador do Hamas e vive em Gaza

Umm Abdo nasceu em Criciúma, foi criado no Rio Grande do Sul e morou em Goiás, antes de se mudar para a Faixa de Gaza

Nascida em Criciúma e criada no Rio Grande do Sul que descobriu o Islamismo ainda criança. Essa é Umm Abdo que foi casada por anos com Said, filho de um dos fundadores do Hamas, Abd al-Fatah Dukhan. Apesar da eclosão do conflito com Israel nos últimos dias, ela se nega a sair da Faixa de Gaza, onde segue morando e não está junto aos brasileiros que buscam escapar do conflito. A história foi descoberta e compartilhada pela Folha de São Paulo pela primeira vez em 2014.

A reportagem do jornalista Diogo Bercito, que cobria a região, conta com detalhes como foi o encontro com a brasileira que na época era casada com Said. Sem permitir que fosse fotografada, ela segue vivendo nas sombras. Umm Abdo foi o nome adotado por ela quando se converteu ao islamismo.

Durante a matéria, ela contou que nasceu em Criciúma, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Aos sete anos ela disse ter aberto um livro na biblioteca e ter lido sobre o conflito árabe-israelense. No rodapé da página ela disse ter descoberto o Islã e sentido algo diferente. “Cheguei em casa e disse que era muçulmana. Minha avó ficou brava. Minha mãe pensou que aquilo era uma brincadeira de criança e que iria passar.”, disse ela à época.

Aos 15 anos, Umm Abdo começou a frequentar a mesquita de Brasília (DF). Na época, ela morava na região de Goiás. Momento que pediu para ser convertida. O que viria a acontecer três anos depois, quando virou muçulmana oficialmente. Já adulta conheceu Said a distância e se apaixonou por ele. Em 2005, foi quando ela cruzou a fronteira egípcia de Rafa e mudou-se para Gaza, onde casou com ele.

“É uma história normal”, afirmou. “É como se eu me casasse com um alemão e morasse na Alemanha. Vivemos como as demais pessoas”.
“Eu tenho nacionalidade italiana e poderia viver lá. Mas não é a vida que eu quero”, diz a brasileira sobre agruras de Gaza. “A libertação da Palestina só virá por meio da resistência. Por isso ficamos. O futuro de Gaza são as crianças”, disse ela em 2014.

Umm Abdo disse que havia estudado direito e falava sete línguas, incluindo o árabe. Criada em uma família católita, ela informou que nunca se enxergou na religião. Agora em 2023, com o conflito ganhando maiores proporções após um ataque terrorista do Hamas e a resposta de Israel, a Folha de São Paulo voltou a tentar contactar a catarinense.

Separada de Said devido as violências domésticas sofridas, Umm Abdo deve ter agora 38 ou 39 anos e se recusa a deixar a faixa de Gaza. O ex-sogro e fundador do Hamas, Abd al-Fatah Dukhan, teria sido morto em um ataque israelense no dia 11 de outubro. Com Said, a muçulmana nascida em Criciúma, teve ao menos cinco filhos já quem em 2014 era mãe de quatro crianças e estava grávida. Após as agressões do marido e a separação, ela foi acolhida por uma organização de caridade. Apesar das tentativas do Itamaraty de retirar os brasileiros que vivem em Gaza, ela decidiu não fazer parte do grupo que busca sair do território.

Confira a reportagem completa clicando aqui.

Você também pode gostar