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Mais de 100 cirurgias bariátricas pelo SUS já foram realizadas pelo Instituto Maria Schmitt em Sombrio

O Hospital Dom Joaquim vem realizando cirurgias via videolaparoscopia pelo SUS, atendendo a uma demanda reprimida da macrorregião Sul de SC

Mais de 100 vidas transformadas pela saúde pública. A missão do Instituto Maria Schmitt (Imas), em proporcionar um serviço de qualidade,por meio de uma estrutura moderna e uma equipe multidisciplinar qualificada, têm mudado a vida de quem tanto sonhou pela cirurgia bariátrica. Desde o dia 22 de abril deste ano, o Hospital Dom Joaquim, administrado pelo Imas, vem realizando cirurgias bariátricas via videolaparoscopia pelo SUS, contabilizando 107 procedimentos até está última quarta-feira, 4, atendendo a uma demanda reprimida da macrorregião Sul de Santa Catarina. 

A felicidade estampada no rosto não nega a realização de um sonho. Auto-estima recuperada, disposição e, claro, a saúde sendo restabelecida. Essas são as expressões de pacientes que já fizeram a bariátrica e estavam participando do encontro mensal realizado pela psicóloga Cinthia Roth e a nutricionista Francielly Fabris. 

Elas comandam a roda de conversa para tirar dúvidas, trocar experiências e encaminhar possíveis queixas individuais para novos exames. “Nosso encontro tem o objetivo de acompanhar o processo, saber as dificuldades, ouvir depoimentos e apoiar uns aos outros. A bariátrica muda o paladar, muda a emoção. A reação dos alimentos é diferente para cada pessoa. Cada organismo é único e é preciso respeitar. Por isso, conversamos em conjunto para deixar claro que o processo de emagrecimento de cada paciente acontece de forma muito particular”, destacou a nutricionista Francielly.

Conforme a psicóloga Cinthia, a motivação vem do incentivo da rede de apoio. “Essa roda de conversas é fundamental nesse processo. Nossos encontros trazem motivação para os nossos pacientes continuarem firmes nesta caminhada em busca do objetivo”, destaca.

“Foi a melhor coisa que fiz na minha vida”, diz paciente bariátrico

O motorista Anderson Martins Paulino, 46 anos, morador de Imbituba, começou o processo em janeiro nas consultas com o cirurgião. Precisava realizar o procedimento já que tinha pressão alta, diabetes e pesava 144,7kg. “Fiz exames, consultas e no dia 31 de maio realizei a bariátrica. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, não me arrependendo nenhum segundo. Foi uma benção, tanto para saúde física como mental. Minha autoestima é outra. Hoje estou pesando 104 kg e estou ótimo. Adquiri novos hábitos na alimentação, novos horários para as refeições e estou repondo vitaminas que faltavam. Uma nova vida. Tomava remédios para dor nas articulações, como no joelho e quadril devido ao sobrepeso, e para pressão. Hoje não tomo mais. Me sinto outra pessoa. Tomo banho sozinho, coloco o meu calçado sem ajuda. Tenho independência”, contou Anderson, ressaltando que seus novos hábitos também motivaram toda a família e até contribuíram na economia do lar.

“A minha esposa me acompanha na alimentação e os meus filhos estão indo neste mesmo caminho. É automático, a família também absorve os novos hábitos. Sem contar a parte financeira, pois reduzimos os gastos com o mercado e até o gás está durando mais.” Acompanhando Anderson, Deyse Lúcia de Carvalho, diz que está muito feliz com essa nova fase de vida do marido. “A bariátrica mudou a vida da família. E estamos agradecidos pela equipe do Hospital. Aqui as pessoas são maravilhosas, desde a internação, os médicos, os demais profissionais que nos acompanham. O atendimento é excelente”, frisou.

Karoline Nogaredo da Silva, de 31 anos, foi a primeira a realizar a bariátrica no Dom Joaquim em abril. Ela chegou a pesar 170 kg, e hoje comemora os 47 quilos eliminados após o processo da bariátrica. “É outra vida. Eu achava que ia ser mais difícil. Estou pesando 123 kg. Hoje eu consigo brincar com a minha filha, me movimentar, me abaixar, então isso para mim é uma vitória. Acordo mais cedo, tenho mais disposição. Antes eu só queria ficar deitada. Além disso, esses encontros com outros pacientes estão sendo muito importantes para a troca de experiências e tem me ajudado no processo. Sou muito agradecida a toda equipe multidisciplinar pelo apoio desde o começo dessa trajetória na luta contra a obesidade”, declarou Karoline que é moradora de Tubarão/SC e chegou a ficar 3 anos e meio na fila para o procedimento.

Acompanhamento vai além da cirurgia

Conforme o cirurgião responsável pelos procedimentos, médico Marcos Eduardo Mezzomo, a bariátrica envolve uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada para o sucesso do procedimento. “Todo paciente da bariátrica  tem que passar por essa equipe que é composta pela nutricionista, psicóloga, endocrinologista, cardiologista e até anestesiologia, para estarem aptos à realização da cirurgia. Após os resultados de exames e a avaliação do paciente é definido a técnica, bypass ou sleeve, que são as mais consagradas na área. Além disso, o grande diferencial do procedimento está na técnica minimamente invasiva utilizada, a videolaparoscopia, a qual conta uma microcâmera ligada a um monitor permitindo a realização da cirurgia sem cortes. Uma modernidade que o IMAS investiu para a população”, enfatizou D. Marcos.

De acordo com Cinthia Roth, o processo da bariátrica vai além da cirurgia. Há etapas importantes no pré-operatório e após mais 18 meses com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. “O processo para quem precisa fazer a cirurgia bariátrica começa no Posto de Saúde do município de origem do paciente. Ele consulta com o médico que avalia a necessidade de realizar, conforme o seu  estado de saúde, o Índice de Massa Corporal (IMC) e comorbidades associadas. O profissional então o encaminha para a fila de espera da Central de Regulação do Estado. A partir daí, o Hospital Dom Joaquim recebe o paciente dando o encaminhamento para a realização da bariátrica. A primeira consulta é com o médico cirurgião, que direciona para uma equipe multidisciplinar com psicólogo, nutricionista, e também solicita diversos exames laboratoriais e de imagem, como endoscopia, eco doppler, eletrocardiograma, tudo feito pelo SUS dentro da nossa unidade. Após isso, com os laudos das profissionais aprovados e os exames sem nenhum problema é realizada a cirurgia”, explica.

Para ela, a bariátrica é um procedimento que necessita de uma rede de apoio. “Estamos proporcionando mais saúde e autoestima aos nossos cidadãos, pois obesidade também traz consigo outras comorbidades, como hipertensão, diabetes, esteatose e desajustes psicossociais. Nossos encontros visam oferecer acolhimento para oferecer qualidade de vida à nossa população através da rede pública que é resolutiva, eficaz e humanizada”, finalizou.

 

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