Prisão de Salvaro: candidatos a prefeito de Criciúma falam sobre impacto na campanha eleitoral
O prefeito foi preso na última terça-feira, dia 2, na segunda fase da Operação Caronte, que apura crimes envolvendo a concessão de serviço funerário
A prisão preventiva do prefeito Clésio Salvaro (PSD), continua repercutindo no meio político faltando um pouco mais de um mês para as eleições municipais. Salvaro foi preso na última terça-feira, dia 3, na segunda fase da Operação Caronte, que apura crimes envolvendo a concessão de serviço funerário em Criciúma.
Os seis candidatos a prefeito de Criciúma, Arlindo Rocha (PT), Jorge Godinho da Silva (Solidariedade), Júlio Kaminski (PP), Paulo Ferrarezi (MDB), Ricardo Guidi (PL) e Vaguinho Espíndola (PSD), destacaram o impacto que a prisão está causando na cidade e o que essa situação muda na campanha.
Confira as falas dos candidatos:
Arlindo Rocha (PT):
“A prisão preventiva do prefeito Clésio Salvaro tem vários aspectos que precisam ser levados em consideração. O primeiro é que se trata de um processo judicial, que deve ser analisado pelo poder judiciário e mais ninguém. Todo processo tem seu tempo, seus prazos e é lá, nos autos que será avaliado. Prejulgar os envolvidos não é recomendado e não o farei. Ao município de Criciúma é muito triste esta situação, afinal é a maior cidade entre duas capitais e polo regional. Evidentemente que mexe com autoestima de toda população. A influência na campanha eleitoral é imprevisível. Pessoalmente, entendo que o âmago da questão é resultado de um sistema viciado que se implantou na maioria dos municípios brasileiros. Os eleitos transformam a prefeitura, ou o governo do Estado, em uma máquina de fazer votos. Lotam as administrações públicas com cabos eleitorais em posições administrativas e o plano principal é sempre a próxima eleição. Disso surgem os “negócios” e os reais problemas da cidade e das pessoas ficam em segundo plano. É preciso reverter este sistema e implantar um modelo de gestão baseado nos princípios constitucionais, acabar com esta máquina de fazer votos, mantida por um batalhão de cabos eleitorais”.
Jorge Godinho (Solidariedade):
“Tem que ser feito o que a justiça determinar, eu não posso dizer e não posso julgar o fato. Um dos setores que tinha que fiscalizar e ver se estava certo ou não o que ele fez, era a Câmara de Vereadores, mas a Câmara avalizou esse projeto. Então, para mim, tem vários responsáveis nessa situação. Então, nós temos que aguardar o que o judiciário vai dizer, mas eu acho que a maior vítima dessa situação são aquelas pessoas que foram cobradas indevidamente. Eu ainda não vi ninguém falar, quando é que vão devolver esse dinheiro para essas pessoas. Então eu acho que se houve vítima é aquelas que foram lesadas. Eu acho que tem que deixar para que a justiça julgue e puna aqueles que se beneficiaram desse tipo de situação”.
Júlio Kaminski (PP):
“Minha solidariedade às famílias atendidas pela Central Funerária, vítimas deste suposto esquema de corrupção que está vindo à tona. Minha solidariedade a todos que enfrentaram essa situação em um momento de profunda dor, como é a perda de um ente querido. Aos investigados, desejo que tenham pleno direito de defesa e que os fatos sejam esclarecidos pela polícia e pela Justiça. Esta situação é extremamente prejudicial para Criciúma. Outras cidades que passaram por estes escândalos ficaram estagnadas, pararam no tempo. Por isso, lamento profundamente e condeno esses acontecimentos. Enquanto vereador, durante esses oito anos, fiscalizei, sugeri mudanças e alertei sempre que necessário. Fiz o que estava ao meu alcance para combater esse tipo de situação”.
Paulo Ferrarezi (MDB):
“A campanha dos candidatos Paulo Ferrarezi e Dr. Anibal, segue acompanhando de perto os desdobramentos do caso, e lamentamos profundamente que o nome e a imagem de Criciúma tenha tido uma repercussão nacional tão negativa, envolvendo suspeita de corrupção. Esse não é o retrato do nosso povo, que é honesto e trabalhador. O fato não muda em nada a evolução da campanha, tendo em vista que o foco prioritário dos candidatos é apresentar propostas e ações efetivas para desenvolver Criciúma em suas diferentes áreas. Ao contrário da disputa marcada por brigas e acusações, a campanha seguirá mostrando ideias claras para transformar a cidade. A nossa briga sempre será contra a falta de oportunidades, para zerar a fila de consultas com especialistas, garantir vaga nas creches e apontar novas soluções”.
Ricardo Guidi (PL):
“Este é um momento difícil, e muito triste para nossa cidade. A prisão do prefeito, investigado por organização criminosa e fraude em licitação dos serviços funerários, não é uma notícia boa pra ninguém. Nós precisamos deixar claro que esta não é uma questão de política, e sim uma questão de polícia. Essa investigação já tem mais de dois anos, em várias cidades, e a prisão foi uma determinação do Tribunal de Justiça a pedido do Ministério Público. O prefeito Salvaro precisa ter o direito de fazer a sua defesa e dar as explicações necessárias, tanto para a justiça como pra população de Criciúma. O nosso compromisso é com a verdade, a transparência, a honestidade e com a garantia de que, na nossa gestão, não vai ter prefeito preso nem polícia batendo na porta. Nosso papel, nesse momento, é acreditar na justiça, olhar pra frente, apresentar as nossas propostas para Criciúma e mostrar o que nós vamos fazer pelo futuro da nossa gente. Vamos em frente. E que Deus nos abençoe”.
Vaguinho Espíndola (PSD):
“Em nome de todas as pessoas que não toleram injustiça, não há como nós nos conformarmos com a prisão do prefeito Clésio Salvaro. Desde o dia desse triste acontecimento, nossa campanha se intensificou ainda mais, pois agora temos uma missão que é maior: a de levarmos cada vez mais longe a nossa mensagem de continuidade do trabalho que já trouxe tantos frutos positivos para Criciúma. Mexeram com todo o time e, agora, além de ser pela cidade de Criciúma, essa eleição será por todos aqueles que não gostam de injustiça e, principalmente, será pelo prefeito Clésio Salvaro”.