Notícias de Criciúma e Região

Justiça decreta prisão de suspeitos de espancar bebê; transferência de hospitais vira polêmica

Bebê de três meses teria sido espancado por casal em Caçador e necessitou de transferência para Florianópolis, onde se encontra internado na UTI

Nesta quinta-feira, dia 21, a Justiça acatou o pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e da Polícia Civil, e decretou a prisão preventiva do casal suspeito de agredir um bebê de três meses na última segunda-feira, dia 18, em Caçador.

📲 Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.

“Todas as circunstâncias evidenciadas no processo dão conta da materialidade e autoria delitiva por parte dos suspeitos. Aliados a esses fatores, o clamor do crime e a possibilidade de reiteração criminosa, especialmente contra outras crianças sob a guarda dos investigados, motivam o pedido de preventiva”, explica o Promotor de Justiça da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caçador, Marcio Vieira.

A mãe da vítima é venezuelana e está trabalhando no Brasil. Ela contou que deixou o filho com o casal por volta das 10h20 e que recebeu uma ligação às 14h. Do outro lado da linha, a suspeita contou que levou o bebê para o Hospital Maicé, pois ele estava com dificuldades para respirar.

Os primeiros exames médicos apontaram várias lesões corporais. A Polícia Civil foi acionada e o homem de 22 anos e a mulher de 19 anos foram presos em flagrante. Agora a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. Sendo assim, o homem permanece no Presidio Masculino de Caçador e a mulher continua no Presidio Feminino de Chapecó. Ambos estão à disposição da Justiça.

A Promotoria da Infância e Juventude da Comarca de Caçador já instaurou três procedimentos para apurar, respectivamente, a situação do bebê, a situação das duas filhas dos suspeitos e se outras crianças eram cuidadas pelo casal. Um dos objetivos é identificar porque o bebê e outras crianças estavam sob cuidados de terceiros e não em Centros de Educação Infantil da Rede Pública Municipal.

Deputados denunciam governador após transferência de bebê

O caso ganhou notoriedade política na sessão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina nesta quarta-feira, dia 20. Os deputados Bruno Souza (Novo) e Jessé Lopes (PL) denunciaram o governador, Carlos Moisés. De acordo com eles, Moisés teria utilizado um avião-ambulância durante visita a Caçador para ‘fins políticos’ na segunda-feira, dia 18, e o bebê teria ficar sem meio de locomoção para Florianópolis.

O bebê foi levado de Caçador para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis, de ambulância. O transporte por aeronove teria sido impossibilidade pela agenda do governador. O bebê, inclusive, segue na unidade sob cuidados médicos. Fato, também, acompanhado pela área da Infância e Juventude do MP.

“O fim dela não é levar políticos para eventos políticos e sim atender pessoas. Nós tínhamos um bebê precisando de transporte. Quem precisa provar o desvio de finalidade que não afetou ou deixou de atender o bebê é o governo. Nós temos de um lado o desvio de finalidade e a criança que não usou e foi de ambulância por seis horas até o hospital”, disse ao portal ND+, o deputado Bruno Souza.

Os deputados, inclusive, divulgaram nas redes sociais o diário de bordo do Arcanjo-06, que estava sendo utilizado por Moisés.

Avião Arcanjo-06 do Governo do Estado – Foto: Divulgação

 

Estado chama acusação de ‘Fake News’

O Governo do Estado, em nota, classificou a acusação dos deputados como ‘fake news’. “É falsa a afirmação proferida por dois deputados estaduais, durante sessão na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 20, segundo a qual um bebê de três meses de idade, vítima de espancamento na cidade de Caçador, foi transferido de ambulância para Florianópolis porque o avião Arcanjo 6 estaria em uso pelo governador. O governo do Estado lamenta e repudia a exploração política irresponsável de dramas humanos por alguns parlamentares”, destaca nota da Secretaria de Estado da Saúde.

De acordo com o coordenador médico do Grupo de Resposta Aérea de Urgência (GRAU), Bruno Barros, , além de não ter chegado nenhuma solicitação para transporte aéreo do bebê, a gravidade do caso não permitiria esta opção.

“As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, frisa Barros.

O coordenador médico ressalta ainda que durante o transporte da vítima pela Ambulância de Suporte Avançado (USA), o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias e teve a chance de ser reanimado, manobra que não poderia ser feita dentro do avião, por exemplo. O bebê chegou com vida ao Hospital Infantil Joana de Gusmão.

*Com informações do MPSC, Governo do Estado e Portal ND+.

 

 

 

 

Você também pode gostar