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Jornalista italiana lança livro em Criciúma

Iniciativa faz parte do festival “Mia Cara”, promovido pelo Consulado da Itália no Brasil

Uma noite para aprender sobre uma parte cruel da história italiana e sobre o jornalismo investigativo. Os acadêmicos de Jornalismo da UniSatc e convidados puderam compreender um pouco mais da vida da jovem Rita Atria, que morreu em 1992, mas que revelou meandros do esquema mafioso local. A história de Rita é o tema central do livro da jornalista Giovanna Cucè, que realizou palestra no início dessa semana.

O livro “Io sono Rita ‘Rita Atria: la settima vittima di Via D’Amelio” foi escrito por Giovanna, Nadia Furnari e Graziella Proto. O pai dela e o irmão eram mafiosos e foram assassinados por outros rivais. Aos 17 anos, Rita decide romper o silêncio e contar tudo o que sabia às autoridades policiais. “Ela lutou contra a máfia e é um exemplo de coragem”, reforça Giovanna.

Dois grandes nomes da Justiça Italiana que se destacaram no processo de combate aos criminosos, os juízes Giovanni Falconi e Paolo Borsellino, foram assassinados em emboscadas. Após a morte de Borsellino, a quem Rita considerava um segundo pai, ela cometeu suicídio. Pelo menos é o que disse a informação oficial. “Há pontos que não ficaram claros e que levantam dúvidas sobre isso. Durante a investigação e produção do livro descobrimos questões que ainda estão sem resposta”, cita Giovanna. Uma delas é um policial que apareceu logo após a autópsia e que recolheu a agenda de contatos da jovem. Até hoje não se sabe quem ele é e o que fez com as informações.

A vinda da jornalista ao Brasil faz parte do Festival Mia Cara, promovido pelo Consulado Geral da Itália, com sede em Curitiba (PR). A iniciativa visa fortalecer a cultura italiana e se aproximar da sociedade. O evento tem o apoio do Comitato degli italiani all’estero (Comites PR/SC), órgão de representação dos cidadãos italianos residentes no Paraná e em Santa Catarina. O presidente do Comites, Eduardo Bonetti, ex-aluno Satc, acompanhou a jornalista convidada e foi o tradutor da palestra. “O livro traz uma parte da história macabra da Itália, que não pode ser esquecida”, ressalta Bonetti.

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