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IBGE divulga terceiro balanço do Censo 2022

Santa Catarina ultrapassa média nacional, com 64,7% de população recenseada

Até esta segunda-feira, dia 31, 4.751.323 catarinenses foram recenseados, 64,7% da população estimada em SC, o que equivale a 3,5% da população já recenseada no país. No Brasil, foram pouco mais de 136 milhões de moradores, 63,7% da população brasileira estimada. O percentual da população feminina permanece superior, representando 50,9% da população estadual e 51,7% da nacional. A média de moradores por domicílio resulta em 2,7; menos que os 3,12 registrados no Censo Demográfico 2010.

Apesar do estado estar trabalhando com metade das vagas de recenseadores ocupadas, na última semana de outubro conseguiu ultrapassar pela primeira vez a média nacional. Roberto Kern Gomes, superintendente do IBGE em SC, atribui o resultado às ações de engajamento e empenho da equipe: “O Censo termina quando todos terminarem. Sinto que a nossa equipe está com atitude profissional de abraçar juntos os problemas para alcançarmos a solução.”. Dos 47,7 milhões de domicílios brasileiros visitados, 1,73 milhão é catarinense, 72,9% do total estimado em SC. “Nosso gráfico de coleta é muito motivador. Todo dia ficamos no máximo em sexto lugar e aos finais de semana, não raro, em primeiro.”, pontua.

Dos 20 municípios mais populosos, sete ultrapassaram a média da produtividade nacional. Concórdia é o mais adiantado, com 90,2% da população estimada recenseada; seguido por Chapecó, com 77,6%; Joinville, com 77%; São Bento do Sul, 72%; Lages, 70%; Indaial, 65,7% e Blumenau, 64,7%. Rio do Sul (46%), Criciúma (46,8%), Camboriú (47,4%) e Florianópolis (48%) são os mais atrasados, que ainda não alcançaram a metade da população.

Dos 15.393 setores censitários no estado, unidade de divisão territorial utilizada pelo IBGE, 48,7% estão concluídos e 35,2% em andamento. No hotsite censo2022.ibge.gov.br/acompanhamento-de-coleta é possível acompanhar diariamente a evolução dos setores trabalhados por município e Unidade da Federação. Até agora, 14 municípios catarinenses tiveram 100% de seus setores concluídos: Bom Jesus do Oeste, Caxambu do Sul, Cunhataí, Galvão, Imbuia, Jardinópolis, Leoberto Leal, Lindóia do Sul, Matos Costa, Passos Maia, Presidente Castello Branco, Riqueza, Saudades e Vidal Ramos.

Desafios – recusas e ausências
Desde que começaram os trabalhos, a recusa em responder à pesquisa vem aumentando – 1,6% em 30/08, 1,67% em 3/10 e 1,79% agora, pouco abaixo do índice brasileiro, de 2,33%. Dentre os 20 municípios mais populosos, 11 ultrapassam a média de recusa estadual, estando os piores índices em São José (4,64%); seguido por Camboriú (4,19%); Balneário Camboriú (4,14%) e Florianópolis (3,56%). Até então, o índice de morador ausente é de 11,29%, 226.020 do total visitado. Também dentre os 20 mais populosos, Criciúma é o município com o maior índice de morador ausente – 21,6% de seus domicílios já recenseados, um total de 10.481. Esse ranking é seguido pela capital, com 26.996 domicílios com morador ausente (20,21% do total); Itajaí, 10.701 (19,63%); Camboriú, 3.550 (19,46%) e Palhoça 9.863 (19,25%).

Em relação ao tipo de questionário, 86,9% responderam ao questionário básico e 13,1% ao ampliado, o chamado questionário da amostra. O projetado para o final do Censo é de 11% do total de questionários da amostra. Quanto ao número de respostas por modalidade, 1.720.354 (99,4%) responderam de forma presencial, 4.570 (0,26%) pela internet e 5.155 (0,3%) por telefone.

Recenseamento de quilombolas e indígenas avança em SC

Em todo o Brasil, foram contabilizados 1.009.778 quilombolas, estando as maiores concentrações dessa população na Bahia (28%), no Maranhão (22%) e em Minas Gerais (10%). Em Santa Catarina, o número de pessoas autodeclaradas quilombolas está em 2.294, 0,23% em relação à população brasileira.

Já a população indígena brasileira contabilizada até agora é de 1.230.778 pessoas, em sua maior parte nos estados do Amazonas (34%), Bahia (13%) e Pernambuco (7%). Em Santa Catarina, o número de indígenas recenseados está em 11.182, equivalendo a 0,91% da população indígena nacional até então.

Processo Seletivo Reduzido é estratégia para intensificar produtividade
Estão abertas, por tempo indeterminado, as inscrições para vagas temporárias de recenseador e agente censitário. Em SC, há vagas em 205 dos 295 municípios. As inscrições são gratuitas e presenciais. Os interessados devem acessar o link Trabalhe Conosco HYPERLINK “https://www.ibge.gov.br/acesso-informacao/institucional/trabalhe-conosco.html” no site do IBGE para verificar a lista de locais onde há vagas e o endereço onde devem comparecer para obter mais informações.

Em caráter reduzido, o atual Processo Seletivo está sob responsabilidade dos coordenadores de cada área, conforme as necessidades: “Aqui no estado nós já abrimos sete Processos Seletivos. Agora, optou-se por deixar mais aberto, porque cada localidade tem uma particularidade e uma demanda específica, conforme a realidade do mercado de trabalho de cada região.”, explica Roberto Kern.

Além do PSS facilitado, outras estratégias de flexibilização de contratação estão sendo adotadas a fim de cumprir o prazo da coleta até dezembro. O Instituto passa agora a possibilitar a contratação de MEI, de funcionário público aposentado e de funcionário público ativo, sem prejuízo da sua atividade em outro órgão. Outra novidade é que agora os postos de coleta podem reintegrar recenseadores que já trabalharam em outras pesquisas e ex-servidores temporários do IBGE ou do serviço público em geral, sem precisar esperar o intervalo legal de 24 meses do último serviço prestado.

Além do problema da quantidade de recenseadores, uma das principais dificuldades está na retenção de mão de obra comprometida para cumprir com a exigência da credibilidade do trabalho. O IBGE tem medidas de supervisão e checagem que garantem a qualidade dos dados pesquisados. Toda inconsistência com relação às estimativas é checada pelos supervisores. O trabalho de um recenseador que aponte problemas de informações, gera retrabalho.

Neste sentido, para atrair e reter a mão de obra qualificada, novos incentivos de remuneração também estão sendo considerados: “Estamos avaliando os recursos disponíveis e realizando esforços no sentido de melhorar a remuneração dos recenseadores.”, afirma Fabiano Rodolfo, coordenador operacional do Censo em SC. Outra estratégia que a coordenação do Censo está trabalhando é o remanejamento de recenseadores de municípios mais adiantados para os que estão com maior dificuldade.

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