Notícias de Criciúma e Região

Homem que manteve esposa e filhos em cárcere privado tinha o apelido de “DJ” por abafar gritos

Policiais chegaram até a residência depois que receberam uma denúncia anônima

A Polícia Militar encontrou uma mulher e dois jovens, de 19 e 22 anos, que eram mantidos em cárcere privado há 17 anos. Os policiais chegaram até a residência em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, depois que receberam uma denúncia anônima. De acordo com informações da polícia, os jovens, que seriam filhos da mulher e do suspeito de mantê-los em cárcere, estavam amarrados, sujos e subnutridos. Os agentes chamaram uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

“Os policiais que primeiro chegaram aqui encontraram essas crianças realmente amarradas. Posteriormente, eu cheguei e vi que elas estavam sujas, subnutridas. Então, a preocupação imediata foi de prestar socorro médico. O Samu foi acionado para prestar todo o socorro. Inclusive, elas se encontraram agora sob os cuidados médicos”, disse o PM.

Conforme informações o homem costumava ouvir um som muito alto, o que fez com que vizinhos o apelidassem de “DJ”. De acordo com os relatos de testemunhas, tal ação tinha o objetivo de impedir que os gritos de socorro das vítimas fossem ouvidos.

O homem foi preso em flagrante. A Secretaria Municipal de Saúde informou que os três pacientes apresentam quadro de desidratação e desnutrição grave e estão recebendo todos os cuidados clínicos necessários, além do acompanhamento dos serviços social e de saúde mental.

De acordo com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, o homem foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. O caso é investigado pela 43ª DP (Guaratiba).

Caso já tinha sido denunciado

Moradores contaram que denúncias foram feitas ao posto de saúde do bairro e ao conselho tutelar, mas que de nada adiantou. A direção da Clínica da Família Alkindar Soares Pereira Filho informou que notificou a suspeita de maus-tratos em 2020 ao Conselho Tutelar da região.

O Conselho Tutelar de Guaratiba disse que acompanha o caso há dois anos, que chamou o Ministério Público e polícia, mas nada foi feito até então. O Ministério Público não retornou.

Você também pode gostar