Imagino que em algum momento de sua existência essa frase foi dita por alguém que você conhece ou a leu em algum lugar, ela é comumente usada quando queremos referenciar alguma situação em que há alguém com dor e outro alguém lucrando com isso. A frase enquanto uns choram outros vendem lenços, retrata as duas faces do ser humano, o visionário versus o ganancioso. Quem somos nós nesta fila?
Acompanhando as últimas notícias das tragédias provocadas pelas chuvas em São Paulo, nos deparamos com o lado ganancioso por trás do dito popular citado aqui, independente do motivo, o importante é que eu tenha vantagem sobre você. Pessoas que se apropriam da escassez e dor dos outros seres humanos para ganharem dinheiro a qualquer preço. E não entenda que sou contra lucro, jamais! A questão é sobre como o obtemos. O problema não é você querer vender lenço, mas sim, o momento e a forma como você o faz.
Situações como estas, nos fazem refletir sobre como nos comportamos quando queremos crescer, melhorar resultados, será que precisamos escolher ser quem chora ou quem vende lenço?! Será que não podemos colaborar mais para reduzir os choros humanitários, ao invés de olharmos para o próprio umbigo. E não, não acontece só em
tragédias, acontece em muitos modelos digitais de comercialização nos quais a dor do outro é a ideia central dos ditos visionários, que prometem as curas para as dores, e ainda, como bons narcisos, declaram que seu serviço é favor para a sociedade, dada a redução do impacto das dores sociais, e as pessoas, nas suas carências emocionais e cognitivas, embarcam com destino duvidoso e no qual a única pessoa que chega ao destino final é quem vende.
Uma das reflexões importantes sobre o tema é que repetimos frases ao longo da vida e que se tornam crenças que acabam direcionando nossos padrões de comportamentos, de forma inconsciente, é inquestionável. É fato que muito mais atrapalham e aceleram (in)volução social do que ajudam. Atualmente, nos preocupamos tanto em sermos substituídos por tecnologias e robôs que (in)conscientemente, automatizamos nossos processos relacionais, deletando a empatia, por exemplo. Será que precisamos mesmo vender lenços enquanto outros choram? Será? O problema não está em você querer ganhar, mas na forma como você persegue seus ganhos. Pense nisso!”