Franceses protestam pelo 12º dia na véspera de decisão sobre reforma da Previdência
Mobilização vem perdendo força, mas cenas de violência persistem
Os franceses foram às ruas no 12º dia de protestos contra a reforma da Previdência. As manifestações acontecem um dia antes da importante decisão do Conselho Constitucional sobre a validade da reforma. As últimas rodadas de greve mostram que os movimentos vêm perdendo força, mas as cenas de violência e confrontos com policiais continuam.
Em um comunicado, a CGT, principal sindicato francês, denunciou a prisão de vários manifestantes que bloqueiam a entrada da incineradora de Aubervilliers. Os coletores de lixo anunciaram a retomada da greve nesta quinta-feira (13).
O sindicato Sud-Education, que representa o setor de educação, também denunciou a prisão de oito manifestantes em Paris que se mobilizavam na frente do Conselho Constitucional.
Sindicalistas entraram na sede de Paris da LVHM, da empresa de bens de luxo Louis Vuitton, dizendo que o governo francês deveria deixar de lado os planos de elevar a idade mínima de aposentadoria de 62 para 63 anos e, em vez disso, deveria tributar mais os ricos.
Eles afirmam que o governo deveria tirar dos bolsos dos bilionários os recursos para bancar o sistema previdenciário.
O saguão da sede da empresa ficou imerso em fumaça vermelha. Mas, em pouco tempo, os manifestantes saíram pacificamente. No dia 6 de abril, 11º dia de protesto, eles haviam invadido de forma semelhante à sede da gestora de recursos BlackRock.
Manifestantes também bloquearam o tráfego fluvial em parte do rio Reno, no leste da França.
Depois de três meses de protestos, os sindicatos admitem que há fadiga, mas dizem que uma mobilização é como uma maratona. Na contagem do governo, os protestos chegaram a reunir 1,280 milhão de pessoas no auge, mas, na última rodada, somaram 570 mil.
Segundo os sindicatos, os números já chegaram a 3,5 milhões, mas, na greve mais recente, 2 milhões se mobilizaram.
Eles querem mostrar força um dia antes da decisão do Conselho Constitucional, que vai anunciar se vai validar o texto ou vetar total ou parcialmente. Vários cenários estão previstos por especialistas, desde a rejeição de certas medidas até a censura total.
Se o Conselho der seu aval, possivelmente com algumas ressalvas, o governo terá o direito de promulgar a lei e espera que isso acabe por acabar com os protestos.
Ainda que as manifestações arrefeçam, a perda de popularidade do presidente Emmanuel Macron é vista como irreversível por analistas políticos.
Segundo sondagem do Instituto Elabe, Macron é aprovado por apenas 25% dos franceses. O mesmo instituto revelou que o atual presidente perderia de Marine Le Pen se as eleições de 2022 acontecessem hoje: a líder de extrema-direita teria 55% dos votos, contra 45% de Macron.
Com informações da CNN