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Fórum trata sobre Inovação Social e como ela pode melhorar a vida das pessoas

Evento marca os 62 anos da Abadeus e o primeiro ano de atividades do Centro de Inovação Social

É comum confundirmos o termo Inovação Social com alguma forma de assistencialismo ou filantropia da era digital. No entanto, está bem longe de ser isso.

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“A palavra inovação e as práticas já são termos difíceis de as pessoas entenderem, pois carregam muitos significados. Inovação Social é um termo ainda mais novo, uma ferramenta de inovação para a sociedade principalmente para as comunidades. Ela resolve os problemas (ambientais/ sociais) com um olhar diferente, utilizando tecnologia, cultura empreendedora levando o que está no centro das cidades para os bairros. Os trabalhos envolvem crianças e adultos”, explica o gestor de inovações da Abadeus, Maicon Jung Canever.

Gestor de inovações da Abadeus, Maicon Canever

O tema foi discutido durante o Fórum Internacional de Inovação Social, que acontece nesta terça-feira, 26, na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic). A ação marca os 62 anos da Abadeus e o primeiro ano de atividades do Centro de Inovação Social Abadeus (Cisa), celebrados neste mês.

“A Inovação preocupa-se em trazer tudo o que é de bom e que acontece na sociedade e levar para as comunidades, como uma ferramenta de impulsionar a sua transformação, por meio da educação, tecnologia, cultura de empreendedorismo e apoio aos negócios locais. Isso não é desconectado com o poder público, muito menos as empresas privadas vão conseguir fazer algo sozinhas para resolver os dilemas da sociedade, trata-se de um trabalho em conjunto, mas sempre existe a necessidade de alguém comprar essa ideia e se mostrar. Trazer o tema e a prática. E este evento serve para isto, abrir a mente das pessoas no sentido de saber como pode colaborar”, destaca.

Foto: Janine Limas/ Portal Litoral Sul

Na Abadeus por exemplo, a Inovação Social formou mais de 460 alunos em robótica, programação e empreendedorismo. “Aprovamos um projeto na Fapesc sobre desenvolvimento de negócios na comunidade, também fechamos uma parceria com o Sebrae. Isto só foi possível devido a Inovação Social”, ressalta Canever.

Ainda segundo ele, a Inovação Social também faz parte do ambiente corporativo. ” As empresas colaboram na forma de responsabilidade social, mas isso também está se modernizando para Inovação Social Corporativa. Sabemos que não é o objeto princpal da empresa fazer esses tipos de projetos, pois cada qual tem suas atividades principais. Mas podemos ajudá-las a criar esses projetos que possam ser benéficos para a sociedade, a ter mão de obra qualificada por meio de capacitações contínuas”, diz ele.

 

Para a diretora-executiva da Abadeus, Shirlei Monteiro, o fórum internacional serviu para tratar de forma ampla, sobre os desafios do Século XXI e o impacto da inovação frente a inovação social. “Como se dá a interfase da inovação social com os setores públicos, de iniciativa privada, como interfere no dia a dia e no terceiro setor. Não há como negar que somos um país rico, com uma desigualdade social enorme, onde 81 milhões de pessoas estão no cadastro único da assistência social. O que nós queremos é trazer o tema para pauta. Que a sociedade discuta a inovação social e entenda como ela pode ser trabalhada, desde o setor privado, como colocar em prática e pensar os novos investimentos sociais  dentro dessa nova perspectiva”.

No painel com lideranças do ecossistema de inovação do estado e região, o consultor de Inovação, Igor Drude mediou uma mesa redonda com as presenças do Diretor de Ciência Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Moris Kohl; do Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen; e do Diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de Criciúma, Aldinei Potelecki.

Consultor de Inovação, Igor Drude – Foto: Greice Santos

“Precisamos desmistificar Inovação Social. Muitas vezes as pessoas pensam inovação como tecnologia, software. E social, com filantropia. E não é. Precisamos justamente mostrar que os negócios estão se desenvolvendo, os novos produtos e os impactos que estão causando na sociedade”, diz ele.

” O novo não é somente o tecnológico”

“Quando falamos em novo, não é somente o tecnológico. Mas no sentido de abordagens que gerem escala num território com projetos muitas vezes simples. Novas maneiras de se enfrentar questões sociais ou ambientais, desde o novo, no sentido de tecnologia ou até mesmo utilizando tecnologias não tão inovadoras, mas que gera uma escala e que se torna acessível para as pessoas”, explica Fábio Deboni, diretor do Programa da Aliança pela Biodiversidade/CIAT, membro do Conselho do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), escritor e gerente-executivo do Instituto Sabin até outubro de 2020.

Fábio Deboni, diretor do Programa da Aliança pela Biodiversidade/CIAT

Em seu painel com lideranças do ecossistema de inovação estadual e regional, ele destacou como exemplo, a captação de água de chuva em cisterna no Nordeste. “Não se fez necessário o uso de muita tecnologia, mas trata-se de um projeto que deu tão certo e se tornou política pública em todos os Estados do semiárido. Super- reconhecido e premiado”, finaliza.

Destaque para os cases internacionais. De Lisboa, em Portugal, teve foco no “Empreendedorismo Social como fomentador da Inovação Social – Case SEA”, com participação online de Frederico Cruzeiro Costa – Fundador e Presidente da Agência de Empreendedores Sociais (SEA).

A experiência de Medellín, na Colômbia, com ênfase na “Estratégia Vale do Software”, foi apresentada por Mauricio Valencia Escobar, Subsecretário de Gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Medellín. “Já impactamos oito mil pessoas para que seu crescimento seja impulsionado”, destacou.

Já os cases nacionais as experiências da Fundação Lemann, onde Vinícius Aguiar, falou sobre a organização de filantropia familiar, com projetos em educação e liderança em cinco regiões do país e mais de dois milhões de pessoas impactadas.

 

 

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