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Felino ameaçado de extinção é flagrado ‘brincando’ com cobra em Nova Veneza; veja vídeo

Uma Jaguatirica foi flagrada com uma cobra na Reserva São Francisco em Nova Veneza; conheça o trabalho realizado em prol da preservação ambiental no local

Um flagra inusitado de uma Jaguatirica ‘brincando’ com uma cobra ganhou as redes sociais neste final de semana. A cena foi capturada pelas câmeras de monitoramento da Reserva São Francisco, em Nova Veneza no Sul catarinense. Nas imagens parece que o felino, que está na lista de animais em extinção, ‘brinca’ com o réptil. A cena foi filmada no dia 29 de dezembro do ano passado e divulgada neste sábado, dia 18.

“As Jaguatiricas são animais carnívoros. Estudos de sua dieta indicam que elas são caçadoras oportunistas. Alimentam-se de uma variedade de presas como aves, serpentes, lagartos, peixes e até caranguejos. Alimenta-se principalmente de pequenos e médios vertebrados, incluindo os grandes roedores (cutias e pacas), macacos, preguiças, pequenos roedores e marsupiais, aves e répteis”, explica a bióloga do Instituto Felinos do Aguaí, Micheli Ribeiro Luiz.  Veja o vídeo:

 

Em parceria com o a Reserva, que faz ligação com a Reserva Biológica Estadual do Aguaí, o Instituto Felinos do Aguaí realiza um projeto de monitoramento das espécies silvestres presentes no local. Especialmente dos felinos ameaçadas de extinção. “Na Reserva São Francisco há cinco espécies de felinos que viemos monitorando ao longo desses sete anos que são a Onça Parda ou Leão Baio, ou Leão da Montanha que são o mesmo animal, a Jaguatirica, o Jaguarundi, o Gato Maracajá e o Gato do Mato pequeno. Todas essas cinco espécies estão sofrendo algum grau de ameaça nos nossos ecossistemas, no nosso bioma aqui que é a Mata Atlântica”, explica a bióloga.

Por isso, apesar da cena chamar a atenção, é comum o registro desses felinos pelas câmeras instaladas na reserva devido ao local ser um habitat natural preservado desses animais. “Um dos nossos objetivos com o monitoramento é para que possamos manter essas populações dessas espécies viáveis e presentes no ambiente natural, não só no presente, mas para o nosso futuro. Bem como conhecer as áreas que esses animais estão utilizando para construir planos de conservação para cada uma dessas espécies”, ressalta Micheli.

São mais de 50 câmeras espalhadas pelos 1.500 hectares da Reserva São Francisco. Destas, 25 são utilizadas para um trabalho de gradeamento da reserva. Já o restante é utilizado para o trabalho de levantamento de população de animais realizado pela bióloga. A cada 1.000 metros tem uma câmera instalada”, explica um dos proprietário da Reserva, Sidney Damiani.

Desde o início do projeto, diversas cenas da vida selvagem foram compartilhadas nas redes sociais da Reserva São Francisco. Confira alguns desses ‘flagras’:

Trabalho de Educação Ambiental

Para que se mantenha o ambiente preservado, a conscientização ambiental é importante. Por isso, o Instituto Felinos do Aguaí realiza ações de educação ambiental em parceria com a Reserva São Francisco. No local, são recebidos grupos de estudantes de todo o Sul catarinense.

“Realizamos, também, um trabalho bem consistente com as comunidades locais com essas atividades de pesquisa. Além disso, nós, também, atendemos na reserva instituições de ensino gratuitamente para explicar a importância desse projeto, fazer uma interpretação ambiental através de trilhas desse ambiente e permitir que estudantes e instituições tenham acesso a esses ambientes naturais e que possam, também, se apropriar desse bem natural que é de toda uma humanidade”, explica a bióloga.

Além da educação ambiental, são realizadas ações com as comunidades que ficam envolta da reserva ambiental. “Uma outra ação que viemos fazendo nesse eixo de conservação é promover, inclusive, castrações gratuitas para cães e gatos dessas comunidades que vivem no entorno das nossas áreas protegidas aqui no Sul. Buscando evitar que esses animais adentrem as áreas protegidas e por consequência levem a competição desses espaços entre animais domésticos e silvestres, evitar que haja transmissão de doenças, evitar que haja predação desses animais silvestres. Porque com o monitoramento das armadilhas, observamos, também, muitos animais domésticos dentro dessas áreas, e isso não é adequado, não é saudável para o ambiente natural, e buscamos, então, com essas ações minimizar esses impactos para a vida silvestre”, finaliza a bióloga.

A Reserva São Francisco

A Área Particular de Preservação Ambiental São Francisco nasceu de um sonho do casal Marli Bortolin e Sidney Damiani, com a compra, inicialmente, de um área de 17 hectares em março de 2002. Também conhecida como Reserva São Francisco, possui uma longa história de criação e fica localizada em uma porção da Serra Geral no município de Nova Veneza.

 

Hoje são mais de 1.500 hectares de preservação ambiental. Para acelerar o processo de regeneração natural, eles adotaram ações de manejo pela recomposição da floresta por meio do plantio de mudas nativas. Hoje, a área já se encontra em estágio avançado de regeneração – processo este que geralmente se inicia depois de 15 anos e que pode levar mais de 60 anos para alcançar um estágio semelhante à floresta primária.

Nessa trajetória de conservação, o casal conheceu os integrantes do Instituto Felinos do Aguaí, que há 15 anos desenvolvem trabalhos de pesquisa e educação ambiental na Reserva Biológica Estadual do Aguaí, bem como no entorno, área protegida vizinha à Reserva São Francisco.

A partir de 2015, motivadas pelo objetivo conjunto de conservação da natureza, as duas entidades uniram esforços, ampliando significativamente as ações de preservação ambiental na região sul de Santa Catarina. Além de proteger mananciais hídricos e servir de reduto para muitas espécies da fauna e flora brasileira, a Reserva São Francisco agora conectada à Reserva Biológica Estadual do Aguaí – uma das dez unidades de conservação estaduais do grupo de proteção integral de Santa Catarina – se destaca como uma importante área privada dedicada à preservação dos recursos naturais, contribuindo para o aumento da conectividade da paisagem e representando uma forma de ampliar as áreas de conservação da vida silvestre.

Fonte: Reserva São Francisco

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