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“Eu não menti. Aconteceu mesmo”, diz mãe que gravou áudio sobre tentativa de sequestro em Criciúma

Um áudio que circula em grupos de mensagens desde a semana passada, falando de uma suposta tentativa de sequestro de um garoto em Criciúma é real e foi gravado por uma mãe, moradora da cidade, após o filho dela ter sido abordado por um homem quando voltava da aula. 

Gercely da Silva Alves é moradora do Loteamento Adriana e entrou em contato com o Portal Litoral Sul nessa terça-feira, dia 5, contando que é a autora do áudio e que a situação realmente aconteceu com o filho, um adolescente de 15 anos de idade. “Meu filho estava voltando do curso, subiu o morro e nisso veio esse carro branco, e fechou ele na rua. O homem ofereceu dinheiro para ele entrar no carro. Meu filho ficou com medo, mas conseguiu despistar e sair rápido. Então, o motorista deu a volta e desceu a rua, em direção à Avenida Universitária”, relata a mãe.

Uma câmera de segurança das redondezas mostra o momento em que o carro, um ônix branco, sobe a rua em que o adolescente estava, às 16h58min. O carro some da imagem e depois, às 16h59min13s, o carro é visto novamente, descendo a rua em direção à Avenida. Neste pouco mais de um minuto, segundo a moradora, foi o tempo em que o motorista teria abordado o adolescente, insistindo para que ele entrasse no veículo.

Intenção do áudio foi alertar outros pais

No áudio gravado por ela e enviado ao grupo da igreja que frequenta, Gercely relata características do motorista: “um ônix branco, um cara bem arrumado, bem alinhado e de boné, de blusa floral. Chegou a oferecer dinheiro para ele, insistiu para que ele entrasse dentro do carro”, diz no áudio.

Ao Portal Litoral Sul, a mãe disse que gravou o áudio na intenção de alertar outras famílias. “Eu gravei o áudio. Não menti. Ficamos muito abalados e preocupados com o que aconteceu com meu filho. Minha intenção foi alertar as pessoas, para ficarem atentas, porque isso realmente aconteceu”, lamenta a mãe.

Segundo ela, assim que o adolescente chegou em casa e contou o ocorrido, o filho mais velho dela saiu em busca de encontrar o motorista. “Ficamos muito assustados. Meu filho mais velho colocou o mais novo na moto e foram atrás, pra ver se encontravam esse homem para saber quem era”, relata. Logo em seguida, teriam lembrado que havia uma viatura da Polícia Militar (PM) em uma escola próxima e, então, foram até lá buscar por ajuda.

“Quando chegaram naquela escola, eles contaram pros policiais que estavam lá. Os policiais disseram pra eles que não era a primeira vez que isso teria acontecido e em seguida já saíram na tentativa de encontrar o motorista”, conta a moradora. 

Foi então que Gercely gravou o áudio que, em pouco tempo, chegou a diversas pessoas na região. “Eu não imaginava que tanta gente ia receber. Eu mandei apenas para um grupo porque fiquei realmente muito preocupada”, explica.

Boletim de Ocorrência

No dia 29 de novembro, após receber o áudio de alguns leitores perguntando a veracidade das informações, o Portal Litoral Sul procurou a Polícia Militar. Na oportunidade, o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Mário Luiz Silva, afirmou que em Criciúma a PM não havia recebido nenhum registro ou acionamento para atender essa ocorrência ou outras semelhantes. Com isso, a PM acreditava que o conteúdo do áudio não era verdadeiro.

Gercely diz que quando os filhos procuraram a PM em frente à escola do bairro, ela acreditou que já seria registrado o Boletim de Ocorrência (BO), o que não ocorreu. Por isso, quando o Portal Litoral Sul procurou a PM, foi informado de que não havia nenhum registro. “Me surpreendi quando alguns conhecidos começaram a me questionar a veracidade do áudio. Por que numa hora dessas, o que você faz? Procura a polícia. E foi o que fizemos”, conta.

Dois dias depois do ocorrido, devido à repercussão do áudio e da preocupação com o BO, Gercely procurou novamente a PM. “Foi então que na quarta-feira, dia 29, eu resolvi ligar no 190. Aí, dois policiais vieram à minha casa e registraram o BO”, conta a moradora.

Polícia averigua situação 

Em entrevista ao Portal Litoral Sul na tarde desta quarta-feira, dia 6, o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Mário Luiz Silva, disse que o áudio também foi enviado em um grupo de mensagens da Rede de Vizinhos e que no dia 29, dois policiais integrantes da polícia comunitária foram até a residência da família para levantar mais informações  a respeito. “Nossos policiais foram até lá para buscar mais informações com a família, na tentativa de tentar descobrir detalhes do veículo, averiguar de quem é o veículo, e colocá-lo em nosso ‘radar’ a fim de localizá-lo”, contou.

Segundo o comandante, é importante que em uma situação como essa, o 190 seja acionado o mais rápido possível. “A orientação é para que as pessoas liguem no 190 o mais rápido possível e, de preferência, tentem anotar a placa do veículo. Temos um sistema de câmeras muito bom na cidade que consegue nos ajudar a rastrear um veículo suspeito e que, inclusive, emite um alerta quando ele passar por um lugar  que é monitorado”, orienta.

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