“Está em jogo o futuro dos catarinenses”, diz Gelson Merisio, candidato ao governo do Estado – PSD/Coligação Aqui é trabalho
Em um primeiro turno com emoções comparáveis às dos mais concorridos campeonatos esportivos, o candidato ao governo estadual Gelson Merisio negou as projeções das pesquisas e venceu a etapa. Ele conquistou a confiança de 1.121.855 eleitores, o que representou 31,12% dos votos válidos. As pesquisas apontavam que Merisio estaria na nova etapa das eleições, sim, mas na segunda posição. Agora seu adversário é o Comandante Moisés, do PSL, que nas pesquisas aparecia sempre em quarto lugar. Além de disputarem os votos dos catarinenses, eles também disputarão em que palanque o presidenciável Jair Bolsonaro deve subir caso venha a Santa Catarina neste segundo turno. Afinal, ambos são seus apoiadores
Jornais ADI/Adjori – As pesquisas internas apontavam que o senhor iria para o segundo turno com o Comandante Moisés (PSL) ou o resultado do primeiro turno foi uma surpresa?
Gelson Merisio – Independentemente do resultado, a missão é a mesma: apresentar nossas ideias e convicções para os eleitores catarinenses. O nosso objetivo agora é seguir trabalhando forte, do nascer ao pôr-do-sol, visitando nossos municípios e ouvindo as pessoas. As nossas pesquisas, e até mesmo aquelas divulgadas na imprensa, indicavam que estaríamos no segundo turno contra o MDB e em segundo lugar. Mas o eleitor escolheu diferente e nos colocou em primeiro lugar nessa primeira etapa.
ADI/Adjori – Que recado o senhor acha que foi dado pelos catarinenses ao deixar de fora nomes importantes e consolidados na política, como os de Mauro Mariani e de Décio Lima, na disputa pelo governo?
Gelson Merisio – Antes de a eleição começar, entendia que viveríamos um momento diferente em que seria possível conversar de forma mais direta com a sociedade, falar a verdade abertamente ao abordar temas difíceis e, mesmo assim, ter êxito eleitoral. Até muito pouco tempo atrás, enfrentar temas difíceis praticamente inviabilizava projetos eleitorais. Essa é a grande virtude das redes sociais, que permitem um contato permanente com o eleitor para explicar propostas e combater a difamação gerada pelas notícias falsas. Quero cumprimentar os adversários, que foram muito bem nesse primeiro turno, com muito respeito.
ADI/Adjori – De que forma o senhor está se preparando para o reinício da campanha eleitoral?
Gelson Merisio – O trabalho no segundo turno iniciou já no domingo. Nesta fase, não iremos buscar alianças com partidos, não. Vamos buscar a aliança direta com o eleitor que votou em outros candidatos diferentes de nós no primeiro turno. Queremos esse apoio individual de cada catarinense. Eu quero o apoio das pessoas. O tempo é curto. Valerá muito a conversa direta com o eleitor, mostrar o que queremos fazer para melhorar ainda mais nosso estado e a forma como iremos executar na prática cada uma das medidas que já temos elaboradas em nosso Plano de Governo.
ADI/Adjori – Acredita que será uma campanha mais limpa, sem tantas fake news?
Gelson Merisio – Fui o principal alvo de fake news durante o primeiro turno. Os ataques começaram ainda na pré-campanha, como já foi bem acompanhado até em notícias na imprensa. Entristece-me relatar que ainda não se encerraram. Mesmo assim, o fato de eu ter sido o primeiro colocado agora, no dia 7 de outubro, mostra que as mentiras não encontraram eco entre os eleitores. O catarinense é inteligente e sabe diferenciar as invencionices caluniosas das informações reais. E sei que será assim também agora, no segundo turno, se os ataques continuarem.
ADI/Adjori – Seu apoio a Bolsonaro foi polêmico, com partidos pedindo inclusive para sair da coligação. O presidenciável do PSL disse que não vai se posicionar a favor de um ou de outro candidato em Santa Catarina. O senhor esperava um retorno mais positivo depois de ter declarado apoio a ele?
Gelson Merisio – O próprio Jair Bolsonaro deixou claro que quem irá escolher o futuro de Santa Catarina são os catarinenses. Eu abri meu voto para o Bolsonaro porque fiz questão de mostrar de qual lado do rio estaria e estou. Nunca pedi nada em troca, apenas mostrei o que acredito ser melhor para o Brasil: eleger Bolsonaro presidente. A polarização entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro acabou sendo antecipada para o primeiro turno e tive que abrir meu voto. O que nós queremos agora no estado, e para isso serve o segundo turno, é fazermos um debate relevante sobre Santa Catarina. O que estará em jogo é o futuro dos catarinenses, que precisa ter Segurança de qualidade, Saúde de qualidade e Educação de qualidade, no que faz muita diferença o preparo e a experiência de gestão já apresentados pelos que disputam hoje o cargo de governador.
ADI/Adjori – Que propostas deve apresentar agora? Aprofundar as que já mostrou aos eleitores ou novas percepções depois de rodar o estado?
Gelson Merisio – Conseguimos perceber que as propostas que apresentamos são de grande aceitação por parte da sociedade. Vamos reforçar o efetivo da polícia em 5 mil homens com a reconvocação voluntária de policiais da reserva, aumentando de 10 mil para 15 mil nossa primeira força de combate ao crime. O fim da geografia das urnas e a busca por uma gestão mais técnica no governo, com o corte de 1.400 para apenas 200 cargos comissionados é outro compromisso já assumido. E a garantia de que no mínimo 50% dos cargos de liderança no governo serão comandados por mulheres também é prioridade. Esses são alguns exemplos das medidas que já temos no nosso Plano de Governo e que mostramos ao longo dessa caminhada como iremos executar. Acredito que a experiência de gestões à frente do Sebrae, da Facisc e da Assembleia Legislativa me permitirão colocar em prática no Executivo ações que eu já apliquei nesses lugares.
ADI/Adjori – Caso eleito, qual a primeira medida a ser efetivada e que poderá já estar na agenda dos catarinenses?
Gelson Merisio – Temos uma agenda extensa de primeiro dia caso a população escolha nossas propostas para Santa Catarina: declarar guerra ao crime organizado como primeira medida da prioridade para a Segurança Pública; extinguir totalmente as antigas secretarias regionais; o corte de quase 85% dos cargos comissionados; corte de oito das secretarias centrais, para começar a construção de um Estado enxuto, com apenas dez secretarias e equipes pequenas, mas eficientes. A partir dessa base, conseguimos iniciar os caminhos que nos levarão a um Estado que volte para sua essência, prestar serviço público de qualidade à população. Um servidor a menos em cargo administrativo ou comissionado é um policial a mais na rua ou um enfermeiro a mais no hospital.