Entidades de Criciúma buscam por Casa de Abrigo para Mulheres vítimas de violência
Assunto foi pautado na Câmara de Vereadores e será levado para o executivo municipal
Desde 2017, Criciúma não possui uma estrutura para atender vítimas de violência no município. Hoje, as mulheres que sofrem qualquer tipo de agressão e que denunciam, são encaminhadas para um hotel, onde são atendidas. Em alusão a esse problema que acontece há anos, diferentes entidades se reuniram na sede da Câmara de Vereadores para debater o assunto e propor uma solução para o acolhimento dessas mulheres.
Vereadores, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres e Secretaria de Assistência Social foram alguns dos serviços que se reuniram no plenarinho do legislativo. “Uma cidade do porte de Criciúma precisa ter um serviço de atendimento essencial para as mulheres. A estadia em hotéis se torna difícil, pois a mulher acaba ficando dentro de um quarto sem qualquer liberdade”, comentou a organizadora da reunião, vereadora Giovana Mondardo.
Só nos oito primeiros meses deste ano, quase duas mil ocorrências de qualquer tipo de violência foram registradas. “Esse é um debate que levamos em todas as entidades, pois é de urgência que tenhamos um local digno de atendimento para todas. Uma cidade boa para as mulheres é uma cidade boa para todos”, completou a vereadora.
De encaminhamento prévio da reunião, o líder do governo, vereador Antônio Manoel, destacou que uma reunião com o prefeito municipal deverá ser realizada nos próximos dias, visando uma solução para esse problema.
Números que assustam
Nos últimos anos, o número de denúncias de violências contra as mulheres têm aumentado significativamente. Em 2022, foram registrados 2.768 casos de violência. Até agosto de 2023, foram 1.873 casos que, em sua maioria, são violência psicológica, seguida das violências física, moral, sexual e patrimonial.
Ainda segundo os dados da Polícia Civil, foram 254 medidas protetivas nos oito primeiros meses do ano, número que supera os anos de 2019 (174) e 2020 (202). De mulheres acolhidas foram 20 nos primeiros meses do ano, número que deverá superar o registrado em todo o ano de 2022, quando 24 mulheres foram atendidas e acolhidas em hotéis.