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“É cruel. Só pensei em meus filhos”, relata refém de assalto a agência bancária em Criciúma

Refém relata momentos os de tensão durante o assalto na manhã desta sexta-feira, dia 10

Era uma sexta-feira comum para João*,  por volta das 8h30 ele chegou na agência bancária da Sicredi no bairro Quarta Linha, em Criciúma. Ele fez um depósito na própria conta corrente, mas ao virar do caixa eletrônico para sair: um susto. Dois homens armados o renderam.

“Fui abordado por dois elementos fortemente armados. Aí tinha funcionários do banco chegando, mandaram a gente entrar. Eles mandaram abrir as portas para entrar. Depois nos mandaram deitar no chão com a arma apontada para nós e ficamos ali até as 9 horas”, conta o refém.

Os bandidos, conta ele, exigiam que os funcionários abrissem o cofre da agência. “Disseram que tinha que dar um jeito de abrir o cofre que se não eles iam nos matar. Matar todos reféns”, lembra João. Nas contas dele, ao menos de seis a sete pessoas estavam na agência. Porém quem chegava, também, era rendido.

Neste meio tempo, um alarme teria tocado, segundo João. “Eles ficaram brabos. Os funcionários disseram que era um alarme do cofre, porque eles estavam mexendo, tentando abrir e daí disparou o alarme. Isso era o que eu escutava eles conversando. Não consegui ver nada, porque não deixavam olhar para lado nenhum”, relembra o refém.

Alívio e pensamento na morte

Vendo que os planos não estavam indo de acordo, os bandidos teriam trancado todos os reféns em uma sala. “Chegou um momento em que eles nos jogaram tudo uma sala, fecharam a porta e mandaram ficarmos calados, que eles iam ‘se mandar’. Porque não estava dando certo. Não deu certo o plano deles”, explica o refém.

Porém, ao tentarem sair da agência bancária os bandidos se depararam com a Polícia Militar (PM) de Criciúma que havia cercado o local. Novamente, João sentiu medo e pensou que iria morrer. “Eles voltaram, arrebentaram a porta onde nós estávamos, nos chamaram para a sala principal e resolveram se render. Aí foi onde nos mandaram sair na frente e eles se entregaram”, comenta.

Durante estes momentos e sob a mira de armas pesadas, João só conseguia pensar nos três filhos. “É cruel. Sinceramente pensei nos meus filhos, só isso”, diz emocionado o refém. “Foi um alívio quando nos colocaram na sala. Aí voltaram atrás e nos jogaram para a frente para sermos o alvo. Graças a Deus saímos todos bem”, finaliza.

*João é um nome fictício utilizado para preservar a identidade do refém.


Coautoria: Caroline Sartori


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