Se você acha que o que acordava as pessoas, todos os dias, sempre foi um aplicativo de smartphone, aparelhinho movido a pilhas, ou até mesmo a corta, e mesmo se a referência mais distante que você tem de “despertador” seja a mãe e o pai chamando, bom, este último se aproxima bem da realidade que vou mostrar hoje. Estou falando sobre os despertadores vivos, ou despertadores humanos! Sim, acredite, existiram pessoas que trabalhavam como despertadores, no verdadeiro sentido da palavra.
Os gregos, usavam vasos de pedra que escorriam água para medir o tempo (as chamadas clepsidras). O filósofo Platão conta em seus escritos que utilizava uma espécie de apito em um vaso para o qual escorria a água da clepsidra. Quando a água atingia o limite, o apito emitia um som que despertava o filósofo. O sistema era usado para que ele não se atrasasse para as aulas que dava de madrugada.
Muitas outras formas de despertar foram utilizadas: de litros a litros de água bebidos antes de dormir (para ser despertado pela bexiga cheia). Do canto de galos aos chamados “batedores”, mas os profissionais cuja função era bater com varas nas janelas dos trabalhadores na hora de acordarem, sem dúvida é bem curiosa.
Em 1787, Levi Hutchens, morador de New Hampshire, nos EUA, inventou um despertador construído em uma simples caixa de pinho, com um mecanismo de engrenagem. No entanto, a campainha no relógio só soava às quatro da manhã, não coincidentemente a hora em que Levi precisava se levantar para o trabalho.
Porém, o primeiro despertador mecânico que era possível definir a hora foi desenvolvido em 1847, pelo francês Antoine Redier, mas popularizou-se algumas décadas depois, quando finalmente, em 24 de outubro de 1876, um despertador mecânico que podia ser configurado para soar a qualquer momento foi patenteado por Seth E. Thomas.
Antes disso, as pessoas recorriam a outros meios para acordarem cedo e saírem de casa para trabalhar. Como o celular demorou pra chegar um pouco, em meados de 1820 a tarefa de despertar as pessoas era uma função exercida como profissão real, por humanos. Neste tempo, existia pessoas que andava pelas ruas batendo em portas e janelas alheias, fazendo barulho, tocando apito para acordar todo mundo. Já pensou?
Essa profissão um tanto quanto curiosa, nasceu junto com o emprego, a partir da Revolução Industrial, e uma série de processos produtivos passaram da manufatura para a indústria, vilas de trabalhadores foram surgindo ao redor dos parques industriais.
Os despertadores humanos eram populares entre o século XVIII e XV. Este profissional era encarregado de acordar as pessoas pela manhã, isso porque com a nova rotina de empregos as pessoas não podiam perder a hora. Assim, esses profissionais eram responsáveis por acordar as pessoas para que comparecessem aos seus empregos e compromissos no horário.
Durante esse tempo, era comum encontrarmos nos vilarejos industriais uma pessoa com um bambu, ou vareta grande, com a qual batia à janela dos que o contratavam. Em alguns locais usava-se uma zarabatana por onde o despertador humano atirava pedras à janela do cliente. Alguns eram contratados para insistir até que o cliente se levantasse para fazê-lo parar, outros apenas batiam várias vezes e depois seguiam caminho. Existem rumores que dizem que a pessoa que trabalhava como despertador humano não dormia até que chegasse sua hora de trabalhar.
A profissão era considerada ingrata, visto que o acordador era pago com alguns centavos, o suficiente para comprar um repolho ou algumas latas de ervilhas para fazer uma sopa no almoço. Curioso que hoje, até mesmo os despertadores mecânicos já estão sendo aposentados pelos celulares. Quanto mais lemos mais descobertas fazemos. Obrigada pela leitura, me siga nas minhas redes sociais:
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