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De onde vem a expressão “só fala abobrinha”?

A língua portuguesa é um idioma riquíssimo, que possui um léxico bastante diversificado. Muitas palavras e expressões do português estão diretamente relacionadas com a história e com a cultura do país.

Há muitas gírias relativas a frutas e vegetais no português já pensaram nisso? Por que não é nada fácil passar uma noite acompanhada de alguém que fala abobrinhas. Ninguém merece tamanho desatino, ainda mais quando se sai de casa com o intuito de divertir-se, não é mesmo? E foi baseado nisso que minha amiga Caroline Sartori, me perguntou:

Greice, mas por que, exatamente, o ato de falar bobagens é chamado assim?

Tem a ver com a excelentíssima cédula abaixo ilustrada:


Para os menores de 45 anos no recinto, permitam-me a apresentação: esta é uma cédula de mil cruzeiros, estampada com a imagem de Pedro Álvares Cabral. Circulou no Brasil entre 1942 e 1967, e tinha o singelo apelido de “abobrinha”, por conta de sua cor discreta, pois a cédula tinha a cor do fruto da aboboreira. Atrás tem uma reprodução do quadro “A Primeira Missa do Brasil“, de autoria de Victor Meireles.

Se vocês são bons de História, vão sacar que o cruzeiro foi desvalorizado muitas vezes durante as várias crises econômicas que tivemos no país. Logo, as belas e chamativas “abobrinhas” – que eram as cédulas de maior valor em circulação – não valiam um tostão furado e perderam os zeros, comidos pela inflação.

A expressão “só fala abobrinhas”, muito conhecida em nossos dias, originou-se justamente nesta época, quando a nossa moeda ainda era o cruzeiro e com a inflação galopante, ela foi perdendo progressivamente o seu valor de compra. Com isso, hoje “falar abobrinhas” significa uma conversa sem sentido, sem crédito, papo furado, ou seja, totalmente sem significância. Então quando se diz que alguém esta falando abobrinha, passasse a ideia que essa pessoa está falando algo sem valor (uma bobagem).

E daí vocês calculam o resultado: expressão idiomática mais duradoura do que a grana que a iniciou!

Obrigada pela leitura até aqui, espero que tenha gostado, e sanado a curiosidade da origem dessa expressão, semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais:
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