Era de madrugada, nesta quinta (10), quando o presidente estadual do PSB, o ex-deputado Claudio Vignatti usou a palavra “selado” pra divulgar a foto que abre esta coluna e confirmar que o senador Dário Berger confirmou a filiação no partido, que indicará o vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na chapa à Presidência, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB.
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Dário não acrescentou fato novo ao que já era esperado depois de desistir das prévias do MDB em nome de uma pseuda unidade partidária que, até agora, só interessou ao presidente Celso Maldaner e ao prefeito Antídio Lunelli, de Jaraguá do Sul, pré-candidato ao governo.
No vídeo que divulgou no dia 19 de fevereiro passado, em que falava da escolha que não ocorreu, Dário dirigiu-se aos emedebistas em claro tom de despedida, embora seus assessores e correligionários sustentassem que era mais um alerta ao partido sobre a disposição de continuarem busca da indicação para concorrer ao governo.
Com o senador vêm o irmão dele, o ex-deputado e prefeito de São José Djalma Berger, que já foi presidente estadual do PSB e se aproximou de Lula ao nomear a filha do ex-presidente, Lurian Lula da Silva Sato, secretária municipal, e o ex-prefeito de Governador Celso Ramos, Juliano Duarte (segundo da esquerda para a direita na foto).
Sem filiação
Dário confirmou a ida para o PSB com o aval do ex-governador de São Paulo Márcio França (foto abaixo), que aparece ao seu lado no registro feito no restaurante em Brasília, e que é o motivo para o PSB desistir deformar uma federação com PT, PV e PCdoB, pois quer concorrer em outubro e os petistas não abrem mão de Fernando Haddad.
O senador catarinense deverá ter a campanha coordenada pelo ex-deputado Mauro Mariani, que perdeu a eleição de 2018 quando era presidente estadual do MDB, e não deve se filiar ao PSB, de acordo com Vignatti.
Para quem ainda alimentava que Dário ficaria no MDB, número expressivo que cabe em uma Kombi – olha ela de novo na política catarinense, mas, desta vez, com o banco do meio -, bastava ver o rosto de desconforto do senador ao lado deum sempre sorridente Alckmin, em foto tirada em uma padaria em São Paulo, há pouco mais de uma semana.
Arriba!
Perguntado sobre a demora na definição de Dário e se isso configurava uma novela mexicana, conhecidas pelos seus enredos melodramáticos e quantidade absurda de capítulos, que dão a impressão que nunca acabarão, Vignatti declarou: “Mas tem muita gente que gosta de novela mexicana!”
A dúvida que persiste é se a não participação do PSB na federação com os petistas, o que engessaria a legenda por quatro anos e não resolveria as delicadas questões paroquiais em alguns estados, terá efeito na formação da Frente Democrática em Santa Catarina.
Por falar
Antídio anunciou na quarta (9) que renunciará à prefeitura de Jaraguá do Sul no dia 31 de março.
Não é brincadeira, não, parece que o pré-candidato emedebista só soube disso agora.
De Brasília em Brasília
Além de andar com o deputado Sérgio Motta, presidente estadual do Republicanos, onde deve se filiar por uma articulação do ex-vereador Lucas Esmeraldino, o governador Carlos Moisés também tem sido guiado pela deputada Paulinha da Silva (sem partido) a buscar um entendimento com o MDB.
Por isso, o indeciso Moisés se encontrou na quarta com o deputado federal Carlos Chiodini, fiel escudeiro de Antídio, que estava de aniversário e que aparece nas bolsas de apostas como um nome para vice na chapa do governador à reeleição.
Falta combinar com o MDB, com os eleitores e com as torcidas do Corinthians e do Flamengo, mas é um gesto ousado para quem não costuma escutar os que diziam para elese filiar à maior sigla do Estado, ao PP ou ao Podemos.