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Com obra da Rua Coberta em atraso, comerciantes reclamam de insegurança e prejuízo

Lojista afirma que movimento caiu mais de 80% e outro que teve o comércio invadido e prejuízo de R$ 15 mil

Em agosto de 2022 uma grande obra foi iniciada em Criciúma e acendeu uma esperança de dias melhores para os comerciantes da Travessa Henrique Lodetti, no Centro. O projeto mostrava a cobertura da rua, que transformaria o coração de Criciúma em um dos principais pontos turísticos e gastronômicos da região.

A obra ficaria pronta em seis meses mas, com atraso na conclusão, a obra se transformou em medo, insegurança e prejuízo aos comerciantes locais. Atualmente, a rua conta com aproximadamente 40 salas comerciais, divididas entre os dois lados da via. Como a obra é uma parceria pública e privada, um dos lados já foi desocupado, onde as salas darão espaço a um centro gastronômico.

Divulgação/Decom

Em frente as salas comerciais foram instalados tapumes, para preservar o espaço onde está sendo realizada a obra, formando uma espécie de paredão, na porta dos comerciantes. Segundo os lojistas, isso tem facilitado a ação dos criminosos na rua, já que dificulta a visibilidade dos atos.

Tapumes instalados – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

 

Os comerciantes que decidiram permanecer na Travessa, estão sofrendo com a falta de segurança. Valmor Dalsasso Sobrinho tem uma ótica há 22 anos na rua e nunca tinha sido roubado. Em novembro, ele teve a loja invadida durante a madrugada e o prejuízo foi de R$ 15 mil.

“Quando cheguei pela manhã a porta estava arrombada e o ladrão tinha feito uma limpa. Agora fico com medo todos os dias. Sem contar que tive uma baixa de 80% no movimento. Tenho uma cliente cadeirante e ela não vem mais devido ao acesso”, explicou Sobrinho.

Furtos e baixa no movimento

Para tentar amenizar os prejuízos, a Prefeitura de Criciúma contratou um guarda noturno, mas os crimes continuam sendo praticados à luz do dia. Como foi o caso de Samuel Alano, que além da baixa no movimento, foi alvo de assalto no horário do almoço e decidiu fechar a loja de artigos religiosos. 

“Saí para almoçar e quando voltei a porta de entrada estava arrombada e vários itens haviam sido furtados”, explicou Alano. Na última segunda-feira, dia 28, foi o último dia de portas abertas no comércio. “Estou com aluguéis atrasados e o movimento baixíssimo. Então decidi fechar antes que o barco afunde de vez”, lamentou.

Placas indicando comĂ©rcios na rua – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

 

Com os transtornos das obras, muitas pessoas evitam passar no local, provocando a queda do movimento aos comerciantes. A calçada, que havia em frente às lojas, foi retirada e deu lugar a britas, dificultando a passagem de pedestres. 

“Há alguns dias eu e outro vizinho tivemos que ajudar um cadeirante que ficou engalhado aqui. A situação está bem complicada, tive uma baixa de mais de 60% nas vendas de balcão”, frisou Nilson Rabelo, proprietário de uma empresa de comunicação visual.

Pedras britas colocadas no lugar da calçada – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

Prazo da obra

As placas instaladas nas extremidades da obra mostram que o prazo para conclusĂŁo dos trabalhos Ă© de 180 dias (6 meses), com previsĂŁo de inauguração em janeiro de 2023. Mas, segundo o Secretário municipal de Infraestrutura, Planejamento e Mobilidade Urbana, Tita Beloli, o atraso da obra ocorreu devido a um problema envolvendo a fiação elĂ©trica daquele trecho. Uma licitação foi aberta para realização do serviço, mas nenhuma empresa se mostrou interessada. O certame foi declarado “deserto” e revogado no Ăşltimo dia 28.

Na próxima terça-feira, dia 7, a Prefeitura de Criciúma vai realizar uma reunião com os comerciantes locais para discutir o planejamento da obra.

 

Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul
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