O código visual empresta valor à mensagem a ser transmitida. Ele permite a constatação, através do olhar, daquilo que é dito por palavras, oferecendo concretude a elas.
O eleitor quer enxergar no seu escolhido, naquele que ele deposita sua confiança, alguém apto a representá-lo. Trazer estas qualidades à superfície, e permitir que sejam visualizadas, é um movimento inteligente. Mais do que isto, decisivo.
Para que suas palavras sejam ouvidas, para que mereçam seu tempo, é preciso, primeiro, chamar a atenção pelo que é visto.
Encontrar simetria entre comportamento e narrativa visual é fundamental. Sem isto haverá ruído, haverá incômodo. A incoerência deposita a dúvida e enfraquece a ligação. Ela, a dúvida, enfraquece qualquer relação, não só na política.
Na visão do eleitor o político deve ser capaz de representá-lo com maior precisão do que ele próprio. Ele quer olhar e pensar: “ahh este cara, esta mulher, me representa.”
Qual é a melhor forma de construir uma ligação desde um primeiro momento? Oferecendo ao outro uma prévia visual de quem se é. O olhar capta inúmeras informações e as transforma em opiniões, emoções, sentimentos. Estes permitirão a abertura para que, então, o conteúdo seja assimilado.
Rupturas bruscas ou inconstância quanto ao posicionamento de conteúdo e a narrativa visual, são extremamente prejudiciais. É aquela sensação de que “nem tudo que reluz é ouro”.
É preciso profundidade para consolidar uma imagem.
Desta forma, é indispensável adotar uma narrativa visual que fale a linguagem do político, que expresse genuinamente e com precisão quem ele é e seus posicionamentos.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em etiqueta e pós-graduada em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.