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Câncer de pele: mais de 14 mil novos casos são esperados em SC

Região Sul detém a maior incidência da doença no Brasil e cirurgia de MOHS é a mais precisa entre os tratamentos

Até 2025 são esperados 704 mil casos novos de câncer por ano no Brasil, sendo 70% dos diagnósticos concentrados nas regiões Sul e Sudeste. As informações pertencem ao Instituto Nacional do Câncer, o Inca, que aponta o câncer de pele não melanoma (31,3% do total de casos), como o mais comum no Brasil e amparam a campanha “Dezembro Laranja”, que todos os anos reforça a importância da prevenção da doença. Para Santa Catarina, que está entre as duas principais regiões de registros dessa doença, a projeção é de 14.510 novos casos somente em 2023 e 1040 para o tipo melanoma, sendo que os catarinenses serão responsáveis por 11,58% (1.040) de novos casos da doença de todo o país (8.980).  O estudo revela também que representa 29% dos casos de câncer entre homens e 27% do total de registros entre mulheres.

 

Fatores de risco

Entre os motivos para os números alarmantes em Santa Catarina, está a descendência europeia de parte da população e o grande número de trabalhadores na agricultura, o que os deixa mais sujeitos a queimaduras e ao aparecimento dos tumores. Conforme o dermatologista Paulo Henrique Martins, o câncer é uma doença multifatorial, mas cerca de um terço pode ser prevenido. “No caso do de pele, a exposição solar inadequada está entre os  fatores de risco”, salienta. Como todo tipo de câncer, o quanto antes detectado, maiores são as chances de cura. “O nosso clima tropical contribui para termos mais exposição aos raios ultravioletas que são grandes vilões para o câncer de pele”, explica o dermatologista.

Ele ressalta que o uso periódico do protetor solar é fundamental para proteger a pele contra o câncer. Mas é necessário saber qual proteção é a mais indicada para cada pele. “Cada pele tem uma indicação diferente de filtro solar principalmente em relação ao nível de proteção. O importante é sempre passar mesmo em dias não ensolarados e mesmo em locais onde a luz é artificial como nas casas e escritórios”, afirma. E acrescenta: “Na praia ou piscina onde a exposição é mais intensa, o uso também deve ter seu cuidado redobrado e ser reaplicado a cada 2-3 horas”, afirma a médica.

Cirurgia de MOHS

Tratamento

Há dois tipos de câncer de pele, o não melanoma, que ocorre principalmente em áreas mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, e o melanoma, que tem origem nos melanócitos, células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele. O diagnóstico é feito por uma avaliação dermatoscópica e confirmado na análise da biópsia (se necessário). Conforme o dermatologista,  geralmente o tratamento é feito com a cirurgia para a retirada da lesão. Segundo o especialista, aliada ao diagnóstico precoce, a cirurgia micrográfica de Mohs é a técnica mais refinada, precisa e efetiva para o tratamento dos tipos mais frequentes de câncer da pele.

Diferente da cirurgia convencional, que de acordo com o dermatologista, o fragmento de pele removido é enviado a um laboratório de patologia, ou a um patologista presente no centro cirúrgico, que fatia a amostra de pele tentando detectar o tumor e avaliar as margens cirúrgicas. “Essa técnica é muito falha, porque o patologista só consegue visualizar uma pequena amostragem de todas as margens (cerca de 1% a 5% de todas as margens), enquanto na de Mohs, o processamento permite visualizar todas as margens cirúrgicas (cerca de 100% das margens), assegurando maiores taxas de cura com menores índices de recidiva”, explica.

Na cirurgia de Mohs, o próprio cirurgião faz a análise microscópica e o mapeamento das margens cirúrgicas, removendo tecido adicional quando necessário, no mesmo momento da cirurgia. “Além de assegurar maiores taxas de cura, a cirurgia de Mohs permite poupar o tecido sadio ao redor, favorecendo um fechamento cirúrgico mais estético. Após a completa remoção do tumor, o cirurgião reconstrói a unidade anatômica envolvida, visando preservar ao máximo a funcionalidade e estética local”, acrescenta.

Sinais:

O ideal é que a doença, para ser combatida a contento, seja descoberta em seus primeiros estágios. Mas é preciso saber identificar os sintomas iniciais. “Os sinais mais típicos do câncer de pele estão relacionados a manchas, nódulos ou úlceras que podem surgir na pele com características específicas”, observa.

As principais características destas manchas e lesões:

A – Assimetria nas laterais;

B – Bordas irregulares;

C – Cores diferentes e várias na mesma pinta;

D – Diâmetro aumentado;

E – Evolução, aumenta de tamanho com o passar do tempo.

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