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Ato antirracismo e por justiça é realizado em frente a casa de família alvo de ação da PM em Criciúma

Centenas de pessoas participam do ato que ocorre neste domingo, dia 3

Nem mesmo a chuva e o frio afastaram os manifestantes de um ato contra o racismo e por justiça que ocorre na tarde deste domingo, dia 3, no bairro Comerciário, em Criciúma. Centenas de pessoas se reuniram na frente da casa da família Damázio, tradicional na cidade, que foi alvo de uma ação da Polícia Militar (PM). A manifestação ocorreu em apoio aos familiares e para cobrar uma atitude do comando do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Diversos discursos foram realizados ao longo do ato.

“Recebi um tiro rendida com as duas mãos para cima. Fui xingada de folgada, vizinhos falando que nossa família é folgada. Porém a justiça vai ser feita. Existe um Deus e o justo não se justifica. Eu sei que levei um tiro com as duas mãos para cima, porque queriam demonstrar autoridade. Minhas filhas dormindo no sofá, levaram spray de pimenta no rosto delas. Minha filha especial levou spray de pimenta no rosto dela. Pessoal só vê o lado da polícia. A justiça vai ser feita”, destaca Dai Damázio.

O caso em questão ocorreu na madrugada do sábado, dia 2. Ao menos três familiares foram feridos por disparados de arma com bala de borracha. De acordo com a Polícia Militar (PM), a guarnição foi chamada por vizinhos devido ao barulho. Os policiais teriam entrado no terreno para chamar atenção da família que não teria atendido os chamados. Segundo o relato dos policias, a família teria ido para cima da guarnição. Algo que é negado pelos familiares, que dizem ter levado tiros de bala de borracha, mesmo quando estavam cooperando com os policiais. Em nota, a PM informou que uma investigação na corregedoria foi aberta.

“Não queremos endemonizar a PM. Queremos só justiça com os que fizeram isso, que paguem pelo que fizeram que é sair da Polícia Militar. Sabemos que tem policiais que saíram por bem menos. Esses dois principalmente que atuaram, tem que sair da PM. Isso que queremos. Não queremos dinheiro, nada, só que eles sejam punidos. Quando chegamos aqui, não existia nenhum desses prédios”, comenta Diego Damázio. A família mora no local há mais de 40 anos.

Outras ações em busca de justiça serão realizadas durante esta semana. Participaram do ato entidades da sociedade civil, Movimento Negro, representantes de partidos políticos e sindicatos de Criciúma e Região.

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